O velório e o nascimento dos bebês

  O velório da menina era em um bairro muito pobre e foi preciso uma verdadeira força tarefa para que chegássemos ali, quando entramos o ambiente era horrível, Maria estava desolada e para mim foi uma imagem forte, um bebê assim em um caixão, algo que gostaria de um dia poder esquecer.

Amor, está bem? — questionou Luca me trazendo uma garrafinha de água com gás, ele sabia que eu amava essa água e com o tanto de gente estranha ali eu não me levantaria.

Quem é a sua mãe Maria? — perguntei querendo saber se era alguma das senhoras que se aproximavam.

Ela não veio, minha família não aceitou que minha filha nasceu com a paralisia, um maldito fanatismo que os faz acreditar que quando uma criança nasce assim é porque os pais fizeram pecados demais — era surreal isso, doente ou não é uma vida, percebi que Julia ficou abalada com o velório e Giovanni a tirou dali com a autorização do meu pai, com o aborto que ela viveu meses antes às vezes dava crises de choro e atacava algumas crises de ansiedade.

Eu não as quero aqui, não conheceram meu anjo e nem participaram da curta vida dela, assim como o pai dela aquele maldito — ela falou fechando as mãos com força.

  Naquele momento toda a atenção se virou para a porta, quando ela se abriu e passaram duas velhas, um homem carrancudo e duas moças jovens, quando Maria os avistou seu olhar se enfureceu e ela levantou gritando:

__ O que fazem aqui? Vão embora agora — ela foi para cima deles e logo todos se puseram no caminho.

__ Maria vem aqui — chamou meu pai preocupado e ela foi, Lavínia a acompanhou e Luca ficou ao meu lado.

__ Sim senhor — ela respondeu sem tirar os olhos das pessoas.

__ Quem são essas pessoas? — meu pai perguntou e ela disse:

__ Esses? Esses são meus pais, minha tia e as duas primas, todos que amaldiçoaram o dia do nascimento da Angeline, por favor senhor eu não os quero aqui, eles vieram espezinhar sobre a minha dor.

__ Me respeito moleca, fez só escolhas erradas, não gerou um ser abençoado e a culpa é nossa? — falou o pai dela e Vincenzo voou nele sendo logo segurado pelo pai e o Tio Julian.

__ Tirem esses vermes daqui, a Maria não está sozinha e eu não sou da sua laia e nem do ex dela, eu sou Homem e defendo o que é meu — ele disse isso e no momento até a atenção dela se virou para ele.

Lavínia amor, está tudo bem? — Enrico falou e percebi que ela estava com dor, mas disfarçou sem muito resultado, o resto da noite ele parou ao seu lado, ela não levantou mais até a hora do enterro e nós ali próximas.

Estou exausta, meu corpo todo dói, acho que é o nervoso — falei dando a mão para o Luca no enterro.

__ É uma situação muito triste — respondeu ele me abraçando.

Luca...

 Quando estávamos só nós ali ainda na capela que Vincenzo comprou com carinho Lavínia soltou um grito e foi desesperador, sua bolsa estourou e correram para o hospital.

Luca, você vá com Serena para casa, Julia está lá, sabe dos riscos, Lavínia vai ter nossos netos e precisamos acompanhar ela — falou Dante e assenti, meu pai levou minha mãe e tio Oliver e Fabrizio levaram suas esposas e filhos, Vincenzo foi com Maria para a mesma direção que o carro do Enrico seguiu e nós para a mansão.

Você está bem? — perguntei a ela que parecia nervosa, ela assentiu, mas logo começou a chorar, parei o carro e a abracei forte, soltei seu cinto e a pus em meu colo, ela logo se aninhou e sem maldade ficou ali grudada a mim.

Meu amor, chora mesmo, mas estamos parados na rua, é perigoso, eu amo ficar assim grudadinho com você, mas não posso te pôr em risco — quando disse isso ela fungou e me beijou, mas voltou para o seu lugar e dirijo até o complexo.

 Quando chegamos Julia estava deitada no sofá cochilando agarrada ao Giovanni, ela provavelmente chorou até dormir e ele estava com a arma na mão como se fosse usar ela para defender Julia.

Como foi? — perguntou ele.

__ Nossos sobrinhos vão nascer, Lavínia foi para o hospital — nisso Julia acordou e abraçou Serena, elas subiram juntas e foram para o quarto, acho que tomar um banho ou trocar a roupa, Giovanni ficou ali sentado e tomando um copo de whisky, Dante e Samira vieram em casa buscar as malas dos bebês e voltaram rápido.

  Ficamos juntos ali aguardando notícias e esperando que viessem boas, que venham com saúde.

Nasceu, graças a Deus, Leonardo veio primeiro e não acreditam, segurando a mão da irmã, ai meu Deus, olhem as fotos — falou Serena mostrando o celular toda orgulhosa.

Graças a Deus — falou Julia abraçando Giovanni que ficou sem jeito comigo ali, mas era claro que ele gostava dela, já vivi essa história antes e espero que esse seja menos cabeça dura.

Lavínia disse que ele não precisou de incubadora, mas Aurora sim, eles não virão para casa sem um deles, mas vai dar tudo certo, tenhamos fé — falou Giovanni.

Acha que podemos ir lá? — perguntou ela para mim e neguei, vou aguardar a orientação do Dante ou Enrico.

__ Vamos esperar seus pais voltarem vida — falei e ela assentiu.

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Comments

Maria Ines Santos Ferreira

Maria Ines Santos Ferreira

e a Mara ficou no velório sozinha,estou me perdendo quem é Maria porquê mora num bairro muito pobre

2025-03-20

1

Jucileide Gonçalves

Jucileide Gonçalves

Essa família são muito gente boa.🏵️🏵️🏵️🏵️

2024-11-04

0

Maria Zelia

Maria Zelia

ainda bem que Maria enontrou apoio no Vincenzo e nessa grande família acolhedora.

2024-10-30

0

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