O Demônio da Noite

Capítulo 3: A Jornada de Eldric

Subcapítulo 1: O Demônio da Noite

A Vida pede desculpas por não ter contado antes:

— Olha, também peço desculpas por mentir para você!

— Mentir? — Eldric pergunta, confuso.

A Vida afirma com um tom sincero:

— Eu tinha dito que foi a primeira vez que tomei forma física, mas a primeira vez de verdade foi para salvar você, quando era só um bebê.

Eldric entende a razão dela:

— Tudo bem! Você tinha os seus motivos para não contar logo de cara.

Ele pondera por um momento e pergunta:

— Você é minha mãe ou algo assim? Mãe adotiva?

A Vida, com um olhar incerto, responde:

— Eu não sei dizer se sou algo como sua mãe. Eu nem criei você até a idade adulta! Mas eu considero você como da família.

Eldric, com um sorriso caloroso, fala:

— Acho que depois disso, você é a pessoa mais próxima que eu tenho de mãe!

Ele se levanta, monta no cavalo e estende a mão para a Vida, dando-lhe apoio para subir na garupa do cavalo.

Após um tempo de viagem, Eldric vê ao longe uma cidade cercada por muros de pedra. O chão ao redor tinha terra preta e molhada, e as árvores mais próximas estavam mortas, pingando um líquido viscoso de dentro dos troncos. O céu parecia perpetuamente nublado sobre a cidade, e corvos se alimentavam de restos de animais mortos.

Ao se aproximarem pelo caminho de terra, eles sentem um fedor insuportável, capaz de fazer qualquer um desmaiar. A Vida observa com tristeza os animais mortos próximos ao caminho. O cavalo, Flufluzinho, começa a demonstrar medo, mas Eldric o conforta, passando a mão em seu pescoço.

— Calma, garoto! Vai ficar tudo bem!

A energia ruim daquele lugar era palpável, e Eldric não pôde deixar de expressar seus pensamentos em voz alta:

— O que aconteceu com esse lugar?

Ao passarem pelo portão principal, a primeira visão do lugar é de pura miséria. Pessoas extremamente magras, enroladas em cobertores velhos e sujos, olhavam para eles com olhos vazios, como se pedissem que os matassem para acabar com seu sofrimento. Suas peles estavam pálidas e sem cor, quase translúcidas.

— O que houve com esse lugar? Parece que todos os moradores estão assim! — Eldric comenta, perplexo.

A Vida finalmente levanta a cabeça para olhar ao redor e fica espantada com tal visão.

— Estão sofrendo! Mas por que todos estão assim?

Eldric sugere uma possibilidade:

— Será uma doença? Nunca vi nada assim!

A Vida observa com mais atenção e percebe algo estranho.

— Parece que a vitalidade de todos foi sugada, mas os deixou vivos para sofrerem!

Eldric se pergunta:

— O que pode fazer isso? Não só as pessoas, mas as árvores e os animais foram sugados!

A Vida responde com seriedade:

— Um demônio da noite!

— Um demônio da noite? — Eldric pergunta, curioso, pois nunca tinha ouvido falar em algo assim.

A Vida explica:

— Um demônio da noite é uma criatura maligna. Eles existem desde que este mundo foi criado! Eles sugam a vitalidade de tudo!

Mais à frente, Eldric vê algumas crianças sofrendo e para o cavalo. Ele se vira para a Vida com um olhar sério.

— Você consegue ajudar essas pessoas?

A Vida assume uma expressão séria e balança a cabeça afirmativamente.

— Sim, posso.

A Vida desce do cavalo e caminha em direção às crianças, sua expressão suave e compassiva. Ela se ajoelha ao lado de uma menina que parecia estar à beira da morte. Com um gesto gentil, coloca a mão sobre o peito da criança e fecha os olhos. Uma luz suave e cálida começa a emanar de sua mão, envolvendo a menina em um brilho dourado.

