Vergonha Apodrecida por Riqueza Sobrenatural
Rahmat voltou do trabalho no sábado a pé, embora seu corpo estivesse cansado de trabalhar como pedreiro. Mas Rahmat não desanimou. Era apenas com este trabalho que ele podia dar dinheiro à esposa, embora não muito.
Em frente à sua casa, que era a mais feia, via-se Laras a varrer o quintal, vestindo um vestido surrado com muitas costuras.
"Assalamualaikum", cumprimentou Rahmat com um sorriso.
"Walaikum salam, querido. Estou esperando por você há um tempo", respondeu Laras.
"O trabalho é longe, querida. Como vim a pé, cheguei um pouco tarde", disse Rahmat, largando sua mochila surrada.
"É o destino, querido. Nossos vizinhos podem ir trabalhar de moto, enquanto nós nem sequer temos uma bicicleta", disse Laras com um pequeno sorriso.
Rahmat não respondeu à esposa, optando por entrar porque estava quase na hora do Maghrib. Sua casa não tinha eletricidade porque eles não podiam pagar a instalação.
Havia apenas uma lâmpada de óleo de querosene para iluminar. Laras entrou e fez café para o marido. Até a garrafa térmica estava com o gargalo envolto em plástico porque a tampa estava quebrada.
Mesmo para comprar uma nova, Laras pensaria sete vezes. Custava cerca de setenta mil rupias. Para ela, era um preço alto.
"Aqui está seu salário desta semana, querido", disse Rahmat, entregando todo o seu salário.
"Você já pegou sua parte, querido?" perguntou Laras enquanto contava o dinheiro que seu marido havia lhe dado.
"Ainda não. Peguei tudo agora mesmo com o chefe", respondeu Rahmat, mastigando o restante do tempe frito daquela manhã.
Laras suspirou ao ver o salário do marido. Havia apenas trezentas mil rupias. E o arroz também havia acabado. Lágrimas começaram a rolar pelo seu rosto enquanto ela chorava pela dificuldade de sua vida.
"Seja paciente, querida. Eu só trabalhei três dias esta semana", Rahmat tentou confortá-la.
"Eu sou sempre paciente, querido. Mesmo que todos os dias eu tenha que resistir ao desejo de ver outras mulheres comprando muitas coisas", disse Laras, triste.
"Não vai adiantar nada se seguirmos os vizinhos, querida. O importante é não passarmos fome", aconselhou Rahmat.
"Você pode não estar com fome, querido, porque eu sempre coloco você e Narsih em primeiro lugar. Estou disposta a suportar a fome apenas para que nosso arroz de cinco quilos dure uma semana", disse Laras, ainda mais triste.
Rahmat foi embora, deixando sua esposa chorando. Em seu coração, ele estava irritado porque Laras parecia nunca estar satisfeita com o dinheiro que ele lhe dava.
Laras se levantou para realizar a ablução quando ouviu o chamado para a oração. Ela colocou as trezentas mil rupias sobre a mesa. Seu coração estava pesado. Ela estava casada com Rahmat há três anos.
Mas a vida de Laras continuava difícil. Ela tinha vergonha de reclamar com seus pais. Porque seus pais certamente a culpariam. Laras estava prometida em casamento a um rico comerciante de cabras.
Mas Laras recusou porque o homem era velho demais. Ela preferiu Rahmat, que era apenas filho de um trabalhador braçal. Rahmat era realmente um homem pobre.
"Tia, eu tenho um presente", Sarah entrou carregando uma sacola plástica.
"O que você trouxe, querida?" Laras perguntou, rapidamente enxugando as lágrimas.
"Ajudei o tio a lavar a louça e ele me deu três porções de bakso como pagamento", Sarah contou alegremente.
"Você está em época de provas, Sarah. Não deveria se preocupar com trabalho", aconselhou Laras.
"Não tem problema, tia. Foi só lavar a louça", respondeu Sarah, pegando três tigelas.
"Coma primeiro. Vou rezar primeiro", disse Laras, enquanto se apressava para o quarto.
Sarah era sobrinha de Laras, que havia sido deixada para trás por sua mãe quando criança. Mas, até agora, não havia notícias de seu irmão. Ele nunca mandava dinheiro para sua filha, nem mesmo notícias.
"Vamos comer, tio", ofereceu Sarah quando Rahmat saiu do banheiro.
"Sim, mais tarde. Você não vai rezar?" perguntou Rahmat.
"Vou comer primeiro, tio. Estou faminta", Sarah sorriu enquanto comia sua tigela de bakso.
Rahmat sorriu e entrou no quarto. Embora fosse feita de madeira, sua casa ainda tinha um quarto.
Apenas a parte de trás era feita de bambu trançado. Rahmat viu sua esposa rezando com devoção. Em seu coração, ele se sentiu culpado por não poder dar mais dinheiro à esposa. Eles frequentemente se endividavam quando estavam com pouco arroz.
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Naquela manhã, Laras tinha uma montanha de roupa suja de seus vizinhos. Eles a pagavam por peso. Na verdade, era como uma lavanderia, só que Laras lavava à mão e não passava.
"É assim que você junta dinheiro, Ras. Para comprar um ferro! Você pode cobrar mais caro se passar a roupa", disse a Sra. Sri, sua vizinha.
"Mal consigo comprar calças por dez mil, quanto mais um ferro, Sra. Sri", respondeu Laras, concentrada em sua lavagem.
"Seja paciente, querida. Quem sabe um dia Deus lhe dará prosperidade", a Sra. Sri a consolou.
Laras apenas sorriu ao ouvir as palavras de sua vizinha. Elas não sabiam o que ela estava sentindo. Especialmente a Sra. Sri. Ela era uma das pessoas mais ricas daquela vila.
Mesmo com um milhão em mãos, ela ainda reclamava de não ter dinheiro. Imagine Laras, que ganhava trezentas mil por semana.
"Querida, vou para a plantação", despediu-se Rahmat, já com seu chapéu de bambu.
"Tudo bem, querido", Sarah assentiu desanimada.
A Sra. Sri se despediu para ir para casa cozinhar. Ela havia contado que faria frango naquele dia. A boca de Laras se encheu de água ao ouvir sobre a comida deliciosa que sua vizinha sempre fazia.
Às vezes, a Sra. Sri lhe dava um pedaço de frango, mas Laras não comia, dando-o a Rahmat.
"Oh Deus, quando minha vida será boa como a deles?" Laras lamentou, infeliz.
Enquanto lavava a roupa, ela chorou pela dificuldade de sua vida, sentindo que Deus era injusto com ela. Ela era provavelmente a pessoa mais pobre daquela vila.
"Assalamualaikum!" alguém chamou do lado de fora.
Apressadamente, Laras saiu para cumprimentar seu convidado. Era o chefe da vila, com um sorriso no rosto.
"Walaikum salam. O que o traz aqui, chefe?" Laras perguntou.
"Tenho um cupom de ajuda alimentar para você, Sra. Laras. Venha buscá-lo no escritório da vila às três horas", disse o chefe, entregando o cupom.
"Alhamdulillah. Muito obrigada, chefe", Laras agradeceu, radiante.
"De nada. Não se esqueça de pegá-lo", lembrou o chefe.
"Claro que não", Sarah assentiu.
Sua tristeza desapareceu apenas por receber um cupom de ajuda alimentar. Se ela conseguisse o arroz, o dinheiro que usaria para comprá-lo poderia ser usado para comprar outras coisas, pensou Laras.
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Atualizado até capítulo 84
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