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Espelho Quebrado

Capítulo 1

No interior da maternidade na cidade de Malandrino, Itália, o ambiente é de tensão e expectativa. William e Emma Blossom Marino estão em seu quarto particular, nervosos e animados com o iminente nascimento das suas gêmeas.

O quarto é confortável e aconchegante, com paredes pintadas de tons pastéis e um grande sofá onde William e Emma estão sentados, segurando as mãos.

As enfermeiras Lisa e Grace entram no quarto com uma expressão carinhosa.

— Olá, Senhora Marino, chegou a hora das meninas nascerem. - Lisa, a enfermeira principal, olha para Emma com uma expressão acolhedora dizendo.

— Estou nervosa. - Emma engole em seco, visivelmente nervosa, confessando.

— Vai ficar tudo bem, ok? - Lisa, com sua voz suave e tranquilizadora, responde.

Emma é levada para a sala de parto, onde toda a equipe médica já está pronta para o grande momento.

O Dr. Ramirez, o obstetra responsável pelo parto, está vestido com seu uniforme cirúrgico e luvas esterilizadas. Os equipamentos estão organizados cuidadosamente em uma tábua perto da maca de parto.

William fica ao lado de Emma, segurando sua mão enquanto os preparativos são finalizados.

A anestesista administra a anestesia local, e o processo de cesariana começa. Os próximos minutos parecem uma eternidade para os pais emocionados, até que finalmente o som maravilhoso de dois bebês chorando enche a sala.

Uma enfermeira recebe cuidadosamente cada uma das bebês gêmeas, limpando-as e envolvendo-as em cobertas aquecidas. Uma das meninas tem um sinal no pescoço, idêntico ao de Emma.

As meninas são absolutamente amáveis e choram com toda a força de seus pulmões minúsculos.

William e Emma não conseguem conter as lágrimas de alegria ao ver suas filhas pela primeira vez. Uma enfermeira entrega a bebê com o sinal no pescoço a Emma, enquanto outra enfermeira entrega a segunda bebê a William.

— Amor, elas são perfeitas. - Diz Emma cheia de emoção.

— Sim, são lindas. - Diz William concordando, com o coração transbordando de amor.

As meninas são levadas para o berçário, onde serão devidamente registradas, e receberão os primeiros cuidados médicos, como a aplicação de colírio na vista, a realização de exames de rotina e o registro de seus pesos e medidas.

Emma descansa e se recupera da cesariana, sentindo-se grata pela chegada segura de suas filhas ao mundo.

— Como vamos chamá-las amor? - Pergunta William todo bobo.

— Uma delas tem um sinal no pescoço, essa será chamada de Alexia e a outra será chamada Alícia.

O pai, William, diz emocionado:

— Lindos nomes amor. Vou registrar agora. - Então ele sai.

Após o registro, William retorna ao quarto onde Emma aguarda ansiosamente, sentindo-se mais tranquila e confortável.

Ela pergunta:

— Como foi o registro das meninas?

William responde com um largo sorriso: — Tudo correu bem, amor. Alexia e Alícia estão registradas e são oficialmente parte da nossa família.

Enquanto isso, as enfermeiras Lisa e Grace voltam ao quarto para ajudar Emma a amamentar as bebês pela primeira vez.

A sala fica em silêncio, com todos observando a mágica conexão entre a mãe e suas filhas recém-nascidas.

O momento é precioso e único, e William sente sua garganta apertar com emoção.

Durante as próximas horas, os avós, tios e tias visitam o quarto para conhecer as novas adições à família. O quarto é inundado com presentes, balões e flores, símbolos do amor e apoio que a família e amigos estão prestes a fornecer a Alexia e Alícia.

No final do dia, quando os visitantes se despedem e o quarto fica tranquilo, William e Emma ficam sozinhos com suas gêmeas amáveis.

Eles se revezam em segurar e amamentar as meninas, observando cada fio de cabelo e cada dedinho minúsculo com fascínio e gratidão.

— Nunca imaginei que poderíamos ser tão felizes. - Sussurra Emma.

William acaricia o rosto de Alexia, que está adormecida em seus braços, e diz: — Somos muito abençoados. Agora nosso mundo está completo.

Enquanto a noite avança, os pais cansados mas felizes decidem ir para a cama. Eles colocam as meninas em berços próximos à cama, garantindo que suas filhas estejam próximas a eles durante a noite.

Enquanto Emma adormece rapidamente, William fica observando as meninas por alguns momentos, seu coração se expandindo com amor e alegria.

E assim, sob a luz suave do quarto da maternidade, a família Blossom inicia uma nova e maravilhosa jornada juntos, ansiosos para todas as aventuras e descobertas que o futuro reserva para eles e suas duas lindas gêmeas.

Três dias após o nascimento, William e Emma já estão em casa, na companhia de suas amáveis gêmeas.

O quarto das meninas é uma obra de arte, decorado com delicadeza e cuidado. As paredes são pintadas de rosa pálido e branco, com adesivos de nuvens e arco-íris espalhados pelo ambiente.

Dois berços brancos lindamente esculpidos são os destaques da sala, flanqueando uma pequena cômoda de madeira. Um tapete macio e espesso cobre o chão, o convidando a passos silenciosos e momentos de descanso tranquilos.

