capítulo 5 A traição

Dona Cleide acordou cedo, se arrumou e caminhou em direção a fazenda Santa Clara, ela estava decidida a se livrar da filha mais velha. Ia dar um jeito, ia fazer com que o casal levasse a filha para o mais longe possível.

Cleide- Dona Liz, eu preciso falar com a senhora. A senhora é mãe e quer o melhor para o seu filho, assim como eu sou mãe e quero o melhor pra a minha filha. Por isso quero propor um acordo.

Liz- acordo dona Cleide? que tipo de acordo?

Cleide- Quero casar a minha filha com o seu filho, pode fazer um contrato onde ela não tenha direito a nada, pode fazer como a senhora quiser, só preciso que a senhora não conte ser um contrato de casamento, e para me ajudar financeiramente com um empréstimo que fizemos para salvar a fazenda, e agora não estamos conseguindo quitar. E o mais importante, a senhora precisa levar ela para um local longe e isolado.

Liz- Mas dona Cleide, porque eu faria isso? E o mais importante, porque a senhora quer se livrar da sua filha dessa maneira?

Cleide- a minha Mariana sempre foi uma boa menina, sempre ajudou em casa, nunca deu trabalho, mas agora está se envolvendo com um rapaz que não é boa coisa, ele tem filhos espalhados por todo o lado, quero preservar a minha filha, sei que será uma esposa maravilhosa para seu filho: ela ama lê, ama escrever, sabe se comportar, sabe entrar e sair dos lugares, eu eduquei-a para fazer parte de uma família de classe, creio que se ela passar um tempo longe, ele irá procurar outra moça pra desvirtuar. E Mariana estará preservada e respeitada dentro de um casamento.

Liz- eu acho um motivo justo e sei que ajudarei assim como ela ajudará o meu filho. Mas como vamos fazer para ela não desconfiar de que estará a assinar um contrato de casamento?

Cleide- a senhora vai fingir que vai contratar ela para cuidar do seu filho, fará ela assinar um documento de sigilo, já que poucas pessoas sabem do seu outro filho, que é um segredo que ele se encontra nesse estado.

Liz- pois traga ela, que eu, meu marido e nosso advogado estaremos a esperar por ela em dois dias.

Cleide- pode deixar que até lá, eu vou convencer ela, direi que ela precisa nos ajudar nas despesas da casa e assim ela vai aceitar o emprego.

Dona Cleide vai aos afazeres, satisfeita, pois conseguiu o que queria e agora pode abandonar esse emprego, já que ela não precisa dele, estava apenas porque tinha um claro objetivo e agora parece que tudo está se encaminhando para o esperado.

Cleide- Maria Clara eu preciso de você. Para que o meu plano dê certo, precisamos fazer com que a Mariana pense que estamos passando por grande necessidade, e temos apenas dois dias.

Vamos deixar o seu pai e seu irmão de fora dessa história, não falaremos nada pra eles, pois eles precisam pensar que ela fugiu com algum sem futuro.