Nalanda Narrando
O salão do castelo estava em completo silêncio, interrompido apenas pelo tilintar dos candelabros ao vento e o farfalhar discreto dos vestidos das damas de companhia. No centro do grande salão, a rainha Verônica segurava em suas mãos um colar deslumbrante, cravejado de pedras preciosas reluzentes. No entanto, sua expressão estava longe de ser admirada; seus olhos faiscavam de fúria e desgosto.
À sua frente, Nalanda estava ajoelhada, a pele pálida em contraste com seus cabelos escuros e o olhar confuso, mas determinado. Hana estava ao seu lado, os punhos cerrados, o coração batendo forte contra o peito. Ela conhecia a verdade, e não permitiria que sua amiga fosse acusada injustamente.
Eu: Eu não roubei esse colar, Majestade — disse Nalanda, com a voz firme, mas respeitosa.
A rainha estreitou os olhos. Seu vestido luxuoso farfalhou quando ela se virou para encarar as outras damas da corte que observavam a cena, algumas murmurando entre si.
Rainha Verônica: Então como explica ele estar escondido entre suas coisas? — a rainha retrucou, sua voz afiada como uma lâmina.
Eu: Eu não sei! — Nalanda protestou, levantando-se lentamente. — Eu nunca vi esse colar antes!
Dama: Mentira! — uma das damas da corte exclamou, cobrindo a boca logo em seguida, como se tivesse falado mais do que deveria.
Hana deu um passo à frente, colocando-se entre Nalanda e a rainha.
Hana: Por favor, Majestade, Nalanda nunca faria isso. Ela é uma pessoa honesta! Alguém pode ter colocado esse colar entre as coisas dela de propósito!
A rainha Verônica ergueu uma sobrancelha, um sorriso gélido surgindo em seus lábios.
Rainha Verônica: E você tem provas disso, Hana?
Hana sentiu um nó se formar em sua garganta. Claro que não tinha provas, mas tudo parecia uma armação.
Hana: Eu… eu só sei que Nalanda não faria isso!
A rainha soltou uma risada baixa e sem humor, então fez um gesto com a mão.
Rainha Verônica: Guardas, levem Hana para a sala de castigo. Talvez algumas horas de reflexão ensinem a ela a não interferir nos assuntos reais.
Hana: O quê?! — Hana arregalou os olhos, surpresa. — Não! Por favor, eu só estou tentando ajudar!
Dois guardas se aproximaram e a seguraram pelos braços. Hana se debateu, tentando se soltar, mas o aperto deles era firme.
Hana: Nalanda, diga alguma coisa! — ela gritou, enquanto era arrastada para fora do salão.
Eu: Hana! — Nalanda tentou correr até ela, mas um dos guardas a segurou. — Majestade, por favor, não faça isso!
A rainha ignorou os apelos e voltou sua atenção novamente para Nalanda.
Rainha Verônica: Agora, voltamos ao verdadeiro assunto. Você insiste em dizer que não roubou esse colar?
Nalanda cerrou os punhos, lutando contra o desejo de gritar. Ela sabia que se perdesse a paciência, a rainha usaria isso contra ela.
Eu: Sim, Majestade. Eu nunca tocaria em algo que não é meu.
A rainha deu um passo à frente, segurando o colar diante dos olhos de Nalanda.
Rainha Verônica: Então, me explique como ele foi parar entre suas roupas.
Nalanda respirou fundo, tentando manter a calma.
Eu: Eu não sei. Mas, se me permitir, gostaria de provar minha inocência.
A rainha arqueou uma sobrancelha, interessada.
Rainha Verônica: E como pretende fazer isso?
Nalanda olhou ao redor do salão. As damas cochichavam, algumas riam discretamente, e os guardas mantinham as expressões impassíveis. Ela não sabia quem poderia estar por trás dessa armadilha, mas tinha certeza de que alguém plantou o colar entre suas coisas.
Eu: Me deixe investigar. Se eu tiver permissão para procurar quem fez isso, provarei que não fui eu.
A rainha analisou Nalanda por um longo momento. Então, com um suspiro teatral, ela deu um passo para trás.
