Hugo Narrando
O destino me tirou muitas coisas. A guerra, a responsabilidade, as perdas – tudo isso moldou quem eu sou hoje. Como Supremo, minha obrigação é proteger os meus. Mas desta vez, minha luta não é pela alcateia.
É por ela.
Minha companheira.
Não sei seu nome. Não sei como ela é. Mas sei que existe, e sei que está em perigo. Algo dentro de mim clama por ela, uma dor silenciosa que cresce a cada dia sem sua presença. E agora, depois de tanto tempo, finalmente tenho uma pista.
Ela foi levada. Escravizada.
E eu não descansarei até encontrá-la.
A Busca Pelo Invisível
O pai dela apareceu diante de mim como um homem que já perdeu tudo. Seu olhar era sombrio, marcado pela dor da tragédia que destruiu sua família. Ele não me conhecia, mas sabia que eu era sua última esperança.
Robson: Se você realmente sente que ela é sua, então lute ao meu lado — disse ele, sua voz carregada de desespero.
Não precisei de mais nada. Eu já estava pronto para enfrentar o inferno por ela.
Seguimos os rastros da destruição deixados pelos caçadores. A aldeia onde bruxas e bruxos viviam estava em ruínas, o cheiro de cinzas ainda impregnado no ar. Corpos haviam sido abandonados ao tempo, e as marcas da batalha contavam uma história cruel.
Robson: Eles mataram minha esposa na minha frente — disse o pai dela, a voz carregada de dor. — Minha filha foi levada, e desde então, tenho caçado esses malditos.
Minha mandíbula se contraiu.
Eu já sabia o que era perder alguém.
O problema era que não sabíamos para onde a haviam levado. Os caçadores de escravos não deixam rastros fáceis.
E então, após semanas de busca, conseguimos uma pista.
Mark: Ela foi vendida — revelou um informante. — Mas não para mercadores comuns.
Eu: Para quem? — perguntei, sentindo meu peito apertar.
O homem hesitou, mas sob minha ameaça, cedeu.
Mark: Para a família real de outro reino.
Silêncio.
Senti um frio me percorrer.
Isso complicava tudo.
Demônios do Passado
Naquela noite, enquanto descansávamos à beira da estrada, o pai dela me observou com um olhar que me incomodava. Ele me estudava, como se tentasse desvendar algo dentro de mim.
Robson: Você não fala muito sobre si mesmo — ele comentou.
Dei de ombros.
Eu: Não há muito o que dizer.
Ele estreitou os olhos.
Robson: Mas há muito o que esconder, não é?
Fiquei tenso.
Eu: O que quer dizer com isso?
Ele suspirou, como se já soubesse a resposta.
Robson: Eu vejo nos seus olhos. Nos seus silêncios. Você carrega algo dentro de si… algo que te assombra.
Respirei fundo, desviando o olhar para o fogo. Durante anos, enterrei as memórias da infância. O sofrimento, o medo, a perda. Eu não falava sobre isso com ninguém.
Mas ele viu.
Robson: O que aconteceu com você, Hugo?
Minha garganta se fechou. O nome dele me lembrava dela. Minha companheira. A filha dele.
Ele merecia respostas.
Mas eu não conseguia dá-las.
Olhei para ele e, pela primeira vez, deixei um pouco da verdade escapar:
Eu: Algumas cicatrizes não podem ser apagadas.
Ele permaneceu em silêncio por um momento antes de murmurar:
Robson: Não precisa carregar isso sozinho.
Respirei fundo e o encarei.
Eu: Mas preciso. E quero que prometa que isso ficará entre nós.
Ele me olhou por um instante, como se tentasse decidir se me questionaria mais. Então, apenas assentiu.
Eu sabia que ele respeitaria meu pedido.
Mas também sabia que, cedo ou tarde, ele descobriria a verdade.
E eu não sabia se estava pronto para isso.
A Promessa
O caminho à frente era incerto. Agora que sabíamos onde ela estava, invadir um reino e enfrentá-los seria um desafio maior do que qualquer batalha que já travei.
Mas nada me impediria.
Porque ela é minha.
E eu prometo, onde quer que esteja, eu a encontrarei.
E ninguém jamais irá machucá-la novamente.
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Atualizado até capítulo 84
Comments
Alexandra Moreira da Silva
como ele sabe que ela é a destinada
2025-03-18
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