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Roubando Um Caso

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A Vitíma

O olhar de Ruan ao observar o irmão na sua frente, ficou vazio, e perdeu totalmente o brilho.

Ruan Pontes: Qual é a novidade? É só isso que você sabe fazer.

Raul Pontes: Cara, é sério! Eu atropelei esse garoto!

David reparou na pessoa nos braços de Raul

David Kalleb: Ivy!?

No mesmo instante, David foi ao auxilio de Raul, e pegou Ivy em seus braços.

David Kalleb: Ruan, rápido, por favor! Tem sangue na cabeça dele.

Ruan reagiu ao olhar para David, pegou sua maleta, e seguiu para o quarto de David, onde Ivy foi levado.

Ruan Pontes: Raul! Vem aqui! Me conta como ele caiu, como foi, preciso entender onde pode ter possíveis fraturas.

Raul Pontes: Ele estava parado na entrada do condomínio, quando eu vi, foi tarde demais.

Ruan Pontes: Não foi isso que eu perguntei! Foca na vítima! Como você viu ele bater na moto?

Raul Pontes: Certo... É, ele estava de costas para a moto. Então, bateu na cintura dele, e foi para frente. Quando eu tirei ele do chão, estava de bruços, com uma das mãos no chão, como se estivesse se... Defendendo do chão sei lá.

Ruan Pontes: Certo...

Ruan cuidou do corte na testa, e depois despiu Ivy, o deixando apenas com peça intima. Examinou o corpo, e passou uma pomada nas feridas da mão.

Raul Pontes: Ele não corre o risco de morrer não né?

Ruan Pontes: O maior risco foi quando você tirou ele do chão! Isso não se faz! Tem que esperar a ambulância vir fazer o resgate. Você poderia ter matado ele. E se tiver qualquer agravante também é sua culpa! Seu idiota! Porque não presta atenção? E se fosse uma criança?

Raul ficou com a cabeça abaixada, enquanto o irmão, derramava sua frustração, junto com o sermão por cima dele.

David Kalleb: Ruan!

David tocou no ombro dele

David Kalleb: Ele já cometeu o erro. Não adianta mais falar essas coisas para ele. Olha, dá para ver que ele está abalado com isso. Não foi de propósito.

Ruan Pontes: Me desculpa... Eu fiquei tenso.

Raul Pontes: Olha! Ele está acordando.

Ruan se aproximou

Ruan Pontes: Oi, qual é seu nome?

Ivy: Nome?

O rosto de Ivy estava vermelho. Ele levou a mão na cabeça, com os olhos cheios de lágrimas.

Ivy: O meu nome? Qual?

Ruan Pontes: Como assim qual? O seu nome, de verdade.

Ivy: Ivan Kania

Raul Pontes: Que nome é esse!? É alemão?

Ivy: Polonês... pelo menos eu acho. Da familia do meu pai... Mas porque dói tanto a minha cabeça?

Ruan Pontes: É só a cabeça? Tenta me dizer onde mais você está sentindo dor?

Ivy olhou para suas mãos, e para o se corpo, tentando avaliar onde mais sentia dores. Ele percebeu que estava coberto pelo lençol, e sem suas roupas.

Ivy: Porque estou sem roupa? O que aconteceu?

Ruan Pontes: Sou medico, não pense bobagens! Só responda o que eu perguntei!

Ivy: Sinto dor nas minhas mãos, e aqui do lado na cintura.

Ruan Pontes: Eu não vi nenhum hematoma aí antes. Deixe me olhar novamente.

Ivy tirou o lençol

David Kalleb: {Que ótimo! Esse diabinho deu um jeito de vir até a minha casa, ficar sem roupa na minha frente de novo.}

David Kalleb: Pode trazer um copo de água para ele?

Ruan Pontes: Agora creio que sim.

David saiu do quarto.

Ruan Pontes: Esta ficando vermelho onde você disse. Acredito que tenha sido onde a moto bateu em você. Se continuar doendo até amanhã, vamos fazer um raio x.

Ivy: Você é muito jovem para ser um doutor. E aquele ali, é seu irmão gêmeo não é?

Ruan Pontes: Isso não importa.

David voltou com um copo de água.

David Kalleb: Aqui, beba.

Ivy: Obrigada moço!

Ruan Pontes: Tem algum numero que podemos ligar, para um parente seu vir te buscar?

Ivy: Não tenho parentes aqui.

David Kalleb: E o seu namorado?

Ruan olhou para David, e em seguida para Ivy.

Ivy: Ele trabalha em outra cidade hoje a noite, só vai voltar amanhã.

Ruan Pontes: Que seja, vamos levar você para casa então.

Raul Pontes: Mas ele não tem que ficar em observação?

Ruan Pontes: Fora do hospital, e sem um parente, não tem o que fazer né? Ele tem que ficar atento, se sentir alguma coisa liga.

Raul Pontes: Eu prefiro que ele fique aqui.

David e Ruan: O quê!?

Raul Pontes: Gente por favor! Eu sou responsável por ele. Eu fico acordado a noite toda se necessário. Quero fazer isso, e garantir que ele vai para casa bem amanhã.

David Kalleb: Tudo bem. Mas vai cuidar dele então! Vai ficar aqui no meu quarto com ele.

Raul Pontes: Feito! E então Ivan, você quer comer alguma coisa?

Ivy: Ah.. Pode me chamar de Ivy.

Raul Pontes: Está com fome?

Ivy: Estou sim

Raul Pontes: Então descansa por enquanto, e eu já trago alguma coisa.

Raul e Ruan saíram do quarto.

David Kalleb: Seu namorado te deixa sozinho frequentemente?

Ivy: As vezes ele tem que trabalhar em outros lugares.

David Kalleb: Vem cá, além de motorista o que mais ele faz?

Ivy: Motorista!? Não, ele trabalha com jardins. É jardineiro.

David Kalleb: Para de mentir, não percebeu que quando fazemos coisas erradas, o universo se apressa para nos castigar. Tão novinho, e já está pagando.

Ivy: Porque está falando essas coisas? Não acha que é um pouco pesado?

David Kalleb: Porque você se faz de inocente? Você tem um amante velho e rico. O seu namorado sabe?

Ivy ficou em silêncio.

David Kalleb: E hoje, se é seu aniversário mesmo, seu namorado não vai ficar com você? E nem o amante? Eles realmente vão te deixar sozinho?

Ivy se levantou da cama.

David Kalleb: Não pode sair da cama.

Ivy: Eu vou embora.

Ivy desviou de David e foi na direção da porta

David Kalleb: { Será que eu exagerei? Não falei nenhuma mentira... Mas ele segurou as lágrimas. Eu conheço essa expressão... raiva.}

David fechou a porta, antes que Ivy passasse.

David Kalleb: Você vai ficar aqui. Atropelamos você, e vamos garantir sua recuperação total!

Ivy se desequilibrou, e foi para frente, se segurando em David.