Bom, deixando essa parte de lado, agora é hora de cinema, eu chamo a Helen, que já tá pronta, e nós dois saímos de casa. Depois de uma caminhada de mais ou menos uns dez minutos, nós chegamos na frente do cinema.
Chagamos dez minutos antes da sessão, somado com o tempo dos trailers, temos pelo menos uns vinte minutos pra comprar os ingressos e a pipoca:
- Maninha, eu vou entrar pra comprar os ingressos e a pipoca, se quiser você pode ficar aqui na frente esperando suas amigas.
- Entendi, compra quatro ingressos então, minhas amigas vão te passar o dinheiro depois.
- Ok. Quer pipoca doce ou salgada?
- Salgada.
- Com ou sem manteiga?
- Com.
- Grande, médio ou pequeno?
- Grande, a gente divide.
- Refri, água ou suco?
- Um refri de cola grande! – ela tá ficando irritada.
- Entendi.
Eu me viro e vou até a entrada, espera, mas antes:
- Maninha, copo com ou sem gelo?
- Vai comprar a porcaria dos ingressos logo ô praga!
- Hahaha – como eu amo tirar ela do sério.
Enquanto ela espera as amigas dela, eu vou até a bilheteria pegar nossos ingressos. O cinema é ventilado e tem umas caixas de som maneiras que tocam música, eu tô com tempo de sobra e com dinheiro na carteira, tempo de sobra e um ambiente agradavel, vai ser mel na chupeta.
Atualização de status, não vai ser mel na chupeta, a fila tá enorme, tem muita gente, será que tudo isso é por causa do filme terror? Sem saber o que fazer, eu apenas fico lá, parado na fila esperando. A fila também tá lenta.
Sem ter mais o que fazer, eu começo a mexer no meu celular pra passar o tempo. Por curiosidade, eu vou no app do cinema pra ver uma coisa. Eu entro nele e dou uma olhada nos filmes que estão passando hoje.
Achei! Olha aqui, hoje tem outro filme em cartaz no cinema, é o “Homem Invencível”, eu não sei a história desse negócio, mas tem muita gente falando dele por aí, provavelmente é por isso que o cinema tá lotado. Fazer o que né?
Mesmo sabendo o motivo do tamanho da fila, isso não faz ela diminuir, então eu vou ter que ficar plantado aqui até chegar minha vez.
A música para:
- Atenção - uma voz alta surge do nada.
Todos no cinema, incluindo eu, olham para a origem do som, é um atendente na bilheteria, ele tá com um radinho na mão falando pelas caixas de som:
- Atenção todos os compradores, sinto em informar que os ingressos para o filme “Homem Invencível” estão esgotados.
- O que?
- Como assim esgotado? Isso é um absurdo.
- Devido as muitas compras, tanto físicas quanto online, todas as sessões de “Homem Invencível” estão esgotadas por hoje, sentimos muito por isso.
- Ah! Que droga.
- Viu mãe, eu disse pra virmos mais sedo.
- Eu devia ter comprado pela internet mesmo.
De repente, muitas pessoas, tanto na frente da fila, quanto atrás da fila, começaram a ir embora com as testas franzidas, todos eles estão muito frustrados por não poderem ver o filme.
Como eu me sinto com tudo isso? Eu tô muito feliz! Não me entenda errado, eu sinto pena por eles não poderem ver o filme, mas acontece que a fila ficou cinco vezes menor, agora só tem umas três pessoas na minha frente. Pode ser errado da minha parte, mas eu tô muito feliz agora:
- Maninho, como tá aí na fila? – eu ouço a Helen vindo na minha direção.
Eu me viro triunfante, afinal falta pouco pra eu poder comprar nossos ingressos:
- Falta pouco minha amada irmã, por uma benção dos céus, a fila diminui, então logo nós poderemos ver o tão cobiçado filme de horror.
- Virou um velho agora? Quando você diz que a fila diminui, tá falando daquela manada de gente que acabou de sair resmungando do cinema.
- Exatamente, aproposito, onde estão as suas amigas, maninha?
- Ah, elas foram no banheiro, daqui a pouco vão estar aqui.
