Cap. 05 Adam

Estou na minha sala quando a policial Karen Sulivan entra, nós dois tivemos um breve relacionamento, mas as coisas não foram para frente e sei que grande parte a culpa é minha, pois não consigo mais abrir meu coração.

— Park temos um chamado na Boate Love Night, encontraram um corpo de uma das garçonetes dentro do banheiro morta.

— Certo, sabe onde o Jonh está?

— Ele foi atender outro chamado, posso ir com você?

— Vamos lá.

Vamos para estacionamento entramos no carro e alguns minutos depois Sulivan fala:

— É verdade que a novata está morando com você?

— Sim, até pegarmos o ex padastro dela.

— E por que justamente com você Adam? Por acaso vocês dois...

— Não Sulivan, eu não tenho nada com a policial Moore e não vejo nenhum problema dela ficar no meu apartamento, ela precisa de proteção e eu posso protege-la.

Chegamos na Boate e já tinha dois políciais no local o Collins e a Grace, vou no banheiro onde aconteceu o crime e o corpo da jovem tem sinais de agressão e de perfuração que parece ser de uma faca.

Temos um suspeito, nome Raul Fox sempre vinha até a boate e tinha um envolvimento íntimo com a jovem, conseguimos o endereço fomos até lá, o jovem estava no apartamento e parecia muito tranquilo para quem tinha agredido e matado uma jovem a facadas, não resistiu a prisão e foi logo dizendo que foi ele quem matou a garota e não sei, mas esse cara está estranho, levamos ele para delegacia onde ele foi reconhecido por uma das amigas da jovem, no apartamento dele encontramos a roupa que ele usou no crime.

— Sulivan por favor compre um lanche para ele ou peça alguém para ir, vamos dar um tempo para ele.

— Certo.

Ela vai e fico na sala de interrogatório olhando pelo vidro o Raul Fox e algo está errado, Sulivan volta e diz que pediu outra pessoa para ir comprar o lanche.

— Você quer que eu pegue o depoimento dele, não vai ser difícil ele já confessou, já identificaram ele, encontramos as roupas que ele usou para matar a garota, vai ser rápido.

— Não sei, mas acho que não foi ele Sulivan, ele não parece ser o tipo de cara que frequenta boates e namora garçonetes.

Nesse momento Wendy entra na sala com o lanche do Raul e eu não acredito que ela saiu de novo da Delegacia, falo irritado com ela que me diz que a policial Sulivan tinha dito que eu mandei ela ir, ela sai da sala chateada, mas que droga!

— Sulivan pode me explicar por que você mandou ela ir comprar o lanche e ainda falar que foi eu que mandei.

— Ela é novata Park, geralmente pedimos essas coisas aos novatos e a lanchonete é aqui do lado, pensei que não houvesse problemas em ela ir.

— Pois pensou errado Sulivan e nunca mais diga para alguém que mandei fazer algo sem ter mandado, entendeu?

— Sim

— Agora procure a policial Moore e diga que quero falar com ela agora e veja se encontra algum parente desse Raul.

—Ok

Ela sai e sei bem o que ela quis fazer, ela está com raiva porque a Wendy está morando comigo, depois vou ter uma conversa bem séria com ela.

Alguns minutos depois Wendy entra na sala e não sei o que me deu eu a peguei pelos ombros e encostei ela na parede e ficamos tão próximos que senti o cheiro do seu perfume que parece ser de morango bem suave, explico para ela que não pode sair mesmo que digam que eu ou o Sargento mandou, uma vontade imensa de beijar aquela boca me invadiu e só não a beijei porque a Sulivan entrou na sala, pedi para Wendy entregar o lanche para o Raul e depois sair.

—Park ele tem um irmão gêmeo idêntico o nome dele é Rafael Fox, médico, temos o endereço dele. Sulivan fala.

— Hum, aquele cara ali parece sim ser um médico, por que será que ele está assumindo a culpa do irmão? E ele acabou de comprovar minhas suspeitas, como um cara que vive indo em uma boate, se envolve com uma garçonete, prefere tomar suco do que um refrigerante.

Wendy volta e percebi que o Raul, Rafael sei lá quem é gostou muito dela, acho que podemos usar isso para resolvermos esse caso.

— Moore preciso que me ajude, quero que pegue o depoimento dele, vou te passar tudo que temos até agora.