Pouco a pouco, a cor volta ao rosto da criança, suas bochechas ganham um leve rubor e seus olhos se abrem, cheios de vida. Eldric observa, maravilhado, enquanto a Vida repete o processo com outras crianças e adultos ao redor.

— Você é incrível — Eldric diz, com admiração.

A Vida sorri, mas há uma sombra de tristeza em seus olhos.

— Obrigada. Mas isso é apenas um começo. Precisamos encontrar e derrotar o demônio da noite para que essa cidade possa realmente se recuperar.

Eldric assente, determinado.

— Então vamos encontrar esse demônio e acabar com ele.

A Vida olha ao redor, sentindo a presença do mal, e aponta para uma colina ao longe.

— Sinto que a origem desse mal está naquela direção. Vamos.

Eldric monta novamente em Flufluzinho, ajudando a Vida a subir. Com determinação renovada, eles seguem em direção à colina, prontos para enfrentar o demônio da noite e trazer a esperança de volta àquela cidade devastada.

Ao se aproximarem do local onde o demônio da noite residia, Eldric sente uma dúvida urgente crescer dentro dele. O ambiente ao redor está imerso em uma penumbra opressiva, e a paisagem à sua frente se torna cada vez mais desoladora. Árvores mortas se erguem como espectros, suas cascas secas pingando um líquido viscoso. O solo é negro e molhado, exalando um odor pútrido que parece impregnar o ar.

Eldric pergunta, com um tom de urgência na voz:

— Como a gente mata um demônio da noite?

A Vida, parada ao seu lado, observa a devastação com tristeza nos olhos. Ela pensa por um momento, a luz suave ao seu redor contrastando com a escuridão circundante.

— Bem... Acho que feri-lo seriamente já é o suficiente para matá-lo — responde, sua voz carregada de uma calma serena, mas também de uma tristeza profunda.

Eldric sente um frio na espinha ao pensar em enfrentar uma criatura que suga a vida das coisas. O medo cresce dentro dele, mas ele mantém a determinação firme.

— Você vai ficar bem? Tipo, ele não pode te ferir, né? — pergunta Eldric, a preocupação evidente em seu tom.

A Vida sorri timidamente, um gesto que irradia conforto e esperança, apesar do ambiente sombrio.

— Não se preocupe! Ele não pode sugar minha vitalidade, pois ela é infinita. E ele não pode te ferir também. Você só pode morrer de velhice.

Eldric solta um suspiro aliviado, mas o alívio é curto. Ao se deparar com a paisagem à sua frente, ele fica espantado. Havia uma pilha de ossos — restos de vidas que o demônio da noite havia devorado. A visão é tão chocante que Eldric sente o coração apertar, a raiva e a tristeza se misturando dentro dele. A Vida, ao seu lado, não consegue conter as lágrimas que escorrem silenciosamente pelo seu rosto. A dor e a compaixão em seus olhos são palpáveis, refletindo o sofrimento das almas perdidas.

Ao ver ossos de crianças entre a pilha, uma fúria intensa surge no coração de Eldric. Ele sente o sangue ferver, os punhos cerrados com tanta força que seus nós dos dedos ficam brancos. Cada fibra de seu ser clama por justiça.

Do fundo de uma caverna próxima à montanha em frente, uma voz ecoa, gélida e sinistra, cortando o ar pesado como uma faca:

— Mas que honra! A própria Vida vem à minha humilde casa!

A voz solta uma risada estridente, uma risada que reverbera nas entranhas de Eldric, fazendo suas costelas vibrarem com a intensidade do som. A escuridão parece se aprofundar, e um frio sobrenatural invade o ambiente.

Eldric, com os olhos brilhando de determinação e raiva, grita:

— Mostre-se, seu monstro!

Das sombras da caverna, uma figura emerge lentamente. O demônio da noite é uma visão de pesadelo, com pele negra e olhos brilhantes como brasas. Seus dentes afiados e sorriso cruel causam calafrios. A aura em volta dele parece sugar a luz ao seu redor, tornando o ambiente ainda mais sombrio e opressivo. Cada movimento seu é um desafio à própria natureza.

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