capítulo 6

Félix

No dia seguinte ao passeio no parque, o Isaac sumiu. Eu achei que ele tinha desistido,não fiquei nem um pouco surpreso, só um pouco decepcionado, eu tava gostando de bancar o dominador com ele.

Passei o dia no sofá grudadinho com a minha mãe , meu pai chegou e trouxe comida chinesa. A gente jantou vendo tv e terminamos a noite jogados no sofá.

Apesar de morar em Londres, meus pais são brasileiros, eles vieram pra cá muito antes de eu nascer, mas minha mãe fez questão de voltar pro Brasil pra que eu nascesse lá, e eu morei lá até os 12 anos quando meus pais decidiram voltar. Hoje em dia eles só tem a mim, e eu só tenho eles, e somos felizes assim.

Na segunda, me arrumei pra ir pra escola quando sai o Isaac estava lá com o carro dele. É óbvio que eu não entrei naquela coisa, imagina só chegar na escola dentro daquilo.

- Ou você arruma um carro de gente normal, ou eu não vou com você nem na esquina.

- Como assim carro normal?

- Tipo um que não custe o valor de uma casa, por exemplo.

- Eu só queria ser atencioso e te levar pra escola.

- Deveria ter ouvido quando eu disse que não me sinto confortável andando no seu carro, isso é ser atencioso.

Ele saiu bufando, eu nem ligo, se ele quiser aprender vou ensinar direto.

Quando chegou a hora que sair encontrei Isaac dentro de um carro tão velho achei que fosse pegar tétano se entrasse nele.

- Andou fazendo compras bonitão.

- Não acredito que me fez andar nisso...

- Eu não fiz nada, você está andando nele porque quer.

Não pude evitar de sorrir.

- Engraçado, você não quis entrar no meu carro de jeito nenhum, mas entrou nessa lata velha todo sorridente, pode me explicar?

- É simples, esse é o tipo de carro que gente como eu poderia ter na nossa idade. Olha em volta, acha que alguém nesse bairro com a nossa idade teria um carro como o seu? Não né, pelo menos não trabalhando.

- Tá dizendo que só tenho coisas porque eu as herdei?

- Estou errada? alguma vez já teve que trabalhar pra comprar alguma coisa?

- Não porque eu nunca precisei.

- Pois bem, tem uma coisa que eu quero muito. É um livro de uma coleção que eu tenho, é uma edição muito rara e muito cara, eu o quero de presente de aniversário. Se você quiser realmente me impressionar, compre o livro, mas tem que ser com o dinheiro ganho com o seu trabalho.

- Como assim trabalhar? Eu não preciso trabalhar, agora só preciso estudar.

- Eu estudo e trabalho queridinho e sou o melhor aluno da minha escola. Você tem dois meses.

- Isso explica porque não aceitou as minhas flores.

- A partir de hoje não vou aceitar nada que você não tenha comprado com o seu próprio dinheiro. Ahhh e não vale pedir emprego aí seu pai, tem que trabalhar como qualquer universitário, como garçon, entregador ou vendedor. Nada de privilégios senhor Riquinho.

Seguimos de carro até a minha casa e eu saí antes dele tentar alguma gracinha, o cheiro cítrico e amadeirado que ele tem às vezes me deixa disperso. Quero ver se ele vai mesmo me ouvir e arranjar algum emprego.

Isaac

Aquele tampinha, me fez dirigir essa lata velha! Tive que ligar pro Grover de novo e ele me emprestou esse carro velho que tava na garagem dele, ele ia reformar mas acabou não tendo tempo. Nunca vi alguém tão feliz dentro de um carro velho como o Félix ficou.

Ele tava todo a vontade ligando o rádio e cantando as músicas como se estivesse no passeio mais divertido de todos, quando ele sorri os seus olhos ficam pequeninhos, acho bem fofo.

Somente aquele tampinha pra me obrigar a isso. Sobre esse negócio de trabalhar, tenho certeza que ele acha que eu vou fugir, mas eu com certeza não vou, não vou mesmo. E como não posso pedir a ajuda do meu pai, vou pedir a ajuda do Grover, tenho certeza que ele me ajuda. Liguei de novo pra ele.

- Senhor.

- Grover, preciso de um emprego.

- Perdão senhor, mas andou bebendo?

-Não, não bebi. Sabe aquele bar onde você e os homens do meu pai sempre vão? Quero que me arrume uma entrevista com o dono.

- O dono é meu cunhado senhor, acho que posso conseguir uma entrevista.

No mesmo dia fui até o bar, e quando o irmão do Grover perguntou porque eu queria tanto trabalhar lá, eu resolvi contar a verdade porque eu realmente não tinha outro motivo.

- Rapaz, nunca vi ninguém se esforçar tanto assim por um ômega.

- Vamos só dizer que não é um ômega comum, ele é especial.

-Tenho certeza que é cara. Bom tá contratado, você pode começar hoje a noite, esteja aqui às 5 da tarde, vai trabalhar de bartender.

- Sim senhor, obrigada mais uma vez.

Depois que saí o dono do bar olhou pro Grover e disse.

- Isso vai ser divertido

Grover sorriu e foi atrás de mim.

- Senhor, tem certeza que quer fazer isso? os homens daqui não são como os que você está acostumado a encontrar, aqui só vem gente barra pesada garoto.

- Eu sei Grover, mas preciso provar pra um certo tampinha de cabelo vermelho que eu posso fazer isso.

- Seja quem for esse ômega, saiba que ele já tem o meu respeito. Nunca achei que te veria pegando no pesado.

- Pra tudo tem uma primeira vez, não é?

Mandei uma mensagem pro Félix dizendo que consegui o trabalho, a resposta dele me fez sorrir como bobo.

" Só acredito vendo."

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Comments

umafujoshi__maluca por yaoi

umafujoshi__maluca por yaoi

kskksskkss o Isaac já virou cadelinha

2025-02-23

0

umafujoshi__maluca por yaoi

umafujoshi__maluca por yaoi

kskskskskskks

2025-02-23

0

umafujoshi__maluca por yaoi

umafujoshi__maluca por yaoi

ksksksksk eita

2025-02-23

0

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