Vou dar uma olhadinha em minha noiva, só uma olhadinha

Sai da casa de meus pais e ia indo para minha casa, mas não custa dar uma olhadinha como está minha noiva, parei meu carro do outro lado da rua mesmo sabendo que ele não é nada discreto e fiquei tentando arrumar uma boa desculpa para chamar no apartamento dela, se ela soubesse que sou o noivo eu não precisava de desculpa era só chegar e pronto mas ela não sabe.

  “Alê”

 Kiraz o Can está parado do outro lado da rua, o que será que ele quer aqui? 

-Não tenho ideia Alê, esse cara não me parece normal.

-Mas é tão bonito que chega a doer nos olhos, vem aqui dar uma olhada na beleza que está atravessando a rua.

Para minha amiga não desconfiar que eu sei porque ele está indo em direção a nossa portaria, eu fui dar uma olhada. Ele colocou uma calça jeans e uma camiseta regata que deixa os braços grandes dele de fora e um óculos de sol com lentes vermelhas, com o sol batendo nos cabelos loiros ele parece pronto para uma sessão de fotos, antes dele chegar na portaria as taradas do bairro já pararam ele para tirar uma foto e pedir um autógrafo.

-Olha Alê! como elas são safadas estão com a mão na cintura dele.

-Eu se estivesse lá também ia tirar uma casquinha, ele é muito gostoso, um Deus em forma humana.

-Vocês são muito exageradas, ele é bonitinho mas é muito velho, já está passando da idade.

-Kiraz, ele só tem 34 anos, e você até outro dia não gostava de moleque, porque está falando assim dele?

-Eu não posso ter mudado de opinião?

Quando olhei de novo ele estava no meio de uma roda de mulheres e todas querendo tirar uma casquinha dele, eu estava até controlada mas uma delas deu um apertão na bunda dele, eu perdi a boa. 

-Olha só que folgada, apertou a bunda dele, eu não vou permitir isso, vou lá embaixo acabar com essa palhaçada. 

-Kiraz o que você tem? Parece que está com ciúmes do Can.

-Não é ciúmes, eu só não quero pouca vergonha aqui na frente de casa.

Desci, não sei porque mas eu desci, cheguei na roda ele me olhou e me puxou para um abraço, me deu um beijo na testa e falou.

-Vamos querida, eu vim te buscar.

Eu me deixei abraçar só para que elas pararem de assediar ele bem na minha frente, foi só para que a pouca vergonha parasse por mais nada.

 Uma delas, que é minha vizinha, faz mais de ano perguntou.

- Kiraz, você conhece o Can?

 Ele não me deixou responder.

-Estamos nos conhecendo e acho que logo estaremos noivos, não é Kiraz?

Dei uma olhada de aviso para ele, como pode falar uma coisa dessas sabendo que ficaremos noivos de outras pessoas? Falei para minha vidinha.

-Lena, mais tarde eu falo com você e te explico tudo, não fala nada para meu pai.

Can pegou minha mão e fomos em direção ao carro dele.

-Espera eu tenho que avisar Alê que estou saindo.

— Aquele cara está no seu apartamento? Isso não vai funcionar, eu não quero esse tal de Alê perto de você, aliás acho que vou colocar você em uma redoma assim só eu vou poder apreciar sua beleza.

— Quem você pensa que é, para querer me prender numa redoma?

— Foi só uma brincadeira, nunca te prenderia, a sua luz me deixa cego de tanto amor.

— Você gosta de brincar com coisa séria, com amor não se brinca.

-E quem disse que estou brincando?

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