(13) "Ardor e Destino"

Siena

Já é bem tarde da noite, e acordo com os resmungos de alguém. Levanto-me, ajeitando a pequena camisola que cobre meu corpo. Saio do quarto e vou em direção ao quarto de Jasmine, mas me detenho ao perceber que o barulho vem do quarto de Derek.

Um arrepio percorre minha espinha ao lembrar do que ele disse sobre acasalar comigo. Meu rosto esquenta só de pensar nisso, mas ao mesmo tempo, vê-lo ardendo em febre é bem pior.

Caminho a passos lentos até a porta do quarto dele e bato suavemente.

— Derek?... Está acordado? — pergunto, mas não obtenho resposta.

Sei que não é certo, mas acabo forçando um pouco a porta. Percebo que está destrancada, respiro profundamente e adentro o quarto. A escuridão é quebrada apenas pela luz da lua que entra pela janela aberta. Meus olhos encontram Derek na cama, próximo à janela. Ele se vira de um lado para outro, resmungando palavras desconexas.

— Eles se foram... Se foram... — diz ele, a voz trêmula como se estivesse com frio.

Agoniada, aperto o tecido da minha camisola, mas rapidamente caminho até ele. Ao me aproximar, vejo como ele está suado e tremendo. Coloco minha mão sobre sua testa e meus olhos se arregalam ao constatar o quão quente ele está.

Sem demora, vou até a cozinha e pego uma vasilha com água fria. Retorno ao quarto e meus olhos varrem o local até encontrar o que parece ser sua camiseta ao lado da cama.

— Isso vai servir — murmuro para mim mesma, indo em direção à camiseta.

Assim que a pego, mergulho-a na água fria e me sento na beira da cama, colocando a compressa improvisada na testa dele. O contato do pano úmido e frio com sua pele quente faz com que ele solte um suspiro estremecido.

Engulo em seco, mas conforme vou colocando a compressa, parece não fazer efeito. As palavras de Derek ecoam na minha mente: "Se eu não acasalar com você em breve, isso só vai piorar."

Sentada ao lado dele, sinto a tensão aumentar. Ele continua a resmungar, preso em seu próprio tormento. Olho para seu rosto contorcido de dor e sofrimento, sentindo uma onda de empatia e preocupação inundar meu peito.

— Derek... — sussurro, minha voz cheia de angústia.

Ele então abre os olhos, e o choque toma conta de mim ao ver o quanto vermelhos estão seus olhos.

— Siena... saia daqui, por favor... não é seguro — diz ele, suas palavras sussurradas e trêmulas.

Determinada, me levanto. O brilho da lua se intensifica sobre mim enquanto olho profundamente para ele. Com um gesto resoluto, retiro minha camisola, ficando completamente nua em sua frente.

— Eu quero ser sua de corpo e alma, Derek... Assim como tenho seu coração, você tem o meu.

Derek fica imóvel por um momento, seus olhos vermelhos me analisando. Sua respiração se torna mais pesada, e ele luta contra o desejo e a dor que claramente sente. A intensidade do momento é palpável, cada segundo se alongando como uma eternidade.

— Siena... — ele sussurra, a voz rouca e cheia de conflito. — Você não entende... Se nos unirmos agora, não será apenas desejo. Será algo profundo, algo que mudará nossas vidas para sempre.

Meus olhos não desviam dos dele, e eu dou um passo à frente, aproximando-me da cama.

— Eu entendo, Derek. E estou pronta para isso. Não posso te ver sofrer assim. Se isso é o que precisamos, então vamos enfrentar juntos.

Ele se senta lentamente, sua expressão uma mistura de dor e desejo contido. Estendo a mão para ele, tocando sua bochecha suada e quente. Seu corpo treme sob meu toque, e ele fecha os olhos por um momento, respirando fundo.

— Não quero te machucar, Siena — ele diz, abrindo os olhos e encontrando os meus.

— Você não vai me machucar — respondo, a voz firme. — Confio em você, Derek. Estamos nisso juntos.

Derek parece lutar consigo mesmo por mais um instante, então finalmente cede, puxando-me para junto dele. Seus braços me envolvem com uma intensidade que mistura necessidade e ternura. Sinto seu corpo quente contra o meu.

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