Emma, apesar de mostrar certa segurança em cuidar das bebês, acaba pedindo ajuda à sua mãe para lidar com as demandas do dia a dia com as gêmeas.

William também participa ativamente, banhando, trocando fraldas, vestindo e colocando as meninas para dormir. Ele acorda durante a noite para acalmá-las quando choram, buscando aliviar o fardo de Emma e garantir que a rotina do dia seguinte seja mais tranquila para ambos.

Numa tarde, Emma está na cozinha, lavando a louça, enquanto William chega do trabalho.

Ele é o orgulhoso dono da famosa empresa de cosméticos "Eternal Beauty", que se tornou um sucesso em poucos anos.

Ao chegar, ele se aproxima de Emma e diz: — Amor, vou fazer o nosso almoço.

Emma, sentindo-se aliviada e grata, responde: — Eu agradeço, meu bem.

Enquanto William prepara o almoço, eles conversam sobre as atitudes diferentes das bebês. Ele comenta:

— Hoje, Alexia estava tão quietinha. Ela é um amor de pessoa. Quase não chora e não dá trabalho.

Emma concorda, mencionando: —

Sim, ela é muito mais tranquila.

William, com uma leve irritação, menciona a diferença de comportamento entre as gêmeas: — Diferente da Alícia, que já é mais chorona e manhosa. Deve ser coisa de criança. Espero que ela mude com o tempo.

Emma aponta que, de fato, Alícia é mais agitada, e que talvez seja apenas uma fase.

Ao mesmo tempo, eles admitem que, embora amem ambas as meninas profundamente, sentem uma certa inclinação em direção à Alexia, que parece ser mais fácil de lidar.

Mas essa preferência não muda o fato de que ambos dedicarão todo o amor e cuidado ao desenvolvimento das suas filhas.

Enquanto terminam de preparar o almoço e sentam para comer, William e Emma começam a entender melhor as personalidades únicas de Alexia e Alícia, e se comprometem a ser os melhores pais possíveis para ambas as crianças, independentemente de suas diferenças.

Dez anos se passaram, e eles saíram da Itália e foram morar na tranquila cidade de Westbrook, e a família Blossom cresceu junta, cultivando amor e respeito mútuos.

Numa manhã, William acorda em sua casa e Emma já está de pé, arrumando as meninas para irem para a escola.

Alexia e Alícia, agora com 10 anos, usam uniformes escolares elegantes e impecáveis. As gêmeas usam saias azuis-marinho justas, com camisas brancas engomadinhas e gravatas vermelhas. Os cardigãs escuros trazem o brasão da escola bordado em ouro, destacando o significado da instituição. Seus cabelos são arranjados em tranças idênticas, com fitas azuis contrastando com o preto de seus cabelos.

Enquanto Emma ajuda as meninas a se prepararem, William desce as escadas e se dirige à cozinha para preparar o café da manhã e as lancheiras das gêmeas.

Emma chega com Alexia e Alícia e as senta em suas cadeiras, dando-lhes seus lanchinhos.

William diz: — Amor, hoje eu tenho uma reunião na sede, vou escolher meus novos conselheiros. Posso levar as meninas para a escolinha.

Emma, sorrindo, responde: — Amor, eu agradeço muito.

William, com seu sorriso carinhoso, diz: — Claro, meu bem.

William pega as mochilas das meninas e todos se dirigem ao carro.

Ele as coloca em suas cadeirinhas, ajusta os cintos e segue viagem para a escola.

Ao chegar, William deixa as gêmeas no portão, e como de costume, dá um beijo demorado na testa de Alexia, seguido de um breve beijo em Alícia.

A menina percebe a diferença na atenção do pai, mas não diz nada.

Uma professora recebe as meninas e as acompanha até a sala de aula.

Alexia e Alícia, as belas gêmeas Blossom, são dois anjos encantadores com características físicas notavelmente parecidas, sem dúvida, herança dos pais.

Seus olhos, azuis-marinho intensos, são únicos e fascinantes, sempre atraindo olhares admirados por onde passam. Seus narizes são empinados e finos, combinando harmoniosamente com o rosto delicado das meninas.

Seus lábios são bem delineados, naturalmente pintados com um tom rosado suave que expressa perfeitamente sua doçura e inocência. A pele macia e impecável contrasta com os cabelos negros e sedosos que, ao serem presos em tranças, realçam ainda mais sua semelhança.

Ambas possuem pernas grossas e bem proporcionais, garantindo elegância em seus movimentos.

Desde tenra idade, Alexia tem uma sorridente expressão no rosto, encantando todos que a vêem. Seus olhos brilham com alegria e seu sorriso é contagiante, deixando claro que ela se sente amada e protegida.

Diferentemente, Alícia tenta imitar a irmã geminha, porém, não consegue ser tão espontânea e alegre.

Quando ignorada, Alícia sente tristeza em seu coração e isso reflete em seus gestos. Em um momento como esse, a solidariedade entre as gêmeas se manifesta com força. Percebendo o desânimo da irmã, Alexia se aproxima e diz, com toda a bondade de uma criança: — Só sorrir, mana.

A conexão única entre Alexia e Alícia é evidente, mesmo que seus pais e as pessoas ao redor não consigam enxergar a ligação que as une.

Embora as duas meninas sejam muito parecidas, é possível perceber sutis nuances em suas personalidades que as tornam únicas e especiais em seus próprios caminhos.

