Capítulo 17

Subi ao quarto e Alec estava dormindo de novo. Deitei-me em seus braços e ele me apertou contra si.

- Minha rainha, você demorou.

- Desculpe, eu já estava vindo, mas... Elaine e Jace estavam brigando.

- Imagino. Não será fácil superar algo assim. - Eu só suspirei.

- Eles vão superar.

Ficamos em silêncio e voltamos a dormir. Na manhã seguinte, acordei com Alec beijando meu pescoço, meu rosto; seus beijos enviavam arrepios pela minha pele. Virei-me para o lado e ele beijou meus lábios.

- Bom dia, minha lua.

- Bom dia, meu alfa.

Suas mãos deslizaram por baixo da minha roupa e acariciaram minha pele. - Ainda não consigo acreditar que você está aqui, que eu encontrei minha companheira. A espera foi longa, mas valeu a pena. Você é tão linda, minha doce lua. Quero te levar comigo, quero fazer de você minha mulher, minha lua, minha rainha.

- Eu também quero isso, meu alfa. Desejo com todo meu coração.

Ele se afastou de mim e se levantou. - Vamos tomar café da manhã, querida. Mandei um grupo de guerreiros virem com meu beta. Quero resolver este problema dos rebeldes rapidamente para te levar comigo.

- Tudo bem, meu alfa, vamos. - Levantei da cama e fui me arrumar. Vesti-me e descemos. Dava para ouvir gritos; parecia que Elaine e Jace estavam brigando de novo. Nós os encontramos e os dois estavam gritando um com o outro; as crianças estavam em um canto da sala, olhando-os assustadas. Isso estava saindo do controle.

- Já chega. - Nenhum dos dois pareceu ouvir; eles continuaram gritando, dizendo bobagens. - Parem de brigar. - Falei mais alto, mas nenhum deles se mexeu; os dois continuaram gritando. Vi Jace prestes a rejeitar Elaine, mas que diabos havia de errado com eles? Por que não pensavam nos filhos?

- Já chega. - Gritei e meu comando saiu de mim, fazendo-os recuar. - Chega de brigar! É que vocês não pensam nos filhos? Não podem ser tão egoístas, droga!

Os dois levantaram o rosto, envergonhados e surpresos por eu tê-los feito recuar.

- Azula... eu...

- Silêncio! Vocês dois vão calar a boca e vão tomar café da manhã. E quando quiserem falar sobre os seus malditos problemas, será a sós e longe das crianças.

Os dois ficaram em silêncio. Caminhei até as crianças e peguei suas mãos. - Vamos tomar café da manhã, meus amores. - Caminhei em direção à sala de jantar com as crianças, seguida por Alec. Ajudei-as a se sentarem e fui para a cozinha. As empregadas estavam todas assustadas.

- Sirvam o café da manhã, por favor.

- Como a senhora deseja, Beta?

Saí da cozinha e me sentei com meu companheiro. Elaine e Jace já estavam sentados. A comida foi servida e comemos em silêncio.

- Alfa Jace, mandei buscar meu beta e alguns guerreiros da minha matilha. Eles chegarão esta tarde.

- Certo, meu rei. Avisarei na fronteira para que os deixem passar.

Depois do café da manhã, convidei as crianças para brincar no jardim. Saímos para brincar, corremos e brincamos a tarde toda. De repente, um comboio de carros pretos com vidros escuros chegou à entrada da casa. Alec saiu pela porta com Jace. As crianças queriam ver, então nos aproximamos. Um homem alto, de cabelo castanho e compleição forte, desceu do primeiro carro, seguido por outros dois caras robustos, e eles se aproximaram da entrada.

- Meu rei, é um prazer vê-lo novamente.

- Rapazes, fico feliz que estejam aqui. Apresento a vocês o Alfa Jace Stronghold, alfa da matilha Lua Nova.

- Bem-vindos ao meu território.

- O prazer é nosso, Alfa Jace. Esperamos ser úteis para o problema presente neste momento.

Alec se virou para mim. - Minha rainha, venha cá. - Caminhei até eles e parei ao lado dele. Os olhos dos três caras pousaram em mim, me olhando de cima a baixo.

- Minha lua, este é meu beta Daniel, meu gama Lacke e seu irmão Don.

- Muito prazer, senhores. Sou Azula Rosseltod, Beta da matilha Lua Nova.

- E minha linda rainha da lua. - Alec me abraçou e beijou minha testa. Olhei para ele, sorrindo por sua demonstração de afeto, toda a minha pele formigando com seu toque.

