Fui trabalhar

Ela foi embora brava e muito nervosa, Camila ficou me olhando e sei que vai me pressionar.

-Pode me explicar porque não falou o nome do noivo que você escolheu para ela?

- Porque ela é bem capaz de falar com ele e aí sim a coisa vai ficar feia. Ou então fazer um acordo e tentar enganar a mim e ao pai dele.

 -É um direito dela saber com quem você vai casá-la.

-Eu te proíbo de contar, Camila, se ela ficar sabendo por você eu me divorcio de você.

-Você está me ameaçando? Como pode fazer isso, eu não vou contar, mas uma hora você vai ter que me explicar o que está acontecendo.

-Quando for o momento eu te explico. Agora só fique quieta e tudo vai dar certo.

“Kiraz”

Eu saí do hotel até cega de ódio, como eles podem fazer isso com minha vida, virei uma mercadoria e meu pai acaba de me vender e não sei nem para quem foi.

Cheguei na faculdade e não consigo parar de pensar, minha amiga está tão animada porque conseguiu tirar uma foto com o idiota do Can, não para de falar o tanto que ele é gostoso, que o sorriso dele enche a sala, se ela soubesse o tanto que ele é grosseiro e mal educado, mas claro que não sou eu que vou dar esta notícia para ela.

Acabou as minhas aulas e eu fui direto para a loja, o dia está muito difícil de passar espero que não me apareça nenhum cliente chato hoje, eu não estou com paciência para nenhum rico esnobe.

Entrei cumprimentei as outras vendedoras e fui conferir o expositor de relógios sempre tem algum fora do lugar, estava acabando de arrumar ouvi o sino da porta avisando que entrou um cliente, as meninas estão na porta eu deixei que elas atendam hoje eu não quero falar com ninguém, continuei arrumando o expositor, quando ouvi alguém me chamando.

_Kiraz, o cliente está te procurando. Ele é cum cliente indicado por seu pai.

- Eu...., porque será?

-Ele disse que é amigo do senhor Sercan.

Eu mais que depressa saí do balcão e fui ver de quem se trata porque aqui ninguém sabe que sou filha do dono, se ele sabe é porque realmente é amigo do meu pai.

Quando vi o senhor na entrada da loja não reconheci, deve ter uns 60 anos, alto moreno e com um sorriso que me lembrou alguém, cheguei perto e me apresentei, falei cm om ele em turco.

-Sou Kiraz, o senhor está me procurando?

-Muito prazer Kiraz, sou Emir AK soy, o seu pai me disse que você atenderia o meu filho muito bem.

-Seu filho?

-Sim ele está estacionando o carro e já vem. Vai ficar noivo e vem escolher a jóia da noiva.

-Entre, o senhor quer um café ou um chá enquanto esperamos ele chegar?

-Um café turco seria perfeito, isto se alguém souber fazer.

-Pode deixar que eu mesma vou fazer, faço um para seu filho?

-Faz, ele vai gostar, está estressado porque aqui é difícil arrumar uma vaga para estacionar.

-Sim é tomara que ele dê sorte e logo venha nos fazer companhia, eu vou e já volto, se o senhor quiser ver alguma coisa chama as meninas e elas vão mostrando.

-Eu prefiro esperar você, são poucas que falam minha lingua, assim me sinto mais perto de casa.

“Kiraz”

Faz tempo que não faço um café turco mas sei fazer o vou, se o filho dele for tão simpático quanto ele vou fazer uma venda boa e vou melhorar meu dia.

Vamos escolher uma jóia linda para a nora do senhor Emir.

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