Capítulo 1: A Queda da Vila
Subcapítulo 4: O Desespero de Eldric
O monstro caiu do outro lado, esmagando todos os outros e engolindo os sobreviventes. O peso do monstro ao cair fez a terra desmoronar, especialmente onde a ponte estava apoiada. Um dos lados da ponte cedeu, derrubando todos. Ao cair, as cordas velhas da ponte deixaram Eldric pendurado de cabeça para baixo, enquanto ele segurava Pâmela pelas mãos. As mãos de ambos estavam escorregadias por causa da chuva que caía incessantemente.
O desespero tomou conta de seus corações.
Pâmela: Eu tô com medo.
Eldric: Vai ficar tudo bem! Você vai ver!
Pâmela: Eu não quero morrer! Por favor, me ajuda?
Eldric já estava usando todas as suas forças, mas não havia mais nada que ele pudesse fazer. Ele olhou para ela com um olhar triste.
-Eu sinto muito.
Pâmela: Foi bom fazer amor com você! É uma das poucas coisas das quais não me arrependo nesta vida.
As mãos de Pâmela começaram a escorregar de vez.
Pâmela: Eu só queria me casar com você!
Então, suas mãos escorregaram e ela caiu no rio cheio de correntezas, tornando impossível alguém sobreviver à descida rio abaixo. O gigante estendeu seu braço para pegar Eldric, querendo se alimentar dele. Mas Eldric preferia morrer da mesma maneira que sua amada. Ele cortou a corda enrolada em seu pé e caiu no rio. Nesse momento, estava claro que ele também morreria.
"Mas só se eu não o ajudasse."
Quando o universo foi criado, era só um lugar vazio. O próprio universo percebeu isso. O silêncio e a escuridão estavam em todo canto. Mas, a primeira vida nasceu, era algo puro e simples, da mesma forma que era complexa. O universo achou curioso e fez mais e mais, até que surgiram seres mais fortes que os outros. Logo, esses seres perceberam isso e começaram a dominar os mais fracos. Sabe o que é pior que sofrer dia após dia? É não morrer e passar a eternidade desejando a morte. Mas como podiam desejar a morte em um mundo onde isso não existia? Em um ato de bondade, o universo deu-lhes a morte. Eu nasci no mesmo dia que a morte, ou melhor, sou irmã dela. Eu sou o oposto em tudo dela. Ela traz a morte e eu trago a vida.
Mas o poder subiu à cabeça da minha irmã mais velha. Logo, ela viu que todos estavam fadados a ela. Tudo que está vivo tem que morrer. Ela começou a achar-se superior a qualquer forma de vida e fez uma maldade tremenda. O que muitos não sabem é que a morte é capaz de trazer vida também. Mas, ao contrário de mim, que trago luz, vida e bondade, ela traz escuridão, desespero, tristeza e medo. Desde então, o mundo vinha afundando nas trevas. Eu nunca tinha feito nada até agora.
Nas margens do rio, quilômetros abaixo, Eldric estava deitado na lama, tossindo a água que tinha engolido. Nem ele acreditava que tinha sobrevivido, então teve esperanças de que Pâmela estivesse viva também. Ele começou a descer a margem do rio, à procura de Pâmela. Era uma esperança bem pequena, mas angustiante.
Após algumas horas de procura, ele achou Pâmela boiando nas margens do lago, junto com outros corpos. O sol tinha raiado mais uma vez, mas não era como das outras vezes. A pequena vila feliz agora se resumia a corpos e destroços. O único sobrevivente era Eldric. Era o mesmo lago onde eles tinham tomado banho antes. Eldric correu até Pâmela, pegou-a nos braços e caiu de joelhos após sair da água.
Eldric: Não! Não! Por quê?
Nem ele sabia o que sentia direito. Ódio, raiva, medo, tristeza, tudo se misturava em seu peito, enquanto sentia o seu pescoço apertado, tanto que nem conseguia falar, apenas chorar.
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Atualizado até capítulo 23
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