No Apartamento

°°°

David Kalleb: Eu posso te pagar um táxi, assim ele te deixa na sua casa.

Ivy: Você é mesmo malvado.

David Kalleb: Não deixarei você correr perigo andando por aí. Acho que isso é o mais sensato a se fazer.

Ivy: Ok, já entendi! Vou esperar lá na frente então.

David Kalleb: Não precisa se antecipar, quando o Táxi chegar vão ligar e avisar.

Ivy: Tá bom então.

David ligou para um contato que estava em um imã na geladeira, e pediu táxi.

Ivy: O Táxi já vai vir?

David Kalleb: Vinte minutos.

Ivy: Vinte minutos... Certo, então é só esperar.

Uma brisa da janela bateu em Ivy, espalhando o cheiro do perfume, e novamente alcançando as narinas de David.

David Kalleb: Que perfume é esse que você usa?

Ivy: Esse perfume, ele não tem um nome.

David Kalleb: Como assim?

Ivy: Eu que fiz. Mas ainda não pensei em um nome.

David Kalleb: Você fez o seu próprio perfume?

Ivy: O intuito não era só para perfumar, ele absorve alguns odores também, como o de cigarro, que eu odeio.

David Kalleb: Você tem talento. Mas você quer tirar o cheiro de cigarro de você, não seria melhor não fumar?

Ivy: Não fumo. Mas convivo com fumantes. Isso é bem ruim... Parece que aquilo fica em mim.

Ivy falou com o olhar parado, parecendo que estava se lembrando de alguma coisa.

David Kalleb: Entendi...

O telefone da parede tocou, e David atendeu.

David Kalleb: Agora você pode ir, o seu táxi chegou.

Ivy: Obrigada senhor polícial.

David Kalleb: Não sou um polícial.

Ivy: Sei.

O jovem desceu as escadas e foi embora.

David sentou no sofá e começou a refletir sobra o que tinha acontecido.

David Kalleb: Que maluquice tudo isso. Considerando que ele disse que os dois "fariam as pazes" e que tudo se tratava de uma brincadeira, é possível que continuem se encontrando. E pelo menos, eu consegui provas do caso do Senhor Simons.

Ele pegou o celular e foi rever o vídeo que havia gravado. Porém, a tela do celular estava rachada.

David Kalleb: Aí é sério isso? Vou ter que colocar no computador.

Se direcionando para o seu quarto, ele sentou na mesinha da escrivaninha, e passou o conteúdo dos vídeos para o computador. Quando analisou o vídeo, percebeu que havia um problema.

David Kalleb: Isso não vai ser suficiente. As imagens deles no quarto, não mostra o Ivy de frente, e não sei porque, só esse pedaço não dá nem para ter certeza que ele é um homem. E essa cortina atrapalhou muito. Não acho que isso vai ser útil para a senhora Eugenia.

O homem passou a mão em seus cabelos escuros, jogando ele para trás.

David Kalleb: Não é assim que eu trabalho! Eu preciso de um bom conteúdo para exibir. Acho que vou estender essa investigação mais um pouco. Mas, por agora... Eu vou dormir.

|||

No dia seguinte, bem pela manhã David escutou uma discussão vindo da sala. Ele se levantou, lavou o rosto e saiu. Ruan e Raul, estavam alterados, um em frente ao outro.

Ruan Pontes: Você não pode ficar combinando coisas sem me consultar! Eu moro lá, a casa é minha.

Raul Pontes: Mas o que você queria que eu fizesse? Não posso deixar a Paulina assim, em qualquer lugar. Estou falando que vai ser só mais dez dias! Será que você não pode colaborar?

Ruan Pontes: Sabe o quanto estou gastando em passagens para ir trabalhar? Você vai me ajudar por acaso?

Raul Pontes: Como assim, eu não tenho nem para mim. Não seja tão egoísta, sabe que quando as coisas melhoraram eu pago você.

Ruan Pontes: Eu não estou pedindo para pagar Raul, estou querendo que você tenha um pouco de percepção.

Raul Pontes: Ah... Oi David!

David Kalleb: Bom dia para vocês, Será que eu preciso chamar a polícia?

Ruan ficou desconfortável quando viu David observando eles.

Ruan Pontes: Me desculpa David, não queria acordar você.

David Kalleb: Imagina, isso foi ótimo. Eu preciso mesmo, não posso me empolgar para dormir.

Raul Pontes: Eu estava tentando pedir uma ajudinha aqui para o meu irmão, mas ele é muito difícil, sabe David. Então como eu não quero mais briga, vou ligar para a Paulina e falar que é melhor ela ficar aqui comigo, se você não se importar David.

Ruan Pontes: O quê!? Não! De forma alguma. Fica do jeito que tá! Você disse que é só mais dez dias não é?

Raul Pontes: Sim, mas você já foi me xingando sem me dar tempo de explicar.

Ruan Pontes: {Ele é tão dissimulado. Fez isso de propósito, porque sabe que eu não vou deixar ele se aproveitar da generosidade do David}

Ruan olhou para o irmão sentindo um grande incômodo.

David Kalleb: E aí? Tudo resolvido? Vamos tomar café?

Raul Pontes: Boa David! E será que rola aquele seu omelete de espinafre?

David Kalleb: Ham... Fechado! Atendendo a pedidos, vou preparar para vocês os melhores!

Ruan Pontes: Eu já passei o café.

David Kalleb: Obrigada, senta aí então e deixa o resto comigo.

Ainda em um clima desconfortável, Ruan se sentou junto de seu irmão, enquanto eles observavam David fazer os omeletes. Após servidos, os três compartilharam um momento bem mais agradável saboreando o café da manhã.

David Kalleb: Todos falam que normal irmãos brigarem não é? Acho que eu nunca vou saber. Eu tinha vocês como irmãos, mas ultimamente estou me sentindo o pai.

Raul Pontes: Ah, Papai. Só é quatro anos mais velho.

David Kalleb: Exatamente, eu já passei da minha idade do sucesso, com muito êxitos. Vocês ainda tem muito o que aprender. Vinte e sete anos!? Ah vocês ainda são bebês.

Ruan Pontes: Eu não quero ser um bebê não.

David Kalleb: Ok, então são crianças.

Raul Pontes: Olha Pai, esse omelete estava ótimo!

Raul se levantou da mesa

Raul Pontes: Agora eu tenho que ir. O David, será que não me empresta o dinheiro do táxi?

Ruan Pontes: Onde está a sua moto?

Raul Pontes: No conserto.

David Kalleb: Aqui, pega.

Raul Pontes: Valeu Papai, tchau para vocês!

***Esta obra está sob contrato com a NovelToon, e a pirataria, como a reimpressão sem permissão, é estritamente proibida.***

***Faça o download do NovelToon para desfrutar de uma experiência de leitura melhor!***