Rainha Verônica: Você tem um dia para provar sua inocência. Se não trouxer respostas até o pôr do sol de amanhã, será considerada culpada e receberá uma punição apropriada.
Nalanda respirou fundo, sentindo-se aliviada por ter, pelo menos, uma chance.
Eu: Obrigada, Majestade.
A rainha não respondeu. Apenas virou-se e saiu do salão, levando o colar consigo. As damas da corte se dispersaram, algumas lançando olhares maliciosos para Nalanda.
Ela precisaria encontrar Hana e pensar em um plano rápido.
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Na sala de castigo, Hana estava sentada no chão frio, esfregando os braços para afastar o frio que se infiltrava pelas paredes de pedra. O lugar era pequeno, com apenas uma janela estreita no alto, deixando entrar uma luz pálida.
Ela estava frustrada. Como a rainha podia ser tão injusta? Nalanda estava sendo acusada sem provas, e agora ela estava ali, pagando o preço por tentar defender sua amiga.
O som de passos se aproximando fez Hana levantar a cabeça. A porta rangeu ao ser aberta, e Nalanda entrou, acompanhada por um dos guardas.
Eu: Hana! — ela correu até a amiga e a abraçou.
Hana: Você está bem? — Hana perguntou, preocupada.
Eu: Estou, mas temos um grande problema — Nalanda suspirou. — A rainha me deu um dia para provar minha inocência.
Hana arregalou os olhos.
Hana: O quê?! Como vamos conseguir isso?
Nalanda mordeu o lábio, pensativa.
Eu: Alguém colocou aquele colar nas minhas coisas. Precisamos descobrir quem foi.
Hana assentiu.
Hana: Se alguém armou isso, então essa pessoa deve ter um motivo. Talvez ciúme, inveja…
Nalanda pensou por um momento.
Eu: As damas da corte. Elas estavam cochichando, e algumas pareciam se divertir com a situação. Talvez uma delas saiba de algo.
Hana concordou.
Hana:Precisamos encontrá-las e fazê-las falar.
O guarda Pigarreou, impaciente.
O tempo de visita acabou. Hana ficará aqui até a rainha decidir o contrário.
Nalanda hesitou, mas assentiu.
Eu: Eu voltarei, Hana. E vou provar minha inocência.
Hana sorriu fracamente.
Hana: Eu sei que vai.
Com um último olhar para a amiga, Nalanda saiu, determinada a encontrar a verdade.
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Nalanda passou as horas seguintes observando as damas da corte. Entre elas, uma se destacava: Lady Vivianne. Ela sempre fazia comentários maldosos sobre Nalanda e parecia especialmente satisfeita com a situação.
Disfarçando seu nervosismo, Nalanda se aproximou de Vivianne nos jardins do castelo.
Eu: Lady Vivianne — cumprimentou, forçando um sorriso.
Lady Vivianne: Ora, se não é a ladra — Vivianne disse com um sorriso venenoso.
Nalanda manteve a calma.
Eu: Engraçado como você parece tão certa disso. Como pode ter tanta certeza de que fui eu?
Vivianne piscou, como se não esperasse essa pergunta.
Vivianne: Bem, o colar foi encontrado entre suas coisas. Isso não é prova suficiente?
Nalanda inclinou a cabeça.
Eu: Ou será que alguém colocou lá?
Vivianne desviou o olhar, mexendo nos próprios dedos.
Nalanda percebeu.
Eu: Você sabe de algo, não sabe?
Vivianne bufou, irritada.
Vivianne: E se eu souber? O que você pode fazer? A rainha já decidiu!
Nalanda respirou fundo.
Eu: A rainha pode ter decidido, mas ainda tenho até o pôr do sol de amanhã para provar minha inocência. Se você sabe algo e me contar, posso garantir que seu nome não será envolvido.
Vivianne hesitou. Então, com um suspiro, murmurou:
Vivianne: Foi Lady Amélia. Ela plantou o colar entre suas coisas.
Nalanda sentiu um alívio misturado à raiva. Agora, ela tinha um nome.
Era hora de enfrentar a verdadeira culpada.
Eu: Obrigada, prometo que ninguém vai saber que você me contou, pode ir.
Vivianne sai agradecendo a Nalanda.
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Atualizado até capítulo 84
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