Enquanto isso, William parte para o trabalho, ansioso para enfrentar os desafios do dia e o grande passo que sua empresa, Eternal Beauty, dará ao escolher novos conselheiros.

Embora o amor de William e Emma por suas filhas seja incontestável, a diferença na atenção dispensada às gêmeas começa a se tornar mais evidente, causando um leve desconforto em Alícia e deixando um questionamento no ar: o que pode acontecer se essa preferência se manifestar mais explicitamente no futuro?

Cinco anos se passaram e as gêmeas Blossom, agora com 15 anos, estão no ensino médio. Apesar de estudarem na mesma sala, Alexia é mais popular do que Alícia.

A personalidade extrovertida e simpática de Alexia lhe rendeu muitos amigos, enquanto Alícia, mais fechada e antissocial, não conseguiu formar tantos laços.

Como duas das melhores alunas da sala, Alexia e Alícia atraem elogios.

No entanto, Alexia sempre recebe mais atenção, o que causa ciúmes em Alícia, que se comparava constantemente com sua irmã.

No pátio do colégio, Alexia conversa animadamente com seus amigos sobre a festa de 15 anos que as gêmeas irão comemorar.

Enquanto Alícia fica de fora da conversa, Jake, o rapaz que ela secretamente ama, mantém seu olhar fixo em Alexia, o que deixa Alícia cada vez mais deprimida.

Alexia pergunta à irmã se ela convidou suas amigas. Alícia responde com desinteresse, e Dan, o amigo rabugento de Alexia, questiona se ela convidou Jenna, a melhor amiga de Alícia, a quem ele chama de insuportável.

Alícia defende Jenna com veemência, mas Dan continua zombando. Em meio à discussão, Jake intervém e pede para conversar com Alexia a sós.

Os dois se afastam do grupo, e Jake entrega a Alexia uma pequena caixa bem decorada com flores delicadas e um laço dourado.

Alexia fica surpresa com a gentileza e abre a caixa lentamente. Jake confessa que desde que as conheceu por escrito, gostou dela. Em meio à conversa, Jake pede a Alexia para ser sua namorada.

Enquanto isso, Alícia observa a cena ao longe, sentindo uma profunda mágoa pela proximidade de Jake e Alexia. Sua tristeza fica evidente, e ela se pergunta o que fará a respeito de seus sentimentos por Jake.

Enquanto Alexia abre a pequena caixa, seus olhos se arregalam com alegria ao ver um delicado colar e um par de brincos dourados.

Jake, encantador, sorri e explica: - É seu aniversário então queria te dar algo especial. - Ele diz encostando-se no ombro esquerdo dela.

Alexia, emocionada, ergue as sobrancelhas e responde, deixando a caixa sobre a mesa: — Muito obrigada, mas não precisava me dar nada.

Jake, aproveitando o momento, endireita o corpo e decide revelar seus sentimentos:

— Você sabe que gosto de você, então... - Ele diz olhando profundamente em seus olhos.

Alexia, franzindo a testa, interrompe Jake, lembrando de conversas passadas:

— Jake, já falamos sobre isso. - Ela diz franzindo a testa.

— Eu sei, mas esse presente não é pra te pressionar, nem nada disso. É que realmente eu queria te presentear. Sem segundas intenções. - Jake levanta as mãos em defesa, tentando acalmá-la.

Alexia, respirando fundo e sorrindo discretamente, confia nele: — Tudo bem.

Jake, percebendo seu consentimento, se aproxima e revela algo importante, encarando Alexia:

— Eu queria te falar uma coisa. - Ele diz fazendo contato visual com ela.

— Pode dizer. - Alexia sente o rosto esquentar e fica corada.

Jake começa a contar, com um sorriso ansioso:

— Eu vou estudar nos Estados Unidos.

— Você vai embora? - Alexia, arregalando os olhos, fica surpresa e pergunta, inclinando a cabeça.

— Sim, eu me inscrevi para o curso preparatório de agentes da CIA, e fui aprovado. - Jake, entusiasmado, explica sorrindo amplamente.

— Fico feliz por você estar seguindo seu sonho; você sempre quis ser agente. - A garota comemora sua conquista, abrindo um sorriso encantador.

— Sim, é uma oportunidade única, então não posso perder. - Jake continua, com o rosto radiante.

— Seu irmão também vai? - Alexia, curiosa, pergunta sobre seu irmão, inclinando a cabeça.

— Philip vai também; vamos cursar juntos. - Jake confirma, acenando com a cabeça.

— Que legal, Jake. - Alexia, agradavelmente surpresa, elogia com um sorriso sincero.

Jake, reparando em sua surpresa, se lembra de uma promessa, franzindo a testa:

— Eu ainda mantenho a promessa que fiz a você de pé quando nos encontrávamos debaixo daquela mangueira no ano passado.

— Sério? - Alexia sorri, recordando a memória e olhando para a árvore com um sorriso nostálgico.

Jake ergue uma sobrancelha, perguntando:

— Você ainda se lembra?

Capítulo 2

Alexia coloca uma mecha de cabelo atrás da orelha e responde, encarando Jake: — Claro. Você me disse que se casaria comigo quando se tornasse um super agente da CIA, e que não importava onde eu estivesse, você viria me buscar.

Jake sorri, com o rosto suave e confessa: — Sim. E eu vou cumprir isso. Não importa o tempo; por favor, espere por mim.

