Não conheco você

Ouvir as atrocidades que a minha tia falou me doeram muito, doeu mais perceber que não conhecia meu pai, o homem que me criou, ele nunca me tratou violentamente, mas saber que matou minha mãe foi triste e assustador na mesma medida, quando olhei os olhos da minha tia e a foto da minha mãe vi a semelhança em mim, os olhos claros, o formato do rosto, não tinha porque duvidar e acredito que Fernando não me traria aqui sem uma comprovação, se ele me mostrou é porque tem certeza, olhei para o homem que foi meu pai por 18 anos e não reconhecia o monstro a minha frente.

Fernando...

Por anos precisei e chorei a falta de uma mãe, como pode você dizer que me amava tantas vezes pai, me tirar da minha família, você a matou? Matou a mulher pela qual era completamente obcecado, por que isso pode ser qualquer coisa, menos amor, não existe amor que dói, machuca, ela era feliz e realizada, o senhor a matou por quê? Por ser fiel ao marido e não querer realizar sua fantasia sórdida, por ser linda? Fez toda a família ser destruída até não sobrar nada, Alessia podia hoje ter tido um destino diferente, mas o que o senhor fez? Condenou meu pai a amargura, manchou a imagem dos Romano, me levou e me condenou a uma vida de pobreza, não queria que eu tivesse acesso à educação, hoje eu entendo porque tenho tanta vontade de ser advogada, está no meu sangue, você me privou de uma vida que era minha de direito, você me odeia Manoel? - quando ela fez essa pergunta ele gritou furioso:

Como se atreve a me chamar pelo nome, eu não podia aceitar que ele ficasse com tudo- ele gritou, mas ela não abaixou a cabeça.

O senhor foi fraco, covarde, o senhor foi frouxo, não teve a capacidade de conquistar um amor para você, quis destruir o amor de outro, e quando eu nasci foi covarde mais uma vez e não teve coragem de me matar, já até sei o que irá dizer, meus olhos lembravam o dela, hahaha tipico de alguém pequeno- quando ela disse isso com o dedo em riste ele fez algo que eu não acreditei, na minha frente ele lhe deu um tapa na cara, ela ficou sem reação e eu pulei no infeliz.

Como se atreve a encostar nela, seu maldito- soquei a cara dele que tentou revidar, mas eu fiquei cego, senti o sangue escorrendo e vi Luna gritar:

AMOR, PARA, AMOR LARGA ELE - em determinado momento vi um movimento e Luna caiu desmaiada.

Hoje você não vai morrer, mas esqueça que já viu ela, você é um cretino, mas ela sentira se você morrer, não olhe na minha direção e se souber que esteve por aqui acabarei com você- disse e pedi que o soldado o levasse para longe.

Corri até minha mulher e a sua tia apareceu, veio junto um homem e duas jovens, acredito que era a família dela.

O que houve?- ela perguntou ajeitando uma almofada no sofá para que colocasse ela.

Ele deu um tapa nela, ela não aguentou a pressão e desmaiou, chamem um médico- falei nervoso, Luna não tinha desmaiado na minha frente ainda, mas sua tia me tranquilizou.

Se acalme, está tudo bem, minha irmã também desmaiava sob estresse, Livia, pegue no quarto o vidro de álcool, ela vai acordar- ela disse para a jovem que fez o que a mãe mandou.

Logo retornou com o vidro e a mãe colocou no nariz da Luna que em segundos começou a acordar.

Filha, se sente bem? - Luna parecia confusa, quando pousou os olhos em mim seu olhar suavizou.

Você o matou?- ela questionou se sentando.

Não, não faria isso sem a sua autorização, só não me peça para aceitar o ver novamente, pois isso seria impossível para nós.

Tia, obrigado por me contar a verdade, graças a Deus eu tenho alguém, sim, claro que tenho meu marido, mas ter tia, tio e primas é maravilhoso, vocês moram nessa mansão?- ela perguntou e o tio me olhou.

Se quiserem assumir o escritório Romano, sei que todos são advogados então, podemos nos adequar a uma nova parceria pelo bem da minha esposa- falei e ela assentiu.

Amor, vamos para casa, foi muito estresse e com o desmaio me deixou preocupado- falei e ela assentiu levantando, beijou a tia, abraçou o tio e as primas.

Não sei se já trouxeram as roupas ou não, mas gostaria de não perder o contato, agora que tenho uma família não gostaria de me afastar- falou ainda na porta e saímos.

Chegamos em casa e fomos direto para a mansão, pedi que trouxessem roupas e nossas coisas mais urgentes, ficaríamos algum tempo ali e eu cuidaria da recuperação dela.

Fomos para o quarto e deitamos juntos, entre beijos e abraços fui para debaixo do lençol, resolvi que iria brincar com minha gatinha, Luna estava deitada com uma micro calcinha que eu tratei logo de arrancar, comecei a beijar sua coxa, sua intimidade e quando o clima esquentou ouvi a porta sendo aberta bruscamente, que porra, fiquei parado e ouvi a voz da Sami, fui obrigado a achar graça e ouvi a voz do Dante antes de ser fechada a porta.

Empata foda do caralho- falei e Luna riu.

Vou me limpar no banheiro e vestir uma roupa, se veste e abre para ela- ela falou e assenti ainda puto.

Então o que querem?- falei e eles entraram, Samira estava envergonhada e eu ri também.

Vou até o vilarejo e preciso muito que vocês olhem o Enrico, ele bem-dizer só dorme, mas vou tirar leite para dar caso ele chore- ela falou e minha mulher veio rápido, Luna não queria pisar mais lá.

__ Preciso fechar essa história, e finalizar ela indo lá e dizendo adeus, é o final perfeito, não é porque tem meu sangue que preciso conviver, se me machuca ou faz mal, não tem que estar comigo, Dante não quer levar nosso filho, e eu não o julgo, posso contar com vocês? - perguntou e aceitamos, logo ela saiu do quarto e fomos dormir também.

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