cap 13

• Thales •

Aos poucos, Ayla entra na água.

Ela realmente era desastrada ou não tinha sorte, com certeza não tinha sorte.

A camiseta não voltaria a ser branca, mas agora teria uma mancha lilás para lembrar-me do ocorrido todas as vezes que a olhasse.

Era muito difícil não notar a beleza de Ayla.

Seus longos cabelos pretos deslizavam os ombros, a pele branca parecia brilhar com o reflexo da água.

Estaria mentindo se dissesse que não havia notado todas as curvas nos lugares certos.

Olho para o horizonte, mas meus olhos vão do horizonte para seu top azul e voltam para o horizonte.

Ainda dentro da água, perto da borda, pego minha taça e tomo um gole do vinho.

- Eu vi isso. - ela disse.

- Viu o quê? - tomo outro gole.

- Você deu uma olhada nos meus peitos.

- Claro que dei. É quase impossível não olhar. - digo dando de ombro. - Perdão, não quero ser mal educado. - falo ao perceber suas bochechas corarem.

Ayla abre a boca para responder, mas como se seguindo uma deixa, ela para ao perceber alguém se aproximar.

Alicia para na borda, acompanha de alguém que jamais imaginaria estar ali.

- Oi pessoal. - Alicia diz, aproximando-se. - Uau, estão animados mesmo.

- Muito animados. - Concordo, ignorando a expressão indecifrável de Sophia ao seu lado.

Certeza que ela estava a julgar tudo ali.

Sophia e eu tivemos um relacionamento que havia acabado recentemente.

Ainda era estranho tudo aquilo, ainda tentava ignorar tudo que envolvesse sophia.

na verdade nada é superado por completo se é ignorado.

- Essa é Sophia, filha da minha ornamentara. - Alicia a apresenta, como se não soubesse quem fosse.

Alicia tinha que escolher justamente a mãe dela?

- Prazer. - Ayla diz, com um sorriso amigável.

- Prazer. é a irmã da noiva certo? - Sophia pergunta com um sorriso.

Meus lábios se torcem segurando uma risada.

- Sim. - mesmo não conhecendo-a direito, diria que ela estava mostrando o sorriso mais falso que tinha.

- Bem, aqui está ele. - Alicia diz apontando para mim, e Sophia me encara. - Vou entrar, se precisarem de algo, me chamem.

- Também vou. - Ayla diz rapidamente.

Não sabia ao certo o que Sophia queria ou o que estava pensando em fazer, mas eu não queria conversar naquela hora.

Talvez em nenhuma.

A gente tem disso de encomendar umas desculpas esfarrapadas pra disfarçar o apego vazio.

Saio da piscina e sigo até a camiseta que estava no chão.

Ayla vestia sua blusa ali perto.

- Como vai, Thales? - Sophia pergunta se aproximando.

- Estou bem. - falo ao vestir a camiseta com cheiro de uva. - Surpresa você por aqui. - digo, fitando-a.

- É, minha mãe precisa de ajuda. - ela mentiu. A conhecia muito bem e sabia que ela não costumava ornamentar com sua mãe.

- Entendo. - digo. - Ayla! Espere. - chamo atenção de Ayla que seguia para a casa.

Precisava de alguma desculpa para sair dali ou apenas fugir.

- Algum problema ? - Ayla franze a testa sem entender.

Ela já estava de saída.

- Ainda temos que ensaiar as falas e tudo mais. - minto, era um péssimo mentiroso.

Sophia nos encara, talvez estivesse acreditando naquela cena toda.

Ayla fica imóvel no mesmo lugar, com a cara de quem não estava entendo nada.

- Ensaio do padrinho com a madrinha. - falo, fazendo sinal.

- Ah, claro... tinha me esquecido. - ela da um sorriso amarelo e vem em minha direção.

- Ah... estou atrapalhando vocês? - Sophia pergunta sem graça.

O que me da uma certa dó, eu estava agindo como um adolescente.

- Não, não. - Ayla diz. - A gente pode ensaiar outra hora.

Fito Ayla com os olhos e Sophia percebe.

- Acho melhor deixa-los ensaiar, o casamento já é amanhã. - ela sorri. - Thales... podemos conversar depois?

- Claro. - Digo.

- Certo. - ela da aquele sorriso adorável que costuma ter e segue para a casa.

Ayla vira para me encarar, incrédula.

- O que foi isso ?

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