- É um prazer conhecê-la, minha rainha. Estamos a seu dispor. - Todos eles inclinaram a cabeça em sinal de submissão. Pareceu excessivamente estranho, mas imaginei que teria que me acostumar.

- Obrigada.

- Bem, entrem. Vamos para o meu escritório.

- Você vem? - Alec me olhou, perguntando.

- Não, eu gostaria de ir à casa dos meus pais hoje. Estou com saudades deles. Sei que você estará ocupado hoje, então nos vemos amanhã, meu amor.

Alec fez uma careta e suspirou. - Tudo bem, eu entendo. Então tomamos café da manhã juntos amanhã.

- Claro, meu rei. - Beijei seus lábios doces e Alec me puxou para perto dele, tomando meus lábios como só ele sabia fazer, fazendo meu coração bater descontroladamente. O beijo se prolongou por um tempo até que ele me soltou e encostou a testa na minha. - Vou sentir sua falta, minha lua.

- E eu de você, meu alfa.

Alec se virou e foi embora, e eu fui até as crianças, que haviam ficado no jardim. Elaine estava lá com elas. Aproximei-me dela e sentei-me ao seu lado.

- Azula, eu... sinto muito. Você teve que se meter em nossas brigas mais de uma vez e é tão constrangedor.

Virei-me para ela e segurei suas mãos. - Elaine, eu posso entender que vocês dois estão chateados, feridos, mas vocês precisam entender que essas são as consequências das decisões que tomaram, e que seus filhos não têm que pagar por isso. Vocês escolheram ficar juntos e escolheram ter seus filhos; amem-nos e cuidem deles. É seu dever cuidar deles, até mesmo de si mesmos.

Ela deu um suspiro cansado. - Eu sei, eu sei. Mas é tão difícil, Azula. Lá fora, existe alguém que a deusa lua escolheu para mim, e eu... eu não o escolhi. Eu o rejeitei antes mesmo de lhe dar uma chance. Não parei para pensar em quantas pessoas sofreriam por causa dos nossos sentimentos. A matilha está desconfiada, as pessoas me olham feio, me julgam. Não sei se fiz a coisa certa. Lá fora, existe alguém que nasceu para ser a companheira de Jace, para ser a lua desta matilha, e eu lhe tirei esse lugar. Tirei dela o que a deusa lua fez para ela. Eu me sinto um lixo. O pior é que acho que Jace a conheceu e nunca me contou. Ele nunca fala sobre isso e eu não sei o que fazer. Esta manhã, eu disse a ele para me contar, e ele ficou louco. Estou com medo, Azula. Eu me sinto tão culpada. Sinto que isso é um castigo da deusa lua.

Vendo Elaine sofrendo dessa forma, eu só conseguia pensar que não queria, por nada neste mundo, que ela soubesse a verdade. Se ela já estava se sentindo culpada por alguém que não conhecia, como se sentiria se soubesse que eu era aquela pessoa que Jace havia rejeitado?

(...)

Naquela noite, voltei para casa, jantei com minha família e dormi com Aron. Lisa tinha ido para a casa da matilha cumprimentar o pessoal da sua matilha que tinha chegado, e ficaria para jantar com eles. Eu estava dormindo tranquilamente, abraçada ao meu irmão, quando a campainha tocou alto. Alguém estava batendo na porta. Olhei as horas no relógio da mesinha de cabeceira e eram três da manhã. Quem bateria na porta a essa hora? Levantei-me e Aron se mexeu, acordando. Saí do quarto, desci as escadas e minha mãe estava abrindo a porta.

- Luna? O que faz aqui a esta hora? Está tudo bem?

- A Azula está? Preciso falar com a Azula. - Seus olhos olhavam para minha mãe com desespero, e quando me viu, correu até mim e me segurou pelos braços.

- Diga que não é verdade, Azula.

- O que está acontecendo, Elaine? O que você tem?

- Diga-me que é mentira, por favor. Que as coisas não aconteceram assim, que eu não... - Um soluço escapou de seus lábios e Elaine caiu aos meus pés, agarrando-se às minhas pernas em prantos.

- Elaine, pelo amor de Deus, levante-se! O que está acontecendo?

- Diga-me que ele não te rejeitou por mim, que você não era a companheira dele, diga-me que tudo é mentira.

Ajoelhei-me e segurei suas mãos. - O que foi, Elaine? O que está acontecendo?

- Diga que ele não te rejeitou por mim, que você não era a companheira dele, diga que é tudo mentira.

O peso de suas palavras se instalou em meu peito. Um dos meus maiores medos estava se tornando realidade. Elaine sabia.

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