Espelho Quebrado

Espelho Quebrado

Capítulo 1

No interior da maternidade na cidade de Malandrino, Itália, o ambiente é de tensão e expectativa. William e Emma Blossom Marino estão em seu quarto particular, nervosos e animados com o iminente nascimento das suas gêmeas.

O quarto é confortável e aconchegante, com paredes pintadas de tons pastéis e um grande sofá onde William e Emma estão sentados, segurando as mãos.

As enfermeiras Lisa e Grace entram no quarto com uma expressão carinhosa.

— Olá, Senhora Marino, chegou a hora das meninas nascerem. - Lisa, a enfermeira principal, olha para Emma com uma expressão acolhedora dizendo.

— Estou nervosa. - Emma engole em seco, visivelmente nervosa, confessando.

— Vai ficar tudo bem, ok? - Lisa, com sua voz suave e tranquilizadora, responde.

Emma é levada para a sala de parto, onde toda a equipe médica já está pronta para o grande momento.

O Dr. Ramirez, o obstetra responsável pelo parto, está vestido com seu uniforme cirúrgico e luvas esterilizadas. Os equipamentos estão organizados cuidadosamente em uma tábua perto da maca de parto.

William fica ao lado de Emma, segurando sua mão enquanto os preparativos são finalizados.

A anestesista administra a anestesia local, e o processo de cesariana começa. Os próximos minutos parecem uma eternidade para os pais emocionados, até que finalmente o som maravilhoso de dois bebês chorando enche a sala.

Uma enfermeira recebe cuidadosamente cada uma das bebês gêmeas, limpando-as e envolvendo-as em cobertas aquecidas. Uma das meninas tem um sinal no pescoço, idêntico ao de Emma.

As meninas são absolutamente amáveis e choram com toda a força de seus pulmões minúsculos.

William e Emma não conseguem conter as lágrimas de alegria ao ver suas filhas pela primeira vez. Uma enfermeira entrega a bebê com o sinal no pescoço a Emma, enquanto outra enfermeira entrega a segunda bebê a William.

— Amor, elas são perfeitas. - Diz Emma cheia de emoção.

— Sim, são lindas. - Diz William concordando, com o coração transbordando de amor.

As meninas são levadas para o berçário, onde serão devidamente registradas, e receberão os primeiros cuidados médicos, como a aplicação de colírio na vista, a realização de exames de rotina e o registro de seus pesos e medidas.

Emma descansa e se recupera da cesariana, sentindo-se grata pela chegada segura de suas filhas ao mundo.

— Como vamos chamá-las amor? - Pergunta William todo bobo.

— Uma delas tem um sinal no pescoço, essa será chamada de Alexia e a outra será chamada Alícia.

O pai, William, diz emocionado:

— Lindos nomes amor. Vou registrar agora. - Então ele sai.

Após o registro, William retorna ao quarto onde Emma aguarda ansiosamente, sentindo-se mais tranquila e confortável.

Ela pergunta:

— Como foi o registro das meninas?

William responde com um largo sorriso: — Tudo correu bem, amor. Alexia e Alícia estão registradas e são oficialmente parte da nossa família.

Enquanto isso, as enfermeiras Lisa e Grace voltam ao quarto para ajudar Emma a amamentar as bebês pela primeira vez.

A sala fica em silêncio, com todos observando a mágica conexão entre a mãe e suas filhas recém-nascidas.

O momento é precioso e único, e William sente sua garganta apertar com emoção.

Durante as próximas horas, os avós, tios e tias visitam o quarto para conhecer as novas adições à família. O quarto é inundado com presentes, balões e flores, símbolos do amor e apoio que a família e amigos estão prestes a fornecer a Alexia e Alícia.

No final do dia, quando os visitantes se despedem e o quarto fica tranquilo, William e Emma ficam sozinhos com suas gêmeas amáveis.

Eles se revezam em segurar e amamentar as meninas, observando cada fio de cabelo e cada dedinho minúsculo com fascínio e gratidão.