— Não posso prometer que vou te esperar, pois eu não sei como será a minha vida no futuro. Eu quero primeiro focar nos meus estudos, na minha carreira profissional e, depois de já estabilizada, aí sim eu penso em uma relação. - Alexia se mostra realista, encolhendo os ombros.

— Você sempre tão madura - Jake, esperançoso, tenta entender sua decisão, com um olhar confiante.

Alexia sorri, encolhendo os ombros e explica, com um olhar sincero:

— Não é que eu não gosto de você, Jake; eu já deixei claro que gosto, mas não posso te priorizar.

Com um suspiro, Jake acena com a cabeça, resignado e compreendendo sua decisão.

Alicia observou de longe a cena que se desenrolava entre Jake e Alexia, e não conseguiu evitar a sensação de ciúmes que tomou conta dela.

Ela notou a expressão do rosto dele quando ele apresentou o colar e o par de brincos dourados. Era um sorriso que nunca havia visto antes, e sabia que era impossível que ele a olhasse da mesma maneira.

Quando eles retornaram, os amigos começaram a zombar da conexão de Alexia e Jake, Alícia sentiu-se ainda pior. Ela notou como Alexia e Jake pareciam se encaixar perfeitamente, enquanto ela era tratada como se não existisse.

Ela perguntou se algum dia alguém a olharia daquela maneira, e a tristeza tomou conta de seu coração.

Ela franziu a testa enquanto seus olhos se entristeceram, desejando secretamente ser a garota de quem Jake estava interessado. Alícia apertou os lábios, sentindo um aperto no coração, e olhou para o chão.

— Vocês demoraram em, estão de rolo? Hahahha. - Disse Daniel sarcasticamente.

— Claro que não, Daniel! Somos amigos. - Disse Alexia com um sorriso que a entregava.

— Claro, amigos que se beijam hahaha. - Ironizou Daniel.

— Dan, pelo amor de Deus. - Disse Philip.

— Ele não consegue segurar essa língua. - Disse Danna sorrindo.

— A para! Todo mundo aqui sabe que eles dois se gostam, mas ficam se fazendo de difícil. - Gritou Dan zombando.

— Sim, mas tem um tempo certo pra tudo. - Explicou Danna.

— Que mané tempo certo! Se eles se gostam, tem que ficar juntos. - Ele continuou provocando.

— Mano, não é assim não. Ainda somos bem jovens. Claro que gosto da Alexia, mas temos prioridades que estão acima de qualquer relação. A gente vai priorizar nossa carreira pra depois talvez pensar em alguma coisa. - Jake argumentou.

— Uau, isso é incrível! - Disse Liliana vibrando pelos amigos.

— Tá tá! Mas vocês vão se arrepender melhor se beijarem logo. - Ele então se vira para Alícia e conclui: — Não é Alícia?

— Sei lá. - Ela responde cabisbaixa.

— Sempre sem graça. Por isso nenhum garoto prefere você, eles optam pela melhor. - Ele zomba apontando para Alexia que sorrir.

— Dan, chega de falar da minha vida. - Ela briga de uma forma fofa.

— Não mesmo, sou seu melhor amigo, então vou te perturbar Hahhahahahaha. - Ele diz.

— Eu mereço. - Alexia diz revirando os olhos.

Quando os amigos zombaram sobre a conexão entre Alexia e Jake, Alícia cruzou os braços e encolheu os ombros, tentando esconder sua mágoa.

Ela sabia que era inútil tentar expressar seus sentimentos em meio àquele grupo, já que ninguém a levava a sério.

Enquanto Dan continuava falando, Alícia rolou os olhos, mascarando sua irritação com uma frase sarcástica.

No entanto, sua voz traiu a fraqueza que seu coração estava tentando esconder. Ela desejou ser mais como Alexia, com quem todos pareciam se conectar facilmente, ao contrário dela, que sempre foi rejeitada pelos outros.

Ao escutar as palavras de Jake, dizendo que seu relacionamento era uma prioridade secundária, Alícia sentiu uma dor que a abalou por dentro. Ela concordou com os amigos ao afirmar que não havia tempo certo para o amor, mas a expressão de tristeza em seu rosto mostrou que talvez ela estivesse errada.

Quando Alícia percebeu que estava sendo ignorada pelos amigos, ela sentiu um nó na garganta.

Ela piscou para conter as lágrimas que ameaçavam escapar, mas sem sucesso. Com os olhos marejados, ela recuou para o banheiro, encontrando refúgio em uma cabine e soluçando em lágrimas de frustração e sofrimento.

Alícia chorava abraçando suas pernas contra o peito. Ela se sentia completamente só, sem ninguém que pudesse confortá-la.

A tristeza que ela sentia era muito forte, pois já havia experimentado a rejeição antes.

Mesmo seus próprios pais a tratavam como se ela não fosse o suficiente.

Ela se lembrou de uma noite em que acordou com a voz de seu pai dizendo para sua mãe que desejava ter duas filhas iguais a Alexia.

Ouvir isso a fez sentir-se inútil e sem valor. Aquele episódio a marcou profundamente e ela nunca esqueceu. Seus pais nunca souberam que ela havia ouvido aquilo.

Horas depois, o sinal tocou para irem embora.

