Dias de Solidão e Silêncio

Isabella, ainda em lágrimas após uma conversa com Ângela, decide sair do quarto e da casa, buscando um espaço para respirar. Enquanto a família de Rafael continua a discussão acalorada, ela toma a decisão de se retirar. O corredor da casa parece mais longo do que nunca enquanto Isabella caminha em direção à cozinha. O som abafado da discussão da família, contrastava com o silêncio pesado que a envolve. Ao chegar à cozinha, Isabella pega sua bolsa, a segura com força enquanto tenta conter as emoções que afligem. A luz da cozinha faz sombras sobre seu rosto marcado pelo sofrimento. Sem dizer uma palavra, Isabella sai de casa, fechando a porta com cuidado para não chamar a atenção. A noite está silenciosa, apenas interrompida pelo eco distante da discussão que continua dentro da casa.

Enquanto a família de Rafael ainda está envolvida na discussão, Rafael nota a ausência de Isabella. Seus olhos percorrem a sala, buscando por ela, e é quando ele a vê saindo pela porta.

Rafael, instintivamente, deixa uma discussão para trás e segue Isabella. Seu rosto reflete uma mistura de preocupação e determinação enquanto ele corre para alcançá-la, percebendo que algo crucial está prestes a acontecer. Rafael alcança Isabella no quintal, onde a escuridão da noite amplifica a intensidade da situação. O silêncio da noite é quebrado apenas pelos murmúrios distantes da discussão na casa.

Rafael:

(Com urgência)

Isabella, precisamos conversar. O que está acontecendo?

Isabella:

(Se afastando)

Não, Rafael. Não temos mais nada para falar. Eu não posso continuar assim.

O rosto de Rafael reflete confusão e angústia enquanto ele tenta entender o que está acontecendo. Ele se aproxima de Isabella, mas ela recua, mantendo uma distância emocional.

Rafael:

(Pedido desesperado)

Isabella, por favor, não faça isso. Podemos renovar as coisas, eu prometo.

Isabella:

(Com voz trêmula)

Não, Rafael. Eu não sou mais capaz de continuar assim. Preciso de um tempo para mim.

Rafael:

(Quase implorando)

Não faça isso, Isa. Eu não entendo o que mudou, mas podemos superar isso juntos.

Isabella:

(Com olhos cheios de lágrimas)

Eu preciso encontrar respostas e claras. Por favor, deixe-me em paz.

Isabella se afastou mais, lutando para conter suas emoções. Rafael, percebendo a gravidade da situação, tenta segurar o braço, mas ela se solta.

Isabella:

(Sussurrando)

Deixe-me seguir meu caminho, Rafael. Por favor.

Rafael:

(Com a voz embargada)

Eu não quero perder você, Isabella.

Isabella continua se afastando, deixando Rafael no quintal, perdido em suas próprias reflexões. No

silêncio da noite, Isabella está em seu quarto, revivendo em sua mente a dolorosa noite em que tudo mudou. As lágrimas correm livremente por seu rosto enquanto ela recria mentalmente cada momento daquela discussão fatídica. As lágrimas escorrem silenciosamente, testemunhas silenciosas do coração de Isabella. Ela segura uma fotografia deles juntos, tentando capturar o calor e a alegria que um dia compartilharam.

Isabella:

(Com a voz embargada)

Eu nunca quis que as coisas chegassem a esse ponto. Como chegamos a isso? O que aconteceu conosco?

As lembranças voltam à tona mais um pouco. Isabella estava em seu quarto na sua casa, com 20 anos ela ainda morava na casa de seus pais. O quarto de Isabella na casa dos pais era um santuário pessoal, um reflexo de sua personalidade vibrante e acolhedora. A decoração cuidadosamente escolhida combinava elegante com um toque acolhedor, criando um ambiente que era ao mesmo tempo contemporâneo e confortável. As paredes eram pintadas em tons suaves e relaxantes, como um tom de azul sereno misturado com branco, criando uma sensação de calma. As cortinas leves permitem a entrada suave da luz natural, iluminando o ambiente durante o dia. A cama, central no quarto, era espaçosa e coberta com lençóis macios e coloridos. Uma colcha decorativa dava um toque extra de moda. Uma escrivaninha bem organizada ocupava um canto, onde Isabella podia estudar e trabalhar. Uma poltrona aconchegante posicionada estrategicamente para criar um pequeno espaço de leitura.