— Sulivan pede para o Collins e a Grace trazer o irmão desse cara.

Falo para Wendy tudo que temos de informações do caso, pego a foto do irmão dele e explico como ela tem que fazer, Sulivan volta e vejo a Wendy entrar na outra sala e ela faz uma coisa que eu não disse para ela fazer, mas que foi muito inteligente da parte dela.

— Rafael Fox? Wendy chama ele pelo nome verdadeiro.

—Sim...é quer dizer meu nome é Raul e não Rafael.

— Hum...Raul você costuma mentir? Wendy pergunta

— Não.

— Percebi... por que não me conta a verdade Rafael já sabemos que você tem um irmão gêmeo idêntico e que você é médico e que não gosta de boates e muito menos de se envolver com garçonetes.

— Meu nome é Raul Fox e não sou médico, sou tatuador.

— Tatuador? Wendy sorrir

— Você tem um sorriso muito lindo. O infeliz fala.

— Obrigado Rafael...agora me diz uma coisa você está preparado para passar muitos anos na cadeia por um crime que você não cometeu? Olha eu não sei o porquê você está fazendo isso pelo seu irmão, mas acha que fazendo isso vai resolver a situação dele, colocando outras vidas em perigo.

— Ele não vai fazer isso de novo.

— Como pode ter tanta certeza disso Rafael?

— Por que ele está morrendo, vai viver no máximo 6 meses, não posso deixar que ele viva seus últimos meses de vida em uma prisão.

— Eu sinto muito Rafael por você e pelo seu irmão... mas você acha mesmo que assumindo culpa pelo seu irmão é a melhor solução? Você vai acabar com a sua vida e seu irmão ainda pode acabar preso nesse tempo e todo seu sacrifício será em vão, acredito que ele sabia da doença dele, não pode pegar para si as consequências dos erros do seu irmão.

O rapaz fecha os olhos, passa as mãos nos cabelos e nossa até eu fiquei comovido, entendo que ele quer proteger o irmão nesse momento difícil, mas ele fazendo isso estará ajudando o irmão a cometer mais erros ainda.

— Pensa no que eu te disse Rafael vou buscar uma água para você.

— Não policial Moore não preciso mais pensar e você tem razão, vou te contar toda a verdade, mas quero que faça algo por mim, quero que seja você a pegar o depoimento dele, sei que terá calma com ele, o Raul além de estar morrendo é bipolar e provavelmente não estava tomando os remédios dele.

— Entendo.

Rafael conta tudo para Wendy que estava no seu apartamento quando irmão chegou aflito dizendo que tinha cometido um erro grave tinha matado uma garota, que ela tinha uma noite antes drogado ele e roubado todo dinheiro dele, que ele foi lá tirar satisfação e acabou perdendo a cabeça, percebeu que ele estava sem tomar seus remédios, pois estava muito agitado.

— No corpo da garota foi encontrada algumas perfurações de algo cortante, ele te falou onde colocou a arma do crime? Wendy pergunta

— Ele não me falou de nenhuma arma, só que tinha batido muito nela.

— Certo, aí você teve a ideia de se passar por ele?

— Na verdade não, ele me pediu para fazer isso, ele não queria passar seus últimos meses na cadeia, então resolvi fazer isso, na hora pareceu ser mais fácil, mas agora aqui.

— Vocês tem mãe, pai, outros irmãos, namorada , esposa?

— Não meus pais morreram em um acidente a muito anos, não temos outros irmãos, não tenho esposa e nem namorada eu conheci uma garota linda que eu gostaria muito que ela fosse, mas não sei se depois disso tudo terei alguma chance com ela, também não sei se ela já é comprometida, você tem namorado ou marido?

— Não tenho namorado e nem marido. Tem algum outro parente?

— Tenho um tio...E será que tenho alguma chance depois que tudo isso acabar?

Saio da sala e entro na outra e digo:

— Policial Moore acho que já temos o que precisamos, pode ir terminar o trabalho que estava fazendo.

Ela se levanta e ele segura no braço dela e diz:

— Você vai falar com meu irmão não vai?

Wendy olha para mim e então falo.

— Ela vai sim Rafael.

— Muito obrigado.

Saímos da sala juntos e ela pergunta?

— O irmão dele já chegou? Vai me deixar falar com ele não vai?

— Se eu não tivesse entrado na sala o que teria respondido para ele Wendy?