Enquanto caminhava para casa, Alícia permaneceu em silêncio, observando de longe a alegria de seus amigos e sua irmã que pareciam não notar sua existência. Seus ombros caíram enquanto ela se sentia cada vez mais solitária e isolada.

Quando Dan e Phil finalmente se afastaram, Alexia e Jake ficaram sozinhos no portão. Alícia entrou sem dizer nada.

A atmosfera se tornou mais íntima entre eles.

— Você não precisa me trazer até em casa. - Disse Alexia.

— Eu gosto de saber que você vai chegar em casa em segurança. - Jake segurou sua mão delicadamente, aproximando-se ainda mais.

Os dois compartilharam um tênue beijo no rosto, um gesto que falava mais do que palavras.

Após Jake se despedir e ir embora, Alexia dirigiu-se para dentro de sua casa.

Dentro da casa, Alexia se dirigiu ao seu quarto e fechou a porta, precisando de um momento para processar os acontecimentos do dia.

Pouco depois, batidas na porta anunciaram a chegada de Alícia.

— Mana, por que você e o Jake não estão juntos? Vocês se gostam. Deveriam estarem juntos. - Disse Alícia, evitando olhar diretamente para a irmã.

— Estamos priorizando nosso futuro. Talvez possamos pensar em namorar depois, mas não sei afirmar. Os sentimentos podem mudar com o tempo. - Alexia, focada em seu celular, respondeu a irmã com desinteresse.

Alícia tamborila seus dedos na mesa do quarto e diz tentando ignorar seus sentimentos por Jake: — Entendi. Uma pena.

— Não acho, apesar de nossas idades, tivemos pensamentos maduros. Jake tem 18 anos, e já é um adulto. Então ele sempre pensa a frente. - Alexi conta.

— Se você diz. - Alícia diz e abre a porta.

Ela deixou o quarto e retornou ao seu próprio espaço.

O quarto de Alícia era um reflexo da jovem que ela era: sonhadora e inteligente. As paredes estavam cobertas com posters de grandes personalidades, como Marie Curie, Frida Kahlo e Amelia Earhart, que mostravam sua admiração por mulheres fortes e influentes.

Ela possuía uma enorme estante com livros que variavam de literatura clássica à filosofia e ciência, revelando seu amor pela leitura e por desenvolver o conhecimento.

Além disso, sua mesa de estudo era bem organizada, com cadernos e materiais de estudo alinhados perfeitamente. Alguns projetos incompletos estavam empilhados em uma das pontas, evidenciando sua dedicação à escola e sua busca contínua por desafios intelectuais.

Na decoração, havia uma série de itens delicados e bem cuidados, como um violino pendurado na parede e um conjunto de pincéis e lápis de cor bem dispostos. Isso revelava o lado artístico de Alícia, demonstrando seu desejo de expressar sua criatividade.

A combinação de elementos acadêmicos e artísticos em seu quarto mostrava que Alícia era uma jovem multifacetada e determinada a seguir seus sonhos.

Algum tempo depois, seu pai, William, chegou em casa.

— Meninas, cheguei! - Ele disse guardando as chaves do carro.

Alexia desceu correndo as escadas e abraçou seu pai que disse:

— Você está forte, hein?

— Haha que nada, pai! - Ela rir.

— O que você anda comendo na escola? - Ele pergunta bagunçado o cabelo dela.

— Pai, onde está a mamãe? - Perguntou Alexia.

— Ela passou no mercado. - Respondeu ele. — E olha o que eu trouxe pra você! Seu doce preferido.

William deu a Alexia uma caixa de chocolates, e os dois conversaram animadamente sobre as novidades do dia.

Alícia, na escada, observava a interação entre pai e irmã e se sentia ainda mais distante.

Alguns dias se passaram, e o grande dia chegou – a festa das gêmeas Alexia e Alícia para comemorar seus 15 anos.

A casa estava decorada com lindas fitas, balões e flores, criando um ambiente mágico. Luzes piscavam ao som das músicas animadas, enquanto esperavam os convidados chegar.

No salão, um enorme bolo de aniversário com duas figuras representando as gêmeas chamava a atenção. A mesa de doces, repleta de guloseimas e salgadinhos era chamativa.

Na área externa, uma pista de dança fora instalada, onde os adolescentes poderiam se divertir a noite toda.

Enquanto isso, Alexia estava em seu quarto, decidindo quais acessórios combinariam com seu vestido. Seu vestido era lindo e romântico, com uma saia longa e volumosa, e um corpete ajustado adornado com delicados brilhos. As mangas caíam elegantemente sobre seus ombros, e uma fita de seda enrolada em torno de sua cintura completava o charme do vestido, indicando sua aura confiante e vaidosa.

Já Alícia estava na cozinha, pensativa.

Ela pegou uma banana, a descascou e deixou a casca no degrau da escada, gritando:

— Alexia, corre aqui!

Alexia saiu correndo do seu quarto e, descuidada, não viu a casca de banana. Ela escorregou e rolou alguns degraus, sentindo uma dor intensa.

Alícia ficou parada, sem reagir. Os pais das meninas chegaram rapidamente, encontrando Alexia no chão, contorcendo-se de dor. Sem hesitar, eles a levaram imediatamente para o hospital.

