Capítulo 8 Partida

Finalmente chegou o dia, hoje vamos viajar. Tentei ligar para o Ricardo, mas não consegui falar com ele, não consegui avisar que estou a viajar com a família dele, é incrível que depois que ele foi embora, não falei mais com ele.

Partimos para o helicóptero, ainda bem que é confortável para o Henrique, dá pra ele viajar na maca. Fico tão triste em ver um rapaz tão bonito assim, sem conseguir se comunicar, sem conseguir andar ou tomar suas próprias decisões. Mas tenho muita fé que ele vai levantar e continuar sua vida de onde parou.

Chegamos ao nosso destino. Eu pensei que iríamos ficar em alguma cidade, para que dessem continuidade ao tratamento do Henrique, mas na verdade, fomos para o campo, sério, e que campo. Montanhas e entre elas um rio, a imagem mais linda que eu já vi na minha vida. Parece até um quadro pintado pelo artista mais competente que já existiu. Eu viveria aqui o resto da minha vida.

A casa parece um palacete, portas imponentes, cada cômodo de fazer inveja a qualquer rei ou rainha. Imaginava que essas pessoas eram ricas, mas, não ao ponto de terem um lugar como esse num país tão lindo e organizado.

Fui tirada dos meus pensamentos por dona Liz, que disse-me que precisamos conversar sobre os termos da nossa atual convivência, e em como terei que agir aqui. Confesso que fiquei com um friozinho na barriga.

Uma semana depois...

Nos instalamos, dona Liz disse que hoje nós sentaremos para falar sobre como serão os cuidados com Henrique e que tem algumas revelações para fazer. Confesso que desde criança, não gosto muito de revelações, pois elas sempre vinham acompanhadas de castigos físicos depois.

Liz- Mariana, tenho algumas coisas para lhe falar, não quero que você me entenda mal, quero que tenhamos uma boa convivência e peço que me perdoe pelo que lhe direi.

Mariana- O que a senhora falaria que me deixaria tão mal? Não entendo, pois, nos conhecemos há menos de um mês.

Liz- A alguns dias atrás, a sua mãe procurou-me, ela estava desesperada para, que eu a ajudasse com um problema financeiro e em troca casaria você com o meu filho, pois, penso que com o calor humano de alguma mulher, o meu filho daria sinais de melhoras.

Mariana- A minha mãe vendeu-me? É isso que a senhora está dizendo?

Liz- Não entenda dessa forma querida, penso que foi uma troca de ajuda, eu ajudei-os e ela ajudou-me. Pensando bem, com o seu caráter e a forma amorosa e justa com a que cuida do meu filho, eu saí a ganhar mais que ela, pois apesar do pouco tempo, o meu coração já acolheu você como uma verdadeira filha. E saiba que se me ajudar com o meu Henrique, eu colocarei o mundo aos seus pés

Mariana - Dona Liz, eu não queria falar dessa maneira, mas eu conheci o seu filho, Ricardo num momento de tristeza e ele tomou conta de cada sentimento que existe dentro do meu coração, nos encontrarmos algumas vezes na cachoeira que fica na divisa das nossas fazendas. Apesar de não ter tido algo mais íntimo, nós fizemos juras de amor e planos para uma vida futura juntos.

Liz- Oh, querida! quer dizer que o moço que a sua mãe mencionou era meu próprio filho? Ela disse-me que era um rapaz de má índole e que não faria bem a você.

Mariana- Ela disse o quê? Oh! meu Deus. A minha própria mãe. Agora não entendo porque ela fez isso, se ela sabia que não era verdade. Dona Liz, porque fizeram isso? Como me casei sem ao menos perceber?