Ela desenha as jóias

Ouvi chamarem meu nome, na terceira vez saí do transe e olhei, era meu pai que estava bem na minha frente.

-Senhorita Kiraz, o que está acontecendo aqui?

-Senhor Sercan, o senhor Can veio escolher um relógio e eu estava ajudando ele entender como funciona este que marca os batimentos, mas acho que está com defeito não para de apitar.

-Tudo bem, senhorita Kiraz, se já acabou eu preciso falar com a senhorita agora, no escritório.

-Senhor Sercan, eu ainda não acabei de atender meu cliente.

-Deixa que a Júlia acabe, me acompanhe agora.

-Sim senhor, já estou indo. Senhor Can Julia vai acabar de te atender preciso ir agora.

Entrei na sala com meu pai esperando uma bronca, ele quase me pegou beijando um homem em plena loja, mas a única coisa que ele fez foi me dar um copo de água.

-Se acalme e volte lá, mantenha a compostura e tudo vai ficar bem. Não deixe Julia atender seu cliente.

-Tá bom papai, já estou melhor.

Minha filha saiu e eu liguei para meu amigo.

-Emir como você está?

-Eu estou bem, aconteceu alguma coisa? Você mudou de idéia?

-Te liguei para te dizer que seu filho está aqui, e eu vi os dois bem próximos, acho que seu plano está funcionando.

— Toma cuidado para não pôr tudo a perder, se o meu filho desconfiar vai fugir, ainda não se apaixonou por sua filha, ela é só uma presa difícil, mas logo vai cair de quatro eu posso sentir.

- Espero que você esteja certo, porque agora eles vão ter que casar por bem ou por mal, a coisa pode esquentar muito rápido, minha filha é inocente mas tem o sangue brasileiro, e posso te garantir que pegar fogo não é só um termo no Brasil.

-Eu te entendo Sercan, mas nossos filhos vão casar e não vamos ter que obrigá-los você vai ver.

“Can”

O que será que o senhor Sercan quer com ela? Será que ele tem alguma coisa com a menina? Não, ela me acha velho, ele então é um Neandertal, deve ser alguma coisa de trabalho.

  Fiquei ali esperando ela voltar para desenhar meu relógio exclusivo, vi quando ela saiu na porta e Sercan fez um carinho nos cabelos dela, eu senti meu sangue ferver, o que está acontecendo comigo? Eu não tenho nada com isso.

-Senhor Can, me acompanhe em minha sala, lá poderei fazer o desenho do seu relógio.

-Claro.

-É por aqui.

Ela foi na frente e eu logo atrás, entramos em uma sala cheia de croquis, alguns desenhos prontos e outros ainda por acabar, comecei a ver que Kiraz tem um talento com os desenhos.

Ela colocou um óculos, e sentou na frente de uma folha.

-Me diz o que o senhor tem em mente e eu vou fazer um esboço.

Ela sentada ali naquele banco, com aqueles óculos me deixou tão excitado que quase não consegui me controlar.

Tão simples, nada parecida com as mulheres que costumo sair, calça jeans, camiseta azul, está com os cabelos presos num coque com uma caneta e agora um óculos de grau quadrado e cheio de brilhos colados, peguei o banco e sentei perto dela.

  Eu quero um relógio em ouro, e a pulseira deve ser delicada como o colar que comprei ontem.

-O senhor quer um relógio para fazer par com o colar que o senhor vai dar para sua noiva?

 -Pode ser.

-Podemos fazer ele com o mostrador redondo e colocar o coração do lado para não ficar feminino, em volta do aro, colocamos várias pedras de esmeralda, como no pingente do colar e dentro do coração uma esmeralda.

Enquanto ela falava ia desenhando e em poucos minutos tinha uma peça exclusiva desenhada na minha frente.

-Foi você quem desenhou aquele colar?

-Sim foi eu, foi meu primeiro trabalho sozinha.

— Ficou lindo, porque você me deixou comprá-lo, não deveria ser seu?

-Sua noiva vai fazer bom uso dele, eu não teria o de usar

***Esta obra está sob contrato com a NovelToon, e a pirataria, como a reimpressão sem permissão, é estritamente proibida.***

***Faça o download do NovelToon para desfrutar de uma experiência de leitura melhor!***