ZOELLA - MANHÃ SEGUINTE

O cheiro de Anthony parece uma droga, eu não quero me afastar dele só pra continuar sentindo aquele cheiro amadeirado que ele tem, quando deitei em seu peito tive uma estranha sensação de lar, de segurança e cuidando, pouco tempo depois, adormeci sendo embalada pelas batidas do seu coração.

Acordo na manhã seguinte, sendo espremida por uma montanha de músculos, abro o olho me dando conta de estar na cama de um homem que eu conheci a pouco tempo, onde eu estava com a cabeça? tento me levantar mas ele me aperta ainda mais

— Bom dia, loirinha! onde pensa que vai, pequena fugitiva? — diz ele ainda de olhos fechados.

— Bom dia, tenho que voltar para o quarto de Mia, daqui a pouco ela acorda e não quero que pense besteira

— Provavelmente Mia já está acordada, ela costuma acordar bem cedo e como você e a Elizabeth estão aqui ela deve está coordenando os funcionários para o café da manhã — diz enfim abrindo os olhos e olhando para mim.

— Não quero que saibam que dormir em seu quarto, vão pensar besteira

— Não devemos nada a ninguém. Você está melhor?

— Sim, me sinto bem melhor

— Que bom! — diz acariciando meus cabelos.

— Até agora não consigo entender o motivo da febre, eu estava muito bem e do nada meu corpo estava pegando fogo — digo me aconchegando um pouco mais em seu peito.

— Hum... estranho mesmo. Você está com fome?

— Sim, estou faminta. Posso usar seu banheiro? — pergunto me levantando.

— É claro, fique à vontade. Pode usar tudo que quiser e se precisar de uma escova de dente tem na gaveta

— Obrigada — digo entrando no banheiro e fechando a porta. Esse homem existe mesmo ou eu tô doida?

Como ele me deu passe livre, abro a gaveta e pego a única escova nova que tem, depois de escovar os dentes, lavar o rosto e arrumar os cabelos, eu volto para o quarto e me deparo com Anthony vestindo apenas uma cueca box branca, genteeee! Eu não estava preparada pra isso uma hora dessas, consigo nem falar com tamanha perfeição

— Zoe? Você está bem? — pergunta ele vestindo uma bermuda .

— Hum...— isso é tudo que eu consigo dizer

— Zoe? desculpa, achei que iria demorar no banheiro e Mia bateu na porta dizendo que estava nos esperando na sala — diz ele dessa vez vestido uma camisa.

— Tudo bem, tá tudo bem

— Ótimo, está pronta?

— Sim!

— Então vamos antes do Roman e da Liz descer e pensar que eu fiz coisas com você

— Não foi você que disse que não devemos nada a ninguém? — pergunto, atrevida.

— Mas também não vamos exagerar, vem princesa

— Princesa?

— Sim, não gosta?

— Achei diferente — digo descendo as escadas.

— Diferente, bom ou ruim?

— Só diferente, Anthony — digo, chegando à sala de jantar

— Então quer dizer que a falsa da Zoe some do meu quarto no meio da noite e aparece magicamente pela manhã no quarto do meu irmão? — diz uma Mia furiosa.

— Não é nada disso que você está pensando, Mia — digo tentando me defender.

— E o que eu estou pensando, Zoe? — pergunta ela olhando para mim à espera da resposta.

— Verdade, o que você está pensando? — pergunto.

— Irmão, é ela?

— Sim

— Roman e Liz já sabem?

— Não

— Vou fingir que não vi nada

— Eiii, eu ainda estou aqui do que estão falando?

— Que eu não vou contar a Elizabeth e o Roman que você dormiu com o Anthony — diz a malandrinha.

— Mas não aconteceu nada, tipo coisas de adulto, não aconteceu

— Pela deusa, Zoe isso tudo pra dizer que não transou com meu irmão?