- Entendi.
Agora que parei pra pesar, eu nem perguntei quem são essas amigas. Hum, provavelmente devem ser a Mia e a Mai, como sempre:
- Ah, olha elas ali, elas já chegaram – diz a Helen.
Eu me viro para cumprimentá-las:
- Oi Mia e...
Espera, não são a Mia e Mai, é a... Aurora? Junto com ela tá... a PRESIDENTE!... Só eu ou essa piada do universo não tá ficando meio batida? Não sei quem, mas alguém deve estar rindo da minha cara agora:
- Desculpe a demora, tinha fila no banheiro – diz a Aurora.
- Que nada, não se preocupe com isso – diz a Helen.
Enquanto essas duas ficavam ali conversando, eu fico estatico com a minha expressão de choque olhando pra elas, sem acreditar no quanto essa situação parece ser brincadeira, mas de repente eu senti um beliscão muito forte no meu braço.
Quando eu viro pra olhar quem é o pestinha que me beliscou, é a presidente:
- Presidente, por que você me beliscou?
- Você está encarando a minha irmã de um jeito muito descarado.
- Vai por mim, eu não fiz isso pelo motivo que você tá pensando.
- Depois daquele episódio da revista, eu não acredito em mais nenhuma palavra que sai da sua boca.
- Revista? Que revista? - pergunta Helen, que belo momento pra entrar na conversa.
Agora danou-se, se a presidente contar pra ela sobre a revista, eu nem sei com que cara ela vai me olhar:
- “Você é nojento irmão” - será que ela vai dizer isso?
Eu fico quieto suando, tentando aceitar o meu destino de irmão nojento, só esperando a presidente falar, mas estranhamente, ela parece meio hesitante agora, eu acho. A presidente diz:
- Ah, a revista, é... O seu irmão e o amigo dele levaram uma revista de videogames proibida na escola, então eu a confisquei.
Hã? A presidente... limpou a minha barra? Caramba, ela é um anjo:
- Tudo isso por causa de uma revista videogames, não acha que foi meio dura demais irmã?
Quando a Aurora pergunta isso, eu percebo a presidente ficar meio nervosa, perece ela se importa com a opinião da irmã:
- Ah, não, eu não me importo, sem falar que a culpa é do Jonny por ficar levando essas coisas para escola... haha – eu digo isso tentando soar convincente, acho que consegui.
- Ah, sério? - pergunta a Aurora.
- Sim, sim, claro, mesmo sendo um trombadinha, eu sou autoconsciente das minhas ações.
A Aurora parece aliviada depois que digo isso, não sei o porquê:
- Ah, ótimo, é que eu pensei que a amizade de vocês poderia ser afetada por isso – diz a Aurora.
Tanto eu quanto a presidente quase engasgamos nessa hora, isso é um baita mal-entendido, mas a essa altura, nenhum de nós quer arriscar a mentira tentando se explicar:
- Aurora, você quer ir ver umas roupas comigo em uma loja aqui perto? - pergunta a minha irmã, ela mudou de assunto, graças aos céus.
- Ah claro, quer vir junto Alya? - pergunta a Aurora pra presidente, eu quase me esqueço que esse é o nome da presidente.
- Não, acho que eu vou ficar esperando na fila mesmo.
- Você se importa de ficar aqui com ela irmão - a Helen pergunta pra mim.
- Tá de boa, podem ir se divertir.
Graciosamente, elas se retiram e vão em direção da loja, ufa, acho que a mentira colou até certo ponto. Agora que eu parei pra prestar atenção, eu e a presidente estamos juntos e sozinhos, DE NOVO:
- Obrigada por me ajudar com a Aurora – ela diz, só que sem olhar pra mim.
- Ah, disponha, eu que deveria agradecer por você não contar da revista pra Helen. Muito obrigado.
- Disponha, e tecnicamente você não teve culpa dessa vez.
Dessa vez? Ela e essas ofensas nas entrelinhas, eu poderia até dizer que senti saudades disso, mas seria mentira:
- Hum, valeu, esse foi o motivo de você mentir.
- Bem... Acontece que eu também sei como é conviver com uma irmã difícil.