O palco é dividido entre dois cenários paralelos: o desespero de Rafael, que tenta desesperadamente se reconectar com Isabella, e o isolamento silencioso dela, afundado em seus próprios pensamentos e emoções.

Rafael:

(Ligando para o celular de Isabella)

Por favor, Isa, atenda. Precisamos conversar. Eu não aguento mais essa incerteza.

Rafael está em um estado de angústia constante, cada chamada não atendida é uma punhalada em seu coração. Ele decide ir até a casa dela, na esperança de romper o muro de silêncio que se repousa entre eles. Rafael chega à porta de Isabella e bate com urgência. A ansiedade está estampada em seu rosto enquanto ele implora silenciosamente por uma resposta.

Isabella:

(Observando através da fresta da porta)

Eu sei que ele está aí. Cada batida, cada chamada... Eu simplesmente não consigo entender isso agora.

Enquanto Rafael aguarda o lado de fora, Isabella permanece em seu mundo silencioso, resistindo ao impulso de resposta. O som abafado das batidas na porta ecoa no corredor vazio.

Isabella:

(Ponderando)

Preciso desse tempo para encontrar meu próprio equilíbrio antes de enfrentar isso.

Dias se passam, e a repetição da cena se torna uma dança triste de tentativas e rejeições. Rafael continua a ligar, a bater à porta, mas o silêncio de Isabella permanece inabalável.

Sua mãe e seu pai, preocupados, ficam no quarto de Isabella, tentando oferecer conforto em meio à sua tristeza. Eles a cercam com amor silencioso, respeitando o espaço que ela precisa, mas deixando claro que estão ali por ela.

Mãe de Isabella:

(com carinho)

Minha querida o que houve? Você está há dias aqui, mal come. Rafael vem todos os dias e você não fala com ele, por quê?

Isabella:

(respira fundo)

A família dele me odeia por não ter um emprego bom e um cargo alto e para piorar a irmã dele veio até mim conversar comigo e disse que eu sou a cachorrinha dele mãe, que ele está carente e que logo ele vai se cansar de mim.

Mãe de Isa:

(espantada)

Minha filha que absurdo tudo isso. Veja Rafael ama você, ele não estaria atrás de você se não sentisse nada. Você é esperta para saber quando isso está fora do controle e se não identificar, nós vamos fazer isso por você. Dê a chance dele saber o que houve, escute o que ele tem a dizer.

Isabella:

(Sussurrando em resposta)

Obrigada, mãe.

O quarto fica envolto em um silêncio pesado, interrompido apenas pelo som distante das chamadas não atendidas de Rafael. Isabella, apesar da tristeza, encontra refúgio temporário na solidão, buscando compreensão e cura em suas próprias reflexões. O ambiente tenso e silencioso paira nos três últimos dias enquanto Isabella continua imersa em seus próprios pensamentos. No terceiro dia, algo dentro dela começa a mudar, e ela toma a decisão de enfrentar o resultado.

Dia 5 -

Isabella (em pensamento)

(Estremecendo)

Eu não posso continuar me escondendo para sempre. Talvez seja hora de encarar isso de frente.

Dia 6 -

Reflexões Silenciosos

Isabella passa o sexto dia mergulhado em uma reflexão profunda. A dor persiste, mas ela começa a vislumbrar uma jornada de autodescoberta e recuperação.

Dia 7 - A Decisão Tomada

Ao acordar no sétimo dia, Isabella sente uma decisão firme crescendo dentro dela. Ela enfrenta a porta por um momento, respira fundo e decide finalmente enfrentar o que vem adiando.