William chegou às pressas ao hospital, carregando Alexia em seus braços. Assim que cruzaram as portas do pronto-socorro, as enfermeiras se apressaram para socorrê-la. Uma equipe de médicos a examinou rapidamente, fazendo uma série de perguntas sobre o acidente, enquanto outros a colocavam em uma maca, levando-a para a sala de exames.

Enquanto isso, Emma, Alícia e William aguardavam na recepção, todos preocupados com o bem-estar de Alexia.

— Filha, como sua irmã caiu da escada? - William, com um tom de desconfiança em sua voz, perguntou a Alícia sobre como o acidente havia acontecido.

— Eu estava comendo uma banana, mas não vi quando a casca caiu na escada. Chamei por Alexia, ela veio bem rápido e quando desceu a escada ela pisou na casca e desceu rolando alguns degraus. - Ela explicou enfaticamente.

— Foi um acidente, amor, acontece. - A mãe tentou acalmá-los, dizendo que tudo não passou de um acidente.

— Precisa ter mais cuidado, se sua irmã bate a cabeça? - William, furioso, criticou Alícia, ordenando que sua voz gelada.

— Vocês só se importam com a ela, mas esquecem que tem mais uma filha! Sempre foi assim, desde pequena. Acham que eu não percebia a preferência? - Alícia, visivelmente abalada pelo incidente e com raiva, gritou.

Ela saiu do hospital, deixando a raiva consumir seu coração.

— Amor, já não é de hoje que percebo esse tipo de atitude dela. Não sei, mas Alícia parece ter ciúmes da irmã, e isso não é bom. Algo pode acontecer. - William discutiu com Emma sobre o comportamento de Alícia, expressando suas preocupações.

— Não, amor, as meninas se amam. Fica tranquilo. Alexia sempre foi a mais forte. - Emma tentou convencê-lo do contrário.

— Meu bem, acredite em mim, por mais que ela seja nossa filha, não devemos passar a mão na cabeça dela quando claramente ela fez tudo isso de propósito. Desde pequena, ela parece ter inveja da irmã. - William persistiu em seu argumento, afirmando que não deveriam ignorar o comportamento de Alícia quando tudo parecia ter sido feito intencionalmente.

Capítulo 3

Depois de algum tempo, uma enfermeira se aproxima dos pais de Alexia e os informa sobre o estado de saúde da menina:

— A paciente está bem agora. Ela teve uma torção no calcanhar e vai precisar ficar de repouso por uma semana. Depois, ela precisa voltar aqui para tirar a bota ortopédica. Por enquanto, ela precisa de repouso total, mas já pode ir para casa.

Emma, emocionada, agradece à enfermeira:

— Obrigada.

Outra enfermeira aparece, trazendo Alexia em uma cadeira de rodas.

William vai até sua filha e, preocupado, toca seu rosto: — Filha!

Alexia beija a mão do pai e o tranquiliza: — Pai, estou bem.

Sua mãe pergunta, preocupada:

— Filha, está com dor?

Alexia faz uma careta, sentindo uma pontada de dor:

— Um pouco, mãe, mas não se preocupe. - Curiosa, ela pergunta sobre a irmã:

— Cadê a Alícia?

Emma responde: — Está lá fora.

Alícia entra novamente no hospital e pergunta sobre o estado da irmã:

— Você está bem?

Alexia responde positivamente.

Alícia se desculpa pelo ocorrido:

— Me desculpe por não ter tirado a casca da escada.

Alexia a tranquiliza: — Tudo bem, não se preocupe.

A mãe delas sugere partir para casa:

— Vamos para casa então?

Alexia, lembrando da festa planejada, pergunta: — Mas e a nossa festa?

William sugere: — Bom, vamos adiar por um tempo ou cancelar.

Alícia fica furiosa com a ideia: — Cancelar? Não mesmo, estou ansiosa por essa festa há muito tempo!

A mãe rebate: — Mas agora o que importa é que sua irmã fique bem, filha. Como fazer uma festa com ela desse jeito?

Alícia insiste: — Ela pode ir assim.

A mãe a repreende: — É egoísta da sua parte pensar só em você, Alícia!

Alícia, frustrada, rebate: — É o que venho fazendo há anos, pensando só em mim. Já que, pelo visto, a atenção de vocês está sempre voltada para ela.

Alexia tenta acalmar a irmã: — Mana, vamos só adiar então. Quando eu melhorar, a gente faz a festa.

Alícia, ainda chateada, finge um sorriso e concorda com a cabeça.

A família parte do hospital, carregando emocionalmente o peso da situação.

Após chegarem em casa e ajeitarem Alexia no sofá da sala, os pais decidem conversar sobre a situação de Alícia no quarto deles.

William está furioso e preocupado, enquanto Emma tenta manter a calma e encontrar uma solução para a relação conturbada entre as irmãs.

— Isso não pode continuar, Emma. Precisamos levar Alícia a um psicólogo, ela tem inveja de sua irmã, e isso não é saudável! - Diz o pai frustrado passando as mãos pelos cabelos.

— William, talvez o problema seja a maneira como temos tratado as meninas. Talvez tenhamos dado atenção demais a Alexia e deixado Alícia sentindo-se excluída. - A mãe reflete.

— Eu não sei, Emma, mas acho que tudo seria mais fácil se tivéssemos duas Alexias como sempre falo. - O pai desabafa.