- Difícil? Tá falando da Aurora?
- Sim...
Nessa hora, a presidente parece ficar cansada do nada, como se tivesse ficado meio deprimida:
- Acontece que ela ficou irritada comigo porque eu briguei com você e o seu amigo naquele dia, pra compensar eu prometi estudar com ela depois da aula, mas teve um problema no conselho estudantil e eu acabei esquecendo.
Vixi, acho que já até sei pra onde essa história vai dar:
- Ela ficou ainda mais brava comigo depois disso. No final para ela me perdoar, eu tive que concordar em vir ver esse filme com ela no fim semana, mesmo eu não querendo.
Agora eu entendi o porquê ela pareceu cansada do nada, é compreensível o descontentamento dela depois desse textão todo.
Eu coloco a mão no ombro dela pra demonstrar meu apoio:
- Eu te entendo presidente, eu tô aqui pelo mesmo motivo, a Helen tá pistola comigo, ver esse filme é o meu jeito de me desculpar com ela – se bem que eu também quero ver o filme, mas isso eu deixo em segredo.
As minhas palavras parecem chegar na presidente, ela dá um sorriso pra mim, nesse momento nós nos entendemos de verdade, ter duas irmãs chatas uniu a gente nesse momento:
- Obrigado por suas palavras, mas tire a mão de mim antes que eu quebre o seu braço – ela diz isso ainda com um sorriso.
- Claro – eu tiro a mão do ombro dela, menina psicopata.
- Olha aqueles dois adolescentes na fila, será que são um casal? - voz vinda ao fundo.
Na hora que essa frase chaga em nossos ouvidos, eu e a presidente nos viramos com sangue nos olhos pra ver que disse essa asneira... É um casal de velhinhos lá longe... Droga:
- Viu o jeito que ele colocou a mão no ombro dela e depois tirou, ele deve ter ficado tímido e deu pra trás - diz o velhinho, mas não é isso.
- Que inocentes, será que esse é o primeiro encontro deles? – diz a velhinha, mas não é isso.
- Ah, a juventude, isso me traz lembranças da nossa época querida - não me usa de ponte pra suas lembranças! Não é isso!
- Verdade querido, ver esses casais de hoje me traz tanta nostalgia.
- Não é isso... – a presidente diz baixinho, até ela tá sofrendo com isso!
O casal de velhinhos fala a uma altura que outras pessoas ao redor também conseguem ouvir, a maioria das pessoas parece tá tentando ignorar, mas tem outras que agora estão cochichando e olhando pra nós de canto de olho.
Ao olhar pro meu lado, eu vejo a presidente, ela tá tão cansada disso quanto eu, mas a gente não sabe o que fazer, mesmo que um de nós vá lá pedir pra eles pararem, as pessoas já começaram a cochichar entre elas. Alguém me salva:
- Muito bem, aqui estão, quatro ingressos para “Sangue e Risadas” acentos 10, 11, 12 e 13 na fileira H. Tenham uma boa seção.
Com os ingressos em mãos, eu e a presidente andamos, ou melhor, nos arrastamos para ir pegar a pipoca. Todos aqueles comentários e olhares, mesmo que poucos, acabaram com nossas mentes, corpos e espíritos:
- Aqui está senhor, dois baldes grandes de pipoca salgada com manteiga e quatros refrigerantes de cola grandes.
Agora com a pipoca em mãos, falta esperar a duas bonitas derem o ar da graça, agora são 5:57, daqui a pouco vão começar os trailers, e eu quero ver eles. Eu e a presidente dividimos a carga pra facilitar nossa espera, eu seguro os baldes e ela os refris:
- Se eu soubesse que passaria por todo esse constrangimento, teria ido fazer compras com a minha irmã - ela diz olhando para o teto.
- Sinceramente, acho que eu também preferia ter ido fazer compras.
Nós dois suspiramos juntos. Chega logo Helen!
Continua...
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Atualizado até capítulo 51
Comments
Lara
continua continua continua continua continua continua continua continua continua continua continua continua continua continua continua continua continua continua continua continua continua continua continua continua continua
2024-09-22
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