— Miaaa, por favor

— Ainnn, tá bom. A mesa está pronta, vamos sentar o Théo já deve estar descendo, ele geralmente é o único pontual no horário das refeições.

Momento depois Théo desce e se junta a gente à mesa, como Liz e Roman estão demorando, decidimos atacar a mesa que está linda e bem farta

— Que mesa linda, está de parabéns, Mia!

— Obrigada! Gosto muito de mesa posta e de fazer as refeições todos juntos à mesa. Como todos temos uma vida cheia de compromissos, tentamos pelo menos tomar café da manhã e jantar juntos — diz ela toda animada.

— Acho isso muito bonito, não temos esse costume na minha casa, meus pais são muito ocupados

— Uma pena, mas quando você casar poderá fazer disso uma tradição. Eu penso que quando casar vou querer uma família grande e todos faremos as refeições juntos

— Quantos filhos você pretende ter nessa família grande, Mia?

— Uns três ou quatro, talvez cinco. Não sei ao certo — diz ela animada e Théo começa a tossir como se estivesse engasgado com a torrada que acabou de por na boca.

— Você está bem, Théo? — pergunta Anthony, preocupado.

— Sim, estou melhor — diz ele já recuperado.

— Como alguém pensa em ter cinco filhos hoje em dia? — pergunto voltando ao assunto.

— Mia está muito nova para pensar em filhos, vocês não acham? — diz Théo olhando para seu prato

— Claro, mas isso não é pra agora. Não é Mia?

— Claro que não, irmão. Preciso achar meu destinado ainda

— Sem contar que você só tem 16 ano, então nada de pensar em casamento.

— Destinado? — pergunto estranho a conversa.

— Uma brincadeira nossa, e tipo quando encontrar seu verdadeiro amor — diz Mia com cara de quem estava querendo me enrolar.

— Hum... então preciso encontrar meu destinado logo — digo tentando entrar na onda e todos riem — Ué, o que foi?

Ouço um barulho de alguém entrando na cozinha e então vejo Elizabeth com cara de assustada

— Liz, amiga, o que aconteceu? — pergunto indo em direção a ela.

— Vamos embora Zoe, sem perguntas, por favor. Só me tira desse lugar — abraço minha amiga sem saber exatamente o que fazer.

Olho para Anthony procurando uma luz mas ele não diz nada, pergunto se o Roman bateu nela ou algo do tipo ela nega e Anthony defende o irmão, no meio da confusão eu não presto mais atenção em nada, tudo que eu quero e tirar minha Amiga daqui e faço exatamente isso. Durante o percurso até em casa tento entender o que aconteceu e então pergunto novamente a Liz se o Roman bateu nela ou tentou forçar algo, pois se ele fez eu mesmo faço questão de mata-lo com as minhas próprias mãos, ela nega tudo me deixando mais tranquila, então eu a levo para casa e coloco na cama, ela toma dois calmante e minutos depois apaga, resolvo ir para casa pois meus pais mandaram mensagem dizendo que precisa muito falar comigo.

Chego em casa, e encontro meus pais já me esperando na sala ou eu estou muito ferrada ou eu estou muito ferrada, não existe outra possibilidade, principalmente vendo a cara de poucos amigos deles

— Pai, mãe. Queriam me ver?

— Sim, por onde você estava? — pergunta meu pai.

— Estava em tia Anna

— Sente-se, Zoe — diz minha mãe, então eu me sento.

— Zoella, vamos precisar passar um mês fora treinando a equipe da filial que vamos abrir em Nova York e como você tem aula não poderá ir junto, então por favor não arrume problema durante esse período

— Vocês vão viajar e me deixar só durante um mês?

— Sim

— Tudo bem então, eu não vou arrumar confusão. Podem ficar tranquilos.

— Ótimo, assim espero. Está liberada.

Então pego uma garrafa d'água antes de subir para o meu quarto, pois hoje estou com muita sede, chegando no meu quarto eu tomo banho, e vou dormir pois sinto meu corpo cansado.

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