Alícia, que estava passando pelo corredor, escuta o comentário do pai e, com o coração apertado, vai para seu quarto. Ela se sente profundamente triste e reflete sobre seus sentimentos de rejeição desde a infância.

Alícia lembra de momentos em que seu pai beijava carinhosamente a testa de Alexia, enquanto ela recebia apenas um beijo rápido e sem importância.

Também recorda quando, aos 10 anos, estava com febre alta, e seus pais lhe deram um medicamento para dormir e melhorar. Quando acordou ainda febril, percebeu que estava sozinha em casa.

Alícia desceu as escadas e viu seus pais chegando com Alexia da sorveteria, que desejava um sorvete.

Naquele momento, ela percebeu que os seus pais faziam uma distinção entre elas e decidiu que seria necessário se tornar como Alexia para ser amada e valorizada pelos pais.

Sentimentos de inadequação e insegurança a atormentam, e a fazem questionar seu lugar dentro da família.

Alícia senta na beira da cama, procurando alguma segurança nos cartões que ela escrevia para seu amor secreto.

Ele nunca havia respondido, porém, ela não desistia de escrever. No entanto, com o tempo, ela deixou de enviar, levando-a a interromper a troca de cartas.

Eles até uma vez, marcou um encontro, o que a deixou feliz e empolgada pela possibilidade de finalmente se aproximarem.

Quando chegou no local combinado, entretanto, ela foi tomada por um sentimento de inferioridade. Ela percebeu que ele provavelmente havia marcado o encontro apenas para demonstrar que o seu interesse estava em outra garota.

Alícia ficou desolada, sentindo que havia sido usada e enganada.

Embora Alícia fosse considerada mais bonita do que Alexia, os homens constantemente olhavam para sua irmã e a usavam para se aproximar dela.

Essa situação causou uma crise de insegurança em Alícia, deixando-a questionar sua auto-estima e valor. O amor e aceitação pareciam distantes, e a comparação com Alexia a corroía, gerando sentimentos de inadequação e dor.

Enquanto isso, Alexia é levada para o quarto de hóspedes no andar de baixo, uma vez que não pode mexer a perna. Ela é instalada com cuidado, e sua mãe, Emma, entra no quarto para verificar se ela está confortável.

— Filha, a cama está confortável? - Pergunta a mãe preocupada.

— Sim, mãe. - Alexia sorri, satisfeita com a atenção e o carinho da mãe.

Emma aproxima-se e dá um beijo na bochecha de Alexia: — Bom, vou trazer algumas coisas suas do seu quarto para cá. Ah, aqui está seu celular. Ele não parou de tocar e vibrar a manhã toda. Eu vi que o Jake te ligou bastante.

— Mãe, mas que sorriso é esse? - Alexia nota o sorriso de sua mãe e fica intrigada ao perguntar.

— Nada, mas você não vai mesmo namorar com esse rapaz? - Emma sorri confiante.

— Não, mãe. A gente ainda somos bem novos. Por mais que eu ame o Jake, não quero namorar agora. - Alexia hesita, mostrando que não está interessada em um relacionamento no momento.

— Esse rapaz é um amor de pessoa mesmo. Hoje em dia é difícil ter homens assim. - Emma rebate, defendendo o caráter do rapaz e continua: — Vou te dizer o que vejo nele: ele com certeza será a pessoa com quem você irá casar um dia. Ele vai te amar tanto que você se sentirá a mulher mais amada do mundo. Afinal, ninguém se apaixona por cartas, meu amor. Apenas amores verdadeiros fazem isso.

— Não sei, Mãe. - Alexia fica sem jeito.

Emma, não desistindo de seu ponto de vista, dá um carinho na bochecha de Alexia: — Tudo bem então. No futuro, a gente volta a ter essa conversa.

Enquanto Emma sai do quarto, Alexia fica pensativa sobre sua mãe citar sobre ela se relacionar por cartas.

Decidida a agradecer o carinho e atenção de Jake, Alexia liga para ele, que atende no primeiro toque:

Jake: Oi, Alexia! Por que não foi à escola hoje?

Alexia responde, com um tom coquete: Eu sofri um acidente aqui em casa.

Jake pergunta, preocupado: Mas você está bem? Está ferida? Precisa de remédio? Quer um chocolate?

Alexia fica corada com as perguntas e diz: Jake, respira, por favor! Sim, eu estou bem. Não, não estou ferida, tive só uma torção. Já estou medicada, e o chocolate eu aceito sim.

Ela ouve Jake sorrir do outro lado da linha, e ele pergunta, ainda preocupado: Mas está bem mesmo?

Alexia responde: Sim, Jake.

Preocupado, ele pergunta: Mas o que houve?

Alexia explica: Eu caí da escada e torci o tornozelo. Mas já fui ao hospital, fui medicada e agora estou com essa bota ortopédica que coça bastante.

Jake zomba, tentando aliviar o clima: Pobrezinha.

Alexia revida: Não ria!

Alexia lembra de outra informação importante e diz: Ah! A festa foi adiada.

Jake diz: Vou avisar pro pessoal. Quer que eu vá aí?

Alexia nega: Não precisa, não hoje. Amanhã você pode vir. Já que irei ficar 1 semana de repouso, então nem vou pra escola.

Jake confirma: Tudo bem! Não irei mais te atrapalhar. Descanse e se precisar de mim, é só ligar.

Eles se despedem, com Jake desejando melhoras a Alexia.