— Nunca imaginei que poderíamos ser tão felizes. - Sussurra Emma.

William acaricia o rosto de Alexia, que está adormecida em seus braços, e diz: — Somos muito abençoados. Agora nosso mundo está completo.

Enquanto a noite avança, os pais cansados mas felizes decidem ir para a cama. Eles colocam as meninas em berços próximos à cama, garantindo que suas filhas estejam próximas a eles durante a noite.

Enquanto Emma adormece rapidamente, William fica observando as meninas por alguns momentos, seu coração se expandindo com amor e alegria.

E assim, sob a luz suave do quarto da maternidade, a família Blossom inicia uma nova e maravilhosa jornada juntos, ansiosos para todas as aventuras e descobertas que o futuro reserva para eles e suas duas lindas gêmeas.

Três dias após o nascimento, William e Emma já estão em casa, na companhia de suas amáveis gêmeas.

O quarto das meninas é uma obra de arte, decorado com delicadeza e cuidado. As paredes são pintadas de rosa pálido e branco, com adesivos de nuvens e arco-íris espalhados pelo ambiente.

Dois berços brancos lindamente esculpidos são os destaques da sala, flanqueando uma pequena cômoda de madeira. Um tapete macio e espesso cobre o chão, o convidando a passos silenciosos e momentos de descanso tranquilos.

Emma, apesar de mostrar certa segurança em cuidar das bebês, acaba pedindo ajuda à sua mãe para lidar com as demandas do dia a dia com as gêmeas.

William também participa ativamente, banhando, trocando fraldas, vestindo e colocando as meninas para dormir. Ele acorda durante a noite para acalmá-las quando choram, buscando aliviar o fardo de Emma e garantir que a rotina do dia seguinte seja mais tranquila para ambos.

Numa tarde, Emma está na cozinha, lavando a louça, enquanto William chega do trabalho.

Ele é o orgulhoso dono da famosa empresa de cosméticos "Eternal Beauty", que se tornou um sucesso em poucos anos.

Ao chegar, ele se aproxima de Emma e diz: — Amor, vou fazer o nosso almoço.

Emma, sentindo-se aliviada e grata, responde: — Eu agradeço, meu bem.

Enquanto William prepara o almoço, eles conversam sobre as atitudes diferentes das bebês. Ele comenta:

— Hoje, Alexia estava tão quietinha. Ela é um amor de pessoa. Quase não chora e não dá trabalho.

Emma concorda, mencionando: —

Sim, ela é muito mais tranquila.

William, com uma leve irritação, menciona a diferença de comportamento entre as gêmeas: — Diferente da Alícia, que já é mais chorona e manhosa. Deve ser coisa de criança. Espero que ela mude com o tempo.

Emma aponta que, de fato, Alícia é mais agitada, e que talvez seja apenas uma fase.

Ao mesmo tempo, eles admitem que, embora amem ambas as meninas profundamente, sentem uma certa inclinação em direção à Alexia, que parece ser mais fácil de lidar.

Mas essa preferência não muda o fato de que ambos dedicarão todo o amor e cuidado ao desenvolvimento das suas filhas.

Enquanto terminam de preparar o almoço e sentam para comer, William e Emma começam a entender melhor as personalidades únicas de Alexia e Alícia, e se comprometem a ser os melhores pais possíveis para ambas as crianças, independentemente de suas diferenças.

Dez anos se passaram, e eles saíram da Itália e foram morar na tranquila cidade de Westbrook, e a família Blossom cresceu junta, cultivando amor e respeito mútuos.

Numa manhã, William acorda em sua casa e Emma já está de pé, arrumando as meninas para irem para a escola.

Alexia e Alícia, agora com 10 anos, usam uniformes escolares elegantes e impecáveis. As gêmeas usam saias azuis-marinho justas, com camisas brancas engomadinhas e gravatas vermelhas. Os cardigãs escuros trazem o brasão da escola bordado em ouro, destacando o significado da instituição. Seus cabelos são arranjados em tranças idênticas, com fitas azuis contrastando com o preto de seus cabelos.

