Quando David escutou sobre o bolo, ele parou no meio da calçada, todo atrapalhado. Olhou para si mesmo, e se lembrou que colocou o bolo no balcão, para pegar a carteira.
David Kalleb: {Que idiota! Como fui esquecer o bolo!? Agora não tem jeito, vou ter que ver aquele carinha.}
David fechou os olhos e suspirou
David Kalleb: {Como vou olhar para ele depois de ter ficado me imaginado em tanta intimidade com ele? Como pude pensar... Como consigo parar de pensar? O corpo, os olhos essa voz...Que ódio!}
Ivy segurava o embrulho do bolo com todo cuidado. Ao ver que David se virou e vinha em sua direção, respirou aliviado.
Ivy: O seu bolo!
David Kalleb: É... Nossa, que cabeça a minha!
Ivy: E aí? Essa pessoa que está fazendo aniversário é você?
David Kalleb: Aniversário!?
Ivy: É. Se é você, então é mais uma coincidência. E isso pode ser que fique ainda mais comum para gente, porque é o meu aniversário hoje também. Bem, isso acreditando que nenhum de nós está mesmo seguindo o outro.
David Kalleb: Ah, seu aniversário? "que lega!" "Parabéns!" Esse bolo não é para um aniversário.
O tom irônico de David deixou Ivy meio desconfortável.
Ivy: Está tudo bem com você?
David Kalleb: Sim, porque eu não estaria?
Ivy: Porque não escutou eu falando com você lá na doceria, e, porque esqueceu a sua compra. Acredito que você está muito novo para caducar.
David Kalleb: Caducar!? Seu diabinho! Me da esse bolo aqui!
David pegou o embrulho das mãos de Ivy, e saiu andando.
Ivy: Diabinho!?
Ivy viu David sumindo no fim da rua.
Ivy: {Você acabou me deixando muito curioso moço. Primeiro, porque se alguém está seguindo alguém aqui, é você. E agora; qual seria o porquê de estar me perseguindo? E se eu seguisse você hein?}
Ivy caminhou de um lado ao outro da calçada.
Ivy: Quer saber senhor... Esqueci o nome dele. Bom, Senhor Moço! Você vai ser perseguido agora! Vamos descobrir o que quer comigo! E eu tinha mesmo que pensar em alguma coisa legal para fazer no meu aniversário... Hoje vou ficar sozinho. É muito deprimente não ter ninguém para fazer companhia. E ficar sozinho sem fazer nada, aí é pior ainda.
Uma pessoa que passava na calçada olhou para Ivy.
Ivy: Ah... Eu estava pensando alto assim!? Desculpa aí! Eu não sou maluco não!
...
David caminhou até a entrada do seu condomínio, sem perceber que estava sendo seguido. Ele apoiou o bolo na mão esquerda para abrir o portão social, em seguida entrou.
Ivy parou repentinamente para não ser visto.
Ivy: {Que pena! Você já vai para casa? Volta aqui! vai fazer alguma coisa na rua! Desse jeito não adianta. Mas... o que estou pensando? Claro que ele vai compartilhar aquele bolo com alguém. Ele não estava sozinho na boate. E agora!? O que eu vou fazer!!?}
Decepcionado com a sua breve caçada, Ivy não percebeu que vinha um moto, virando na entrada do condomínio, e acabou sendo atingido por ela. Com o impacto, Ivy caiu e bateu a cabeça no chão. O piloto, foi arremessado pouco mais a frente, perto do portão de carros, mas se levantou do chão tocando nas costas, que sentiram a pancada. Ele andou e olhou o rapaz desmaiado.
Raul Pontes: Que merda! Esse idiota estava fazendo o que parado aqui!?
O porteiro, saiu da guarita.
Porteiro: Senhor, o que houve? Precisa de ajuda?
Raul Pontes: {Estou ferrado se esse cara me denunciar!}
Raul pegou Ivy no colo.
Raul Pontes: Sim, pode guardar a minha moto?
Porteiro: Sim. Mas e esse rapaz?
Raul Pontes: É o meu primo... Ele desmaia quando se assusta, é sempre assim. Eu perdi o equilíbrio por culpa dele. Está tudo bem.
Porteiro: Certo.. Entendi. Qualquer coisa é só avisar.
Raul Pontes: Claro.
III
David entrou e colocou o bolo em cima da mesa. Em seguida começou a desembrulhar.
Ruan Pontes: O que tem aí?
David Kalleb: Um café da tarde caprichado para os meus fi...
Ruan ergueu as sombrancelhas.
David Kalleb: ... Meus irmãozinhos!
Ruan Pontes: Ótimo! Aprendeu. Então o Raul vai vir?
David Kalleb: Sim, eu pedi para ele vir. Quero conversar umas coisas com vocês.
Ruan Pontes: Algo que ele aprontou?
David Kalleb: Mais ou menos. Não se precipite ok? Vamos com calma acertar esses desentendimentos. Não quero mais vocês dois brigando.
Ruan Pontes: Você é um anjo sabia?
David Kalleb: Será? Bem se sou um anjo não deveria ter uma argola em cima da minha cabeça?
Ruan Pontes: Acho que tem... Eu consigo ver.
Ruan fingiu tocar na argola, no ar acima da cabeça de David.
David Kalleb: Tira essa mão! Não pode tocar se não vai me contaminar com a humanidade.
David segurou a mão de Ruan, por um breve momento, afastando ela de seu cabelo. Ruan olhou para as mãos se tocando, até o momento em que se afastaram, como se tudo fosse em câmera lenta.
Ruan Pontes: David...
David olhou para Ruan
Ruan Pontes: É... David eu preciso muito... Bem, Será que eu posso te falar uma coisa... Eu queria dizer antes. Eu quis dizer varias vezes, mas nunca consigo.
David parou próximo ao rosto de Ruan
David Kalleb: O que foi Ruanzinho?
O clima ficou tenso. David notou a expressão de Ruan, e percebeu que não se tratava de uma coisa simples. No mesmo instante ele mudou seu comportamento brincalhão, e sua postura se fez na mesma seriedade em que Ruan se encontrava.
David Kalleb: Ruan, você pode me falar qualquer coisa. Nós superamos o patamar de amizade, sabe que você é como a minha família. Eu faria qualquer coisa por vocês.
Ruan Pontes: Sim, eu sei disso. Por isso não é fácil dizer o que eu tenho que dizer.
David Kalleb: Você não precisa de rodeios comigo. Apenas, deixa sair tá bom?
Ruan Pontes: Faz um tempo que eu mudei a forma de pensar em você. Somos adultos, então eu quero te dizer que acabei me apa...
A porta do apartamento se abriu bruscamente, e Raul foi entrando com alguém em seus braços.
Raul Pontes: Ruan eu fiz merda! Me ajuda!
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Atualizado até capítulo 90
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