Levi Narrando
A lua cheia pairava alta no céu, iluminando com uma luz pálida o salão ancestral onde aconteceria uma reunião que poderia mudar a história. O castelo de pedra negra, erguido há séculos em território neutro, era o cenário escolhido para o encontro entre duas das raças mais poderosas e rivais do mundo: vampiros e lobisomens.
De um lado da imensa mesa de carvalho, o Rei dos Vampiros, Levi, sentava-se com sua postura impecável e olhar afiado. Vestia um traje escuro, e seu rosto mantinha uma expressão impassível, mas seus olhos vermelhos brilhavam com expectativa. Atrás dele, seus conselheiros e generais vampíricos permaneciam imóveis como estátuas, observando cada detalhe da sala com atenção mortal.
Do outro lado, o Supremo Alfa Hugo cruzava os braços, sua presença imponente fazendo alguns dos vampiros recuarem instintivamente. Seu porte musculoso e os olhos amarelos brilhando na penumbra eram um lembrete da fera que existia dentro dele. Atrás dele, seus betas e deltas estavam tensos, alguns rosnando baixinho ao sentir o cheiro dos vampiros no ar.
A tensão era sufocante.
Eu: Não temos tempo para formalidades — Levi quebrou o silêncio, sua voz soando como um eco na imensidão do salão. — O mundo está mudando. Humanos nos caçam como nunca antes. Outros clãs tentam nos destruir. E, no fim, continuamos matando uns aos outros. É hora de um novo caminho.
Hugo inclinou-se para frente, pousando as mãos sobre a mesa com força suficiente para fazê-la ranger.
Hugo: E esse "novo caminho" inclui confiar em vampiros? — Ele soltou um riso baixo e irônico. — Como se vocês não fossem conhecidos por trair qualquer um para benefício próprio.
Um dos vampiros atrás de Levi deu um passo à frente, os olhos faiscando.
Vampiro: Cuidado com suas palavras, cachorro.
O salão explodiu em murmúrios e rosnados. Os lobisomens avançaram um pouco, exibindo as presas, enquanto os vampiros prepararam-se para atacar.
Levi levantou uma mão e seus guerreiros recuaram. Hugo lançou um olhar severo para os seus, e eles também se contiveram, ainda que com relutância.
Levi:Se quiserem resolver isso com violência, podemos terminar essa reunião agora mesmo. — Levi disse friamente.
Hugo manteve o olhar fixo nele por um longo momento antes de se recostar na cadeira, sinalizando para que seus lobos acalmassem-se.
Hugo:Então me convença, Rei dos Vampiros. Por que eu deveria me aliar a você?
Levi fez um sinal, e um de seus conselheiros trouxe um mapa, desenrolando-o sobre a mesa. Ele apontou para diversos pontos marcados em vermelho.
Levi: Esses são os territórios onde caçadores humanos estão agindo. Eles não fazem mais distinção entre vampiros e lobisomens. Estamos todos na mira deles.
Hugo observou o mapa com atenção, sua expressão tornando-se mais séria.
Hugo: Eles estão avançando rápido.
Levi: Mais rápido do que imaginávamos. — Levi confirmou. — Se continuarmos lutando entre nós, vamos nos enfraquecer. Mas se unirmos forças, podemos acabar com essa ameaça antes que se torne incontrolável.
Um dos betas de Hugo soltou um rosnado.
Beta Nathan: E o que impede os vampiros de nos traírem depois?
Um vampiro respondeu imediatamente:
Vampiro: E o que impede os lobos de fazerem o mesmo?
O salão, mais uma vez, foi tomado por hostilidade.
Hugo inspirou fundo antes de responder.
Hugo: Se quisermos que isso funcione, precisamos de garantias. Eu não confio em você, Levi. E aposto que você também não confia em mim.
Levi assentiu levemente.
Levi: Confiança leva tempo. Mas podemos começar com um acordo temporário. Um pacto de não agressão.
Hugo: E como garantimos que será cumprido?
Levi sorriu, mas havia algo afiado naquele gesto.
Levi: Com sangue.
A sala ficou em silêncio. Os lobisomens se entreolharam, confusos, enquanto os vampiros pareciam entender exatamente o que Levi estava propondo.
Levi: Um ritual antigo. — Levi explicou. — Os líderes de ambas as raças misturam seu sangue em um juramento. Se qualquer um quebrar o pacto, sentirá as consequências imediatamente.
Hugo ergueu uma sobrancelha.
Hugo: Você está disposto a amarrar seu destino ao meu?
Levi: Se isso garantir a sobrevivência do meu povo, sim.
Por um longo momento, Hugo nada disse. Então, um som ecoou pelo salão. Um dos lobisomens, impaciente e furioso com toda aquela conversa, avançou contra um dos vampiros.
Foi o estopim do caos.
Os lobos reagiram instintivamente, e os vampiros não ficaram para trás. Em segundos, o salão virou um campo de batalha. Garras e presas cortavam o ar, móveis eram destruídos e o cheiro de sangue começava a impregnar o ambiente.
Levi e Hugo, no entanto, permaneceram imóveis, observando a cena.
Hugo: Eles nunca vão mudar. — Hugo murmurou, vendo seus guerreiros lutando como se não houvesse amanhã.
Levi cruzou os braços.
Levi: Então talvez precisemos obrigá-los.
De repente, o rei dos vampiros desapareceu em um borrão de velocidade e, quando reapareceu, estava entre os combatentes, segurando um lobisomem e um vampiro pelo pescoço.
Levi: CHEGA! — Sua voz reverberou pelo salão, cheia de poder.
Hugo avançou, liberando um rugido que fez os lobisomens congelarem no lugar.
Hugo: Seus idiotas! Estamos aqui para impedir uma guerra, não para começar outra!
O salão ficou em silêncio novamente. Os lobisomens recuaram, os vampiros também.
Hugo respirou fundo e voltou seu olhar para Levi.
Levi: Vamos selar esse pacto. Agora.
Levi sorriu de lado.
Levi: Acho que finalmente chegamos a um acordo.
E ali, naquela noite, entre resquícios de sangue e destroços de uma sala outrora majestosa, os primeiros passos para uma aliança improvável foram dados.
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Atualizado até capítulo 84
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