Merlinda Narrando
No alto das montanhas celestiais, onde os campos de flores se estendiam até onde a vista alcançava, Merlinda caminhava descalça pela relva macia, sentindo o orvalho fresco sob seus pés. O sol nascente pintava o céu em tons dourados e alaranjados, refletindo-se nas pétalas brilhantes das flores místicas que só cresciam naquele plano. O vento suave trazia consigo o aroma doce das flores celestiais, e a rainha observava em silêncio a imagem que se formava na superfície de um pequeno lago cristalino à sua frente.
A imagem refletia Nalanda, sua filha, que estava sentada em um jardim na Terra, cercada por rosas e lírios. Seu olhar parecia distante, pensativo, e Merlinda sentiu um aperto no peito. Apesar da distância entre os mundos, a conexão entre mãe e filha ainda era forte.
Eu:Ela está diferente — murmurou Merlinda, sem tirar os olhos da visão diante dela.
Edrion: Sua filha está crescendo, minha rainha — disse uma voz masculina atrás dela.
Merlinda se virou e viu seu fiel subordinado, Edrion. Ele era um guerreiro leal, de postura firme e olhar sábio, vestindo uma armadura prateada reluzente, que refletia os primeiros raios de sol.
Eu: Crescendo… e se distanciando — Merlinda suspirou.
Edrion aproximou-se, cruzando os braços.
Edrion: Isso era esperado, não? A senhora sempre soube que esse momento chegaria.
Eu: Saber não torna mais fácil, Edrion — respondeu ela. — Nalanda está mudando, tomando suas próprias decisões… Eu vejo sua força, mas também vejo sua solidão.
Edrion assentiu, observando a água junto com sua rainha.
Edrion:Talvez seja a hora de guiá-la mais de perto.
Merlinda olhou para ele, ponderando suas palavras.
Eu: Você acha que devo ir até ela?
Edrion: Eu acredito que sua presença pode trazer o conforto que ela precisa. Ou, pelo menos, algumas respostas.
Merlinda permaneceu em silêncio por um instante, depois respirou fundo e estendeu a mão sobre o lago. O reflexo da filha começou a se dissolver como uma brisa suave, e, em seu lugar, surgiu um portal brilhante, oscilando com energia celestial.
Eu: Está decidido. Eu vou à Terra.
O Encontro
Na Terra, o sol já brilhava alto quando Nalanda caminhava pelo jardim do castelo, sentindo a brisa da manhã acariciar sua pele. As flores estavam em plena floração, e o perfume delas misturava-se com o cheiro fresco da grama. Apesar da beleza ao seu redor, seu coração estava inquieto. Algo dentro dela sussurrava que mudanças estavam chegando.
Ela se sentou em um banco de pedra sob a sombra de uma árvore, fechando os olhos por um momento. O canto dos pássaros acalmava sua mente, mas um súbito arrepio percorreu sua espinha. Havia algo diferente no ar.
Quando abriu os olhos, viu uma silhueta feminina à sua frente, envolta em um brilho suave. Seu coração acelerou ao reconhecer a figura.
Nalanda: Mãe? — a voz de Nalanda saiu hesitante, quase como um sussurro.
Merlinda sorriu, seus olhos azuis refletindo amor e saudade.
Eu: Sim, minha querida.
Nalanda levantou-se de imediato, sentindo-se dividida entre correr para os braços da mãe e recuar de surpresa.
Nalanda: Como... como você está aqui?
Eu: Eu sempre estive com você, Nalanda. Só que agora, achei que era hora de nos encontrarmos novamente.
Nalanda sentiu um nó na garganta. Desde pequena, ouvira histórias sobre sua mãe, sobre como ela governava em um reino distante, entre dimensões. Mas vê-la pessoalmente, depois de tanto tempo, parecia irreal.
Nalanda: Eu… pensei que você nunca poderia voltar — murmurou.
Merlinda aproximou-se e tocou suavemente o rosto da filha.
Eu: O tempo e a distância não podem me impedir de cuidar de você.
