ANTHONY - PÓS FESTA

Após deixar Zoella em casa, volto para a reserva chateado pois queria muito passar a noite com a minha loirinha, fiquei feliz e aliviado por ela não ter entrado em desespero após ver meu lobo, e por cima ainda aceitou meu pedido de namoro, um sexo selvagem a noite toda seria o fechamento de um dia perfeito. Chego em casa já no final da festa e encontro meu irmão, minha cunhada e Théo na área da piscina tomando vinho, Mia está sentada do outro lado da piscina em um papo animado com Simon, Alícia e Felipe.

— Como foi com Zoe? — pergunta Elizabeth, ansiosa assim que me sento.

— Deu tudo certo, ela viu o meu lobo e não saiu correndo — digo sorrindo — E ainda aceitou meu pedido oficial de namoro. Pena que não deu tempo de contar algo que ela disse ser muito importante.

— Olha que ela é humana diferente de uma pessoa que eu conheço — diz Théo sem tirar os olhos do grupinho do outro lado da piscina.

— Pois é, sou o irmão com sorte da turma — digo provocando Roman.

— Cadê sua mulher então? — rebate meu irmão.

— Os pais dela ligaram, então fui deixá-la em casa. Anna é Aragón, cadê?

— Minha mãe saiu praticamente no início da festa, a enfermeira que iria cobrir o plantão hoje passou mal então ligaram pra ela — Responde Elizabeth.

— Ah.. sim, uma pena que eles perderam a festa

— Minha mãe já está acostumada com essas coisas, anos de profissão.

— Ela parece muito feliz com Aragón, fico feliz por eles. E por você também Liz, vi que desde o casamento você parece mais próxima do seu pai — digo, me servindo uma taça de vinho.

— Também estou feliz, entendi o motivo dele ter ido embora, conseguir perdoar ele pelos anos longe quando vi o quanto ele estava se dedicando para se manter na minha vida e na vida da minha mãe, ainda ganhei uma irmã doidinha que é destinada ao meu amigo de infância. Olha que coisa maluca, né?

— Põe maluca nisso — responde meu irmão beijando o ombro da sua mulher — Já sabe quando vai para Itália, Théo?

— Não, estou esperando a poeira baixar por aqui, só assim poderei seguir viagem em paz sem mim, isso aqui vira uma bagunça — diz ele com cara de poucos amigos.

— Também não é assim, somos adultos e responsáveis! — digo brincando, tentando tirar um sorriso do nervosinho.

— Tão responsáveis que deixam o moleque do filho de Heitor ficar babando a Mia o tempo todo

— Simon é um bom garoto, o pai dele é amigo da família há anos, você sabe bem isso — responde Roman.

— Verdade, acho ele um pouco imaturo para a Mia, mas também o considero um bom garoto — digo expressando minha opinião.

— Ela merece alguém melhor, ele não é bom o suficiente para Mia — diz o ranzinza. Quando esse homem se tornou esse ser amargo?

— Quem seria bom o suficiente para a nossa rebelde adorável? — pergunta Liz erguendo uma das sobrancelhas.

— Verdade, quem seria bom o suficiente? — reforço meu irmão.

— Não sei, mas ele não é — diz um Théo cheio de ódio e então se levanta — Vou me retirar, até amanhã.

— Boa noite, Théo. Bons sonhos — diz Elizabeth em tom de deboche.

— Também vou me retirar, tomem conta da nossa princesa, boa noite!

Sigo para o meu quarto, pego o celular pra ver se minha diabinha mandou alguma mensagem, nada, nenhum "cheguei bem" essa garota merece umas palmadas naquela bunda gostosa para aprender se comunicar direito comigo, quem ela pensa que eu sou? Ahh... Zoella, você não perder por esperar. Vejo que ela esqueceu a bolsa na mesinha ao lado da minha cama, então imagino que ela esqueceu o celular também, pego a bolsa e começo a mexer a procura do celular, encontro uma caixinha de madeira com um laço braço bem bonito e um cartão endereçado a mim, como é meu creio que não há problema em abrir, então coloco a caixa sobre a cama, puxo o laço, tiro a tampa, então pisco os olhos várias vezes tentando assimilar o que tem na caixa, não, não é possível! Sim e possível

Depois de alguns minutos me acalmando, enfim consigo pegar o teste de gravidez com o resultado positivo e uma roupinha de bebê escrito: BABY DO PAPAI. Pela deusa, então essa era a surpresa que ela disse? Eu vou ser pai! CARALHO, EU VOU SER PAI! Eu preciso falar com a minha mulher urgente, por isso os seios estavam sensíveis, e mudança no cheiro, céus! O coração, eu não acredito que era o coração do bebê que eu estava ouvindo, como eu posso ser tão lerdo pra certas coisas? Pego meu celular e ligo para Zoe na esperança dele ter levado o telefone dela, mas para minha infelicidade o celular dela começa a tocar em cima da minha cama entre as cobertas.

— Eu vou ser pai, a loirinha vai me dar um bebê! Quando eu penso que não é possível amar mais aquela mulher, ela vem e mostra que eu estou errado. Te amo minha loirinha — digo baixinho todo bobo imaginando Zoe com a barriga grande e nosso bebê mexendo.

Como está tarde e minha mulher mora longe, resolvo esperar o dia seguinte para ir ao seu encontro.

***** ANNA ***

Tive que sair da festa mais cedo pois recebi um telefonema do hospital informando que minha colega estava doente e precisavam de alguém para cobrir o plantão, minha sorte foi que meu amor não se importou de sair mais cedo da festa e me trouxe até o hospital dizendo que passaria a noite lá casa e estaria me esperando com uma mesa farta no café da manhã

Quando cheguei no hospital estava uma loucura, muitas intercorrências, a emergência lotada, e o quadro de funcionários desfalcado em decorrência da virose que estava se espalhando pela cidade, após 5h de um plantão cheio somos avisados que está chegando uma ambulância com mais uma intercorrências e lá vou eu correndo colocar o EPI para receber o paciente, quando as portas da ambulância são abertas eu sinto minhas pernas faltar ao vê Zoella desacordada na maca acompanhando da mãe com o rosto cheio de hematomas, que diabo aconteceu com essa menina? Rapidamente me recupero e começo a trabalhar junto a equipe para estabilizar seu quadro, a mãe dela fica na sala de espera e seguimos para sala de emergência

— Zoella criança, fala comigo — digo pegando em sua mão e aferindo seu pulso que está muito fraco — O que aconteceu com você, minha querida? O que fizeram com você, hein?

— Anna, você conhece a paciente? — pergunta Gael, o médico de plantão hoje.

— Sim, ela é a melhor amiga da minha filha, cresceram juntos — digo enquanto corto seu vestido com a tesoura, vendo seu abdômen cheio de hematomas — Céus! Olha esse abdômen, ela está grávida

— Grávida? — pergunta Gael incrédulo.

— Sim, provavelmente de 8 ou 9 semanas, alguém vai buscar o ultra-som portátil por favor — grito com um assistente.

— Anna, não é melhor você deixar a gente cuidar dela? — pergunta Gael preocupado com meu estado.

— Não, estou bem! Eu preciso cuidar da minha menina, não me tira daqui doutor, por favor

— Tudo bem, mas mantenha a calma, vamos estabilizar ela e depois veremos como proceder.

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