Ela fica com o coração quentinho e pensa se há algo mais nas preocupações e atenção que Jake tem demonstrado. Talvez seja hora de reconsiderar sua relação como algo além da amizade.

Alícia estava no quarto, atentamente falando com suas amigas, por uma videochamada.

As garotas estavam discutindo o acidente que Alexia sofreu ao cair da escada e como isso havia afetado a realização de uma festa.

Alícia: Então, foi assim que ela caiu da escada.

Jenna: Tadinha...

Jennifer: Deve ter doído bastante.

Amy: Ela está bem?

Alícia: Sim, está. A nossa festa foi adiada por causa desse acidente.

Jennifer: Que bom, pois quando sua irmã se recuperar, vocês vão poder festejar.

Alícia: Mas eu queria que tivesse festa mesmo assim.

Jennifer: Amiga, com sua irmã machucada, você teria cabeça pra pensar em festa?

Alícia: Sim, claro. Até porque quem se feriu foi ela, não eu.

Jenna: Nossa, quanta frieza!

Alícia: Frieza? E quando eles me deixaram na cama dopada para irem comprar sorvete para a Alexia? O que foi aquilo, amor?

Amy: Alícia, por um acaso você teve alguma coisa a ver com essa queda? Tipo, foi de propósito?

Alícia: Que pergunta besta é essa?

Jennifer: É só uma pergunta.

Alícia: Não, claro que não.

Jennifer: Certeza?

Alícia: Não estou entendendo vocês. Desde quando são a favor da minha irmã?

Jenna: Alícia, nunca fomos contra. Tudo de ruim que você já falou de sua irmã, são coisas da sua cabeça. Eu conheço pouco a Alexia, mas ela não é isso que você fala.

Alícia: Ah, então a mentirosa sou eu, e ela é a santa só porque vive mostrando os dentes, é isso?

Amy: Calma, não precisa se estressar.

Jennifer: Alícia, mas você sabe que a Jenna tem razão.

Alícia: Quer saber, não preciso de vocês pra nada!

Amy: Só estamos preocupadas no quanto você tem inveja da sua própria irmã.

Amélia: Eu não tenho inveja dela. Uma coisa é ter inveja, outra coisa é perceber desde cedo que nunca fui amada pelos meus pais. Mas o que eu posso falar para garotas superficiais como vocês?

Jennifer: Melhor você procurar ajuda. Isso pode virar um desejo de vingança ou até mesmo uma obsessão.

Alícia: Hahahaha, tenho que rir com vocês, sabe? Tchau!

...Bate-papo encerrado....

Furiosa com a conversa que teve com suas amigas, Alícia se recusa a aceitar que tem inveja e ciúme de sua irmã, Alexia. Ela se debate internamente, negando as acusações de que seus sentimentos negativos a cegam e podem fazer com que ela perca o juízo.

Determinada a provar que está certa, ela decide descer e ver como Alexia está se recuperando.

Ela se aproxima devagar do quarto de sua irmã e bate na porta. Alexia pede para que ela entre. Ao ver sua irmã em uma cadeira de rodas, Alícia sorri internamente e pergunta com preocupação: — Você precisa de alguma coisa?

— Não, mana, estou bem. Obrigada. - Alexia sorri e responde confiante a sua irmã.

— Jake ligou? - Alícia pergunta sem esperar.

— Sim, tadinho. Ele estava todo preocupado com a mulher que ele ama. - Alexia, ainda sorrindo, responde.

Alícia sente raiva, mas mantém uma cara feliz. Ela pergunta: — Ata, e o que ele falou?

— Nada demais, só as coisas de sempre. E também disse que vem amanhã me visitar. - Alexia responde casualmente.

Alícia sente seu coração saltar uma batida, já que secretamente alimenta sentimentos por Jake.

— Ah! Que legal. Jake é um garoto legal, né? - Ela comenta.

— Sim, ele é muito legal e muito importante pra mim. - Alexia concorda. — Bem, você sabe o porquê. Ele me enviava cartas no meu armário, e daí tudo aconteceu naturalmente.

Alícia engole em seco e faz a pergunta que mais lhe interessa: — Não vai acontecer nada entre vocês?

Sua irmã, não percebendo o interesse da irmã no garoto, diz:

— Hummm, acredito que não. Pelo menos não agora. Eu disse a nossa mãe que não via ainda um futuro como Jake, pois sentimentos mudam, e não posso garantir que vou gostar dele daqui a uns anos.

Alícia sente uma ponta de esperança. Ela se aproxima da irmã e pergunta: — Sente dor?

Alexia responde: — Até que não. Quando me mexo, ainda sinto umas fisgadas, mas nada que me atrapalhe tanto.

— Vou fazer um sanduíche pra mim. Vai querer um? - Alícia oferece.

Alexia vibra: — Aquele seu sanduíche que só você sabe fazer? Hummmm.

— Hahhaha, - Alícia sorrir: — esse mesmo.

Alexia lambe os lábios e diz: — Então vou querer.

Alícia abre a porta e diz: — Ok, vou preparar e já trago pra você.

Enquanto sai do quarto, Alexia recebe uma ligação de Dan, seu amigo. Ela atende a chamada, enquanto Alícia sente que foi longe demais ao prejudicar a irmã. Mas o peso da preferência é doloroso demais.

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