Enquanto Emma ajuda as meninas a se prepararem, William desce as escadas e se dirige à cozinha para preparar o café da manhã e as lancheiras das gêmeas.

Emma chega com Alexia e Alícia e as senta em suas cadeiras, dando-lhes seus lanchinhos.

William diz: — Amor, hoje eu tenho uma reunião na sede, vou escolher meus novos conselheiros. Posso levar as meninas para a escolinha.

Emma, sorrindo, responde: — Amor, eu agradeço muito.

William, com seu sorriso carinhoso, diz: — Claro, meu bem.

William pega as mochilas das meninas e todos se dirigem ao carro.

Ele as coloca em suas cadeirinhas, ajusta os cintos e segue viagem para a escola.

Ao chegar, William deixa as gêmeas no portão, e como de costume, dá um beijo demorado na testa de Alexia, seguido de um breve beijo em Alícia.

A menina percebe a diferença na atenção do pai, mas não diz nada.

Uma professora recebe as meninas e as acompanha até a sala de aula.

Alexia e Alícia, as belas gêmeas Blossom, são dois anjos encantadores com características físicas notavelmente parecidas, sem dúvida, herança dos pais.

Seus olhos, azuis-marinho intensos, são únicos e fascinantes, sempre atraindo olhares admirados por onde passam. Seus narizes são empinados e finos, combinando harmoniosamente com o rosto delicado das meninas.

Seus lábios são bem delineados, naturalmente pintados com um tom rosado suave que expressa perfeitamente sua doçura e inocência. A pele macia e impecável contrasta com os cabelos negros e sedosos que, ao serem presos em tranças, realçam ainda mais sua semelhança.

Ambas possuem pernas grossas e bem proporcionais, garantindo elegância em seus movimentos.

Desde tenra idade, Alexia tem uma sorridente expressão no rosto, encantando todos que a vêem. Seus olhos brilham com alegria e seu sorriso é contagiante, deixando claro que ela se sente amada e protegida.

Diferentemente, Alícia tenta imitar a irmã geminha, porém, não consegue ser tão espontânea e alegre.

Quando ignorada, Alícia sente tristeza em seu coração e isso reflete em seus gestos. Em um momento como esse, a solidariedade entre as gêmeas se manifesta com força. Percebendo o desânimo da irmã, Alexia se aproxima e diz, com toda a bondade de uma criança: — Só sorrir, mana.

A conexão única entre Alexia e Alícia é evidente, mesmo que seus pais e as pessoas ao redor não consigam enxergar a ligação que as une.

Embora as duas meninas sejam muito parecidas, é possível perceber sutis nuances em suas personalidades que as tornam únicas e especiais em seus próprios caminhos.

Enquanto isso, William parte para o trabalho, ansioso para enfrentar os desafios do dia e o grande passo que sua empresa, Eternal Beauty, dará ao escolher novos conselheiros.

Embora o amor de William e Emma por suas filhas seja incontestável, a diferença na atenção dispensada às gêmeas começa a se tornar mais evidente, causando um leve desconforto em Alícia e deixando um questionamento no ar: o que pode acontecer se essa preferência se manifestar mais explicitamente no futuro?

Cinco anos se passaram e as gêmeas Blossom, agora com 15 anos, estão no ensino médio. Apesar de estudarem na mesma sala, Alexia é mais popular do que Alícia.

A personalidade extrovertida e simpática de Alexia lhe rendeu muitos amigos, enquanto Alícia, mais fechada e antissocial, não conseguiu formar tantos laços.

Como duas das melhores alunas da sala, Alexia e Alícia atraem elogios.

No entanto, Alexia sempre recebe mais atenção, o que causa ciúmes em Alícia, que se comparava constantemente com sua irmã.

No pátio do colégio, Alexia conversa animadamente com seus amigos sobre a festa de 15 anos que as gêmeas irão comemorar.