Nalanda desviou o olhar por um instante.
Nalanda: Então por que demorou tanto?
Merlinda suspirou.
Eu: Eu queria que você crescesse forte por conta própria, que encontrasse seu caminho. Mas agora, vejo que há perguntas em seu coração, e eu estou aqui para responder.
Nalanda cruzou os braços, confusa e cheia de emoções conflitantes.
Nalanda: Você me observou esse tempo todo?
Eu: Sim — Merlinda confirmou, olhando ao redor. — Eu vi suas conquistas, suas dificuldades… e sei que há algo dentro de você, um poder que ainda precisa ser compreendido.
Nalanda franziu a testa.
Nalanda: O que quer dizer?
Merlinda sorriu, mas seu olhar continha um mistério.
Eu: O tempo certo chegará, minha filha. Mas antes, eu quero apenas estar com você, ouvir sua voz, sentir sua presença.
Nalanda hesitou, mas, no fundo, desejava aquilo mais do que qualquer coisa.
Nalanda: Eu também quero isso — disse baixinho.
A rainha segurou as mãos da filha e a puxou para um abraço. Por um momento, o mundo pareceu parar ao redor delas.
O dia passou rapidamente enquanto mãe e filha caminhavam pelo jardim, conversando sobre tudo e nada ao mesmo tempo. Merlinda contou histórias de seu reino, dos desafios que enfrentava como governante, e Nalanda falou sobre suas próprias experiências, seus amigos, suas dúvidas.
Mas no fundo, algo permanecia não dito. Nalanda sentia que sua mãe escondia algo importante.
Quando o sol começou a se pôr, a jovem finalmente tomou coragem.
Nalanda: Mãe… você veio apenas para me ver, ou há outra razão?
Merlinda fitou o horizonte, onde o céu se tingia de tons avermelhados.
Eu: Eu vim para lhe avisar.
O coração de Nalanda disparou.
Nalanda: Sobre o quê?
Merlinda virou-se para ela, seu olhar sério.
Eu: Há forças que começam a se mover, minha filha. Coisas que estavam ocultas estão vindo à tona. E você está no centro de tudo isso.
Nalanda sentiu um arrepio.
Nalanda: Isso tem a ver com o poder que você mencionou antes?
Merlinda assentiu.
Eu: Sim. Você carrega em si algo precioso e perigoso ao mesmo tempo. Algo que muitos desejam… e alguns tentarão tirar de você.
Nalanda respirou fundo, tentando absorver aquelas palavras.
Nalanda: Então… o que eu devo fazer?
Merlinda segurou as mãos da filha e olhou profundamente em seus olhos.
Eu: Não tema o que está dentro de você. Abrace sua força, mas também sua sabedoria. Você não está sozinha, Nalanda. Eu estarei sempre com você, mesmo quando não puder estar fisicamente ao seu lado.
Nalanda assentiu, sentindo um misto de medo e determinação.
Nalanda: Eu prometo que não vou fugir do que sou.
Merlinda sorriu, orgulhosa.
Eu: Então você já está no caminho certo.
O vento soprou suavemente, e, quando Nalanda piscou, sua mãe havia desaparecido, deixando para trás apenas um brilho dourado e o perfume das flores.
Ela olhou para o céu estrelado e sussurrou:
Nalanda: Obrigada, mãe.
Ela sabia que sua jornada estava apenas começando.
Nalanda: Eu amo-te, mãe. Senti a sua falta...
Eu: Eu também amo você, minha menininha, você está a crescer tornando-se uma bruxinha linda, o seu pai vai encontrar-lhe logo a minha filha, então aguente mais um pouco tá bom?
Nalanda: Eu prometo mãe, vou aguentar o tempo que for preciso para estar com o papai.
Merlinda abraça a filha apertado e se despede pois precisará voltar, mas sussurra um segredo no ouvido da filha que fica surpresa e sorri. Logo Merlinda vai embora.
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Atualizado até capítulo 84
Comments
Janete Matos De Almeida
parabéns autora
2025-03-16
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