cap 6

• Ayla •

O homem estava concentrado a estrada a sua frente.

Droga, por que isso tinha que acontecer, penso enquanto olho a paisagem pela janela.

Estava exausta, não via a hora de chegar na casa e descansar disso tudo.

O que me deixava mais preocupada era que o restante do dia até o outro dia teria que fazer muitas coisas ainda, o casamento tinha que ser impecável.

- O que veio fazer aqui ? - ele pergunta, quebrando o silêncio.

- Estou aqui para um casamento. - digo.

- Olha só. - ele arqueia as sobrancelhas. - Eu também.

E como um passe de mágica, fazia sentido a coincidência de ve-lo novamente.

- Ah, deve ser por isso que estamos nos esbarrando.

- Mas por que estava vindo de a pé? - ele parecia bem mais simpático.

- A droga do táxi não quis me trazer até aqui. - bufo só de pensar.

Seu rosto se torceu como se estivesse pensando, e pela primeira vez desde que o conheci, ele abriu um sorriso de verdade para mim.

E, sério, era lindo.

Um daqueles sorrisos típico para deixar suas pernas bambas, ou que deixaria caso ficasse reparando.

Algo que eu não estava fazendo, de jeito nenhum.

- Parece que você não tem muita sorte.

- É. - do de ombros.

Então, logo chegamos a casa, enorme, dois andar e com vista para o mar.

Um gramado bem cuidado arrodeava a casa, um jardim impecável, perto de uma cerca de madeira, a ducha pingava lentamente.

um caminho de pedra, levava até a porta da grande casa branca-gelo.

Ao lado, algumas árvores faziam sombras e balanços se mexiam conforme o vento passava.

O homem estaciona o carro perto da casa e tira o casaco preto que usava.

- A propósito. - ele começa antes que eu descesse. - Te devo desculpas, fui mal educado e nada simpático com você quando nos vimos pela primeira vez, nem te conhecia. Me desculpe.

Não conseguia pensar em nenhuma palavra para responder, aquilo tinha sido inesperado, jamais imaginei que ele me pedisse desculpas ou que ia se importava com aquilo.

Mas ele estava sendo legal desde que começou a conversar comigo.

Arregalo meus olhos involuntariamente.

- Certo. - digo.

- Isso foi um certo, eu te perdôo ou certo, mas ainda acho você um idiota? - ele pergunta.

- Hum... um pouco dos dois, talvez.

Ele ri e seu rosto se anima fazendo as bochechas se levantarem.

Ele era bonito demais. Não, demais não. Só bonito.

- Acho que vou aceitar então. - ele abre a porta e se prepara para sair do carro. - Normalmente eu não sou idiota, bom, não costumava ser. Prometo que dá próxima vez que conversamos não serei idiota novamente.

Haveria uma próxima conversa entre a gente ?

ah, caramba.

Pego minha mala e saio em seguida.

...

Na entrada da casa vejo Alícia, com os cabelos castanhos caindo sobre seus ombros, usava um vestido lilas e leve. Um sorriso surgiu em seu rosto assim que me aproximo.

- Aylaa! - ela abre os braços. - Que saudade.

- Da próxima vez, mesmo que eu negue, pode me buscar no aeroporto. - a abraço. - Também estava morrendo de saudades.

- Haha, sabia que ia se arrepender. Vem, vamos entrar, tenho muita coisa pra te mostrar. - ela pega minha mala e me guia até a porta.

A casa de praia era perfeita, pelo que sabia, era dos pais de Noah. Ele era de família que tinham condições e já tinham o lugar perfeito para o casamento.

- O que achou ? - Alícia rodopia com os braços abertos.

- É perfeita Alícia, na verdade, tudo aqui. - digo vendo um sorriso surgir em seu rosto cheio de sardas.

- Que bom! - ela responde. - A propósito, por que se arrependeu de negar minha carona ?

- O táxi me deixou na estrada. Minha sorte foi o... - foi então que percebi que não sabia o nome dele. - O homem que estava vindo para cá, que me deu uma carona.

- Não acredito. Deve estar exausta. - ela faz sinal com as mãos para segui- lá. - Vou te mostrar seu quarto. - ela sorri, como aquelas crianças sapeca.

Ela ia se casar, mas nunca ia deixar de ser a minha caçula.

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