Enquanto Alícia fica de fora da conversa, Jake, o rapaz que ela secretamente ama, mantém seu olhar fixo em Alexia, o que deixa Alícia cada vez mais deprimida.

Alexia pergunta à irmã se ela convidou suas amigas. Alícia responde com desinteresse, e Dan, o amigo rabugento de Alexia, questiona se ela convidou Jenna, a melhor amiga de Alícia, a quem ele chama de insuportável.

Alícia defende Jenna com veemência, mas Dan continua zombando. Em meio à discussão, Jake intervém e pede para conversar com Alexia a sós.

Os dois se afastam do grupo, e Jake entrega a Alexia uma pequena caixa bem decorada com flores delicadas e um laço dourado.

Alexia fica surpresa com a gentileza e abre a caixa lentamente. Jake confessa que desde que as conheceu por escrito, gostou dela. Em meio à conversa, Jake pede a Alexia para ser sua namorada.

Enquanto isso, Alícia observa a cena ao longe, sentindo uma profunda mágoa pela proximidade de Jake e Alexia. Sua tristeza fica evidente, e ela se pergunta o que fará a respeito de seus sentimentos por Jake.

Enquanto Alexia abre a pequena caixa, seus olhos se arregalam com alegria ao ver um delicado colar e um par de brincos dourados.

Jake, encantador, sorri e explica: - É seu aniversário então queria te dar algo especial. - Ele diz encostando-se no ombro esquerdo dela.

Alexia, emocionada, ergue as sobrancelhas e responde, deixando a caixa sobre a mesa: — Muito obrigada, mas não precisava me dar nada.

Jake, aproveitando o momento, endireita o corpo e decide revelar seus sentimentos:

— Você sabe que gosto de você, então... - Ele diz olhando profundamente em seus olhos.

Alexia, franzindo a testa, interrompe Jake, lembrando de conversas passadas:

— Jake, já falamos sobre isso. - Ela diz franzindo a testa.

— Eu sei, mas esse presente não é pra te pressionar, nem nada disso. É que realmente eu queria te presentear. Sem segundas intenções. - Jake levanta as mãos em defesa, tentando acalmá-la.

Alexia, respirando fundo e sorrindo discretamente, confia nele: — Tudo bem.

Jake, percebendo seu consentimento, se aproxima e revela algo importante, encarando Alexia:

— Eu queria te falar uma coisa. - Ele diz fazendo contato visual com ela.

— Pode dizer. - Alexia sente o rosto esquentar e fica corada.

Jake começa a contar, com um sorriso ansioso:

— Eu vou estudar nos Estados Unidos.

— Você vai embora? - Alexia, arregalando os olhos, fica surpresa e pergunta, inclinando a cabeça.

— Sim, eu me inscrevi para o curso preparatório de agentes da CIA, e fui aprovado. - Jake, entusiasmado, explica sorrindo amplamente.

— Fico feliz por você estar seguindo seu sonho; você sempre quis ser agente. - A garota comemora sua conquista, abrindo um sorriso encantador.

— Sim, é uma oportunidade única, então não posso perder. - Jake continua, com o rosto radiante.

— Seu irmão também vai? - Alexia, curiosa, pergunta sobre seu irmão, inclinando a cabeça.

— Philip vai também; vamos cursar juntos. - Jake confirma, acenando com a cabeça.

— Que legal, Jake. - Alexia, agradavelmente surpresa, elogia com um sorriso sincero.

Jake, reparando em sua surpresa, se lembra de uma promessa, franzindo a testa:

— Eu ainda mantenho a promessa que fiz a você de pé quando nos encontrávamos debaixo daquela mangueira no ano passado.

— Sério? - Alexia sorri, recordando a memória e olhando para a árvore com um sorriso nostálgico.

Jake ergue uma sobrancelha, perguntando:

— Você ainda se lembra?

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Marta Monteiro

Marta Monteiro

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2024-09-05

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