Isabella

sussurrando para si mesma

(Hesitante)

É hora de encarar a realidade.

Isabella, com uma mistura de nervosismo e determinação, caminha até a porta. Ela segura a maçaneta por um momento, sentindo o peso do que está prestes a fazer. Do lado de fora, Rafael ainda está lá, esperando. Seu rosto reflete uma mistura de esperança e ansiedade, sem perder a tenacidade que o trouxe até ali repetidamente.

Isabella:

(suavemente)

precisamos conversar.

Rafael:

(Aliviado)

Eu estava começando a perder as esperanças.

Isabella permite que Rafael entre, marcando o início de uma conversa crucial que definirá os rumores de suas vidas. A porta se fecha atrás deles, simbolizando não apenas uma entrada física, mas também uma jornada emocional que estão prestes a empreender juntos. Isabella e Rafael sentam-se em um ambiente tenso, os olhares carregados de emoções acumuladas ao longo dos dias de silêncio. Rafael busca transmitir confiança e

amor, enquanto Isabella tenta encontrar a coragem de encarar a verdade.

Rafael:

(Suavemente)

Isa, eu estava tão preocupado. Cada dia sem ouvir sua voz foi como um peso em meu peito. Eu sinto sua falta.

Isabella:

(Suspirando)

Eu preciso de tempo, Rafael. Tudo aconteceu tão rápido, e eu me perdi no meio disso.

Rafael:

(Sério)

Isa, por favor, me diga o que aconteceu. Por que você se afastou de mim?

Isabella:

(Hesitante)

Eu... Eu ouvi algo, Rafael. Algo que mudou tudo para mim.

Rafael:

(Preocupado)

O que você ouviu?

Isabella:

(Com tristeza)

Sua irmã, Ângela, ela disse que você só estava carente, e que eu era como sua "cachorrinha" até que você

se cansasse.

Rafael:

(Chocado)

O que? Isa, eu...

Isabella:

(Com dor)

Ela me fez acreditar que eu era uma espécie de passatempo para você. Que eu não era mais do que isso.

Rafael:

(Urgente)

Isa, eu juro que não é verdade. Eu nunca pensei ou senti dessa forma. Você significa mais para mim do que qualquer coisa.

Isabella:

(Com vulnerabilidade)

Eu quero acreditar em você, Rafael, mas as palavras dela... elas doeram profundamente.

Rafael:

(Determinado)

Eu nunca deveria ter deixado que palavras cruéis como essas afetassem nosso amor. Isa, você é tudo para mim, não um passatempo.

Isabella:

(Com confusão)

Então, por que ela diria algo assim?

Rafael:

(Frustrado)

Eu não sei, Isa. Talvez ela tenha interpretado errado ou... Eu só sei que isso não é verdade. Eu entendo que algo aconteceu, Isa. E eu estou disposto a enfrentar isso juntos, seja o que for. Não quero perder você.

Após uma conversa intensa e repleta de revelações dolorosas, Rafael se esforça para ser mais convincente, demonstrando genuinidade e amor. Isabella, apesar da dor, encontra espaço em seu coração para perdoar e conceder uma nova chance ao relacionamento.

Rafael:

(Sincero)

Isa, eu entendo o quanto isso te machucou, e eu sinto muito por qualquer parte que eu tenha falhado. Mas, por favor, acredite em mim quando digo que você é tudo para mim. Eu te amo mais do que posso expressar.

Isabella:

(Hesitante)

Rafael, eu... quero acreditar em você, eu realmente quero.

Rafael:

(Determinado)

Eu prometo, Isa, vou fazer de tudo para reconquistar sua confiança. Você é minha prioridade, e eu não quero perder o que temos.

Isabella:

(Vulnerável)

Eu não sei se consigo esquecer o que ouvi, mas eu também não quero perder o que temos.

Rafael:

(Carinhoso)

Podemos superar isso juntos. Estou disposto a mostrar, com ações, o quanto você significa para mim.