A Aparição da Vida

Capítulo 2: O Encontro com a Vida

Subcapítulo 1: A Aparição da Vida

Após horas e horas de choro, Eldric decidiu enterrar todos os mortos, para que tivessem um lugar digno para descansar. O vento frio acariciava seu rosto enquanto ele cavava sepulturas na terra dura, seus músculos doloridos e suas mãos cobertas de calos e feridas.

Dois dias se passaram e Eldric ainda estava enterrando seus companheiros da vila. O som distante de corvos ecoava pelo ar, um lembrete sombrio da desolação ao seu redor. Após terminar, ele foi até o túmulo de sua amada, que havia enterrado próximo ao túmulo de seus pais. Sentou-se ali, sentindo o peso da dor e da solidão. A lua cheia lançava uma luz pálida sobre a cena, criando sombras fantasmagóricas entre as árvores.

De repente, senti uma onda de energia atravessar meu ser. Tomei forma física atrás dele. Nunca havia feito isso antes. Minha irmã era quem tinha o costume de tomar forma física. A brisa noturna soprou levemente, fazendo minhas longas mechas de cabelo flutuarem no ar. Não sabia como abordá-lo, mas minha simples presença fez com que a vida ressurgisse. Ao tocar meus pés descalços no chão, brotaram grama e flores por todo o local que outrora fora a vila. O cheiro doce das flores recém-nascidas preencheu o ar, trazendo uma sensação de renovação e esperança.

Eldric, vendo as plantas nascerem do nada, ficou confuso. Ele olhou para trás e viu uma mulher, totalmente despida diante dele, com uma aura de luz envolvendo seu corpo. A luz parecia pulsar suavemente, criando um brilho cálido que contrastava com a escuridão ao redor.

Vida: Me desculpe! É que eu nunca tinha feito isso antes! - Disse com uma voz suave, mas cheia de incerteza, enquanto seus olhos brilhavam com um misto de curiosidade e timidez.

Eldric ficou paralisado diante da Vida, seu cérebro não conseguia processar tamanha presença. Ele sentiu um calafrio percorrer sua espinha, seus olhos fixos na figura etérea diante dele.

Eldric: Quem é você? - Perguntou, sua voz rouca de emoção e cansaço.

Vida: Uns me chamam de natureza, outros de Vida. Mas, por favor, estou me sentindo desconfortável, poderia me trazer algo para vestir? - Seus braços se cruzaram instintivamente sobre o peito, em um gesto de modéstia.

Eldric: Claro! Eu posso fazer isso! - Disse Eldric, levantando-se apressadamente. Seus passos eram apressados e desajeitados, tropeçando em raízes e destroços enquanto procurava por roupas. Tudo estava destruído, e as peças que encontrava estavam sujas de lama e sangue.

Eldric: Me... desculpe! Eu não achei roupas para mulher. Mas posso dar a minha camisa por enquanto. Toma! - Sua voz estava cheia de frustração e vergonha.

Eldric tirou sua camisa, expondo seu torso magro e marcado por cicatrizes, e a entregou à Vida. Após se vestir, ela sentou-se ao lado dele, próximo ao túmulo de Pâmela. Seus movimentos eram graciosos, como se estivesse flutuando em vez de caminhar. O toque suave da camisa contra sua pele parecia acalmá-la.

Vida: Como você conheceu ela? - Perguntou, seus olhos brilhando com uma curiosidade gentil.

Eldric: Conheci ela quando era criança! Não me lembro direito, mas fui o único sobrevivente de um grupo de andarilhos. Perdi minha família. Não sei o que os matou, mas cheguei a esta vila chorando e com fome. A primeira pessoa que me ajudou foi ela. Ela pegou na minha mão e me levou até sua mãe. Praticamente fui criado por todos dessa vila. - Sua voz era cheia de nostalgia, seus olhos perdidos nas memórias do passado.

Vida: Sempre fiquei fascinada por esse sentimento que os humanos chamam de amor! - Disse ela, inclinando-se ligeiramente para mais perto, seu rosto expressando um misto de admiração e tristeza.

Eldric: Minha vida não tem mais sentido. Eu tinha acabado de prometer ao pai dela que a salvaria a qualquer custo!... Mas eu a deixei morrer! - A dor em sua voz era palpável, suas mãos tremendo ligeiramente.

Vida: Ainda dá tempo de cumprir essa promessa! - Sua voz era firme, mas cheia de compaixão.

Eldric, sem entender, perguntou:

Eldric: Você vai ressuscitá-la? É isso, né? Afinal, você é a Vida! - Sua voz estava carregada de uma esperança desesperada, seus olhos fixos nos dela.

Vida: Não é assim que as coisas funcionam. Pessoas têm alma, ou melhor, tudo que tem alma não dá para ressuscitar de imediato! Só se eu tivesse acesso ao mundo das almas! Eu tinha, mas minha irmã me expulsou. Ela está obcecada por poder. A angústia das pessoas é sua diversão. - Sua expressão tornou-se sombria, uma sombra de tristeza passando por seu rosto.

Eldric: Sua irmã? Quem seria tão forte assim? - Perguntou ele, sua curiosidade e preocupação crescendo.

Vida: Minha irmã mais velha... a Morte! Olha, Eldric Thorne, eu não vim aqui para conversar com você! Vim te oferecer um acordo! - Disse ela, sua voz ganhando uma urgência.

Eldric: Eu não tenho sobrenome, é só um nome! - Respondeu ele, confuso.

Vida: Terá, se aceitar minha proposta! Thorne, para muitos, significa aquele que traz guerra, o Deus dos conflitos. Mas este mundo já está em guerra há muito tempo. Você será quem trará o fim dessa guerra. Eldric, junte-se a mim e eu prometo, de todo o meu coração, que se conseguirmos, eu trarei Pâmela de volta à vida! - Sua voz era firme e cheia de determinação, seus olhos brilhando com uma intensidade ardente.

Uma chama de esperança rapidamente surgiu no coração de Eldric, ao ponto de ele conseguir visualizá-la em sua mente. Ele sentiu seu coração acelerar, suas mãos se fechando em punhos de determinação. O vento soprou suavemente ao redor deles, como se a própria natureza estivesse aguardando sua resposta.

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