Capítulo 4

Como de costume, Rahmat caminhava para o trabalho. Na verdade, ele estava muito cansado de andar assim. Quando chegasse, ainda teria que começar a trabalhar imediatamente. Comprar uma bicicleta custaria centenas de milhares.

Principalmente hoje, Rahmat acordou atrasado porque passou a noite toda sonhando com aquela criatura assustadora. A viagem também levou tempo, fazendo com que ele chegasse ao trabalho depois das oito horas.

"Seu pai é cego, garoto?! A que horas você chega?" O capataz o repreendeu rudemente.

"Desculpe, senhor, eu acordei atrasado e também vim andando de casa", Rahmat deu uma desculpa.

"Então pare de abraçar sua esposa, é fácil falar agora que chegou", o capataz gritou novamente.

"Eu não vou repetir isso, senhor. Apenas me pague por meio dia de trabalho", disse Rahmat.

O capataz bufou de frustração porque sentiu que Rahmat era muito indisciplinado. Na verdade, esta não foi a primeira vez que ele se atrasou.

"Ah, estou cansado das suas desculpas. Apenas saia da minha frente", o capataz o dispensou.

"Com licença, senhor." Rahmat foi pegar uma enxada para misturar cimento.

"Ei, o que você vai fazer com essa enxada?! Você é surdo, seu idiota?!" O capataz gritou com raiva.

"Eu vou trabalhar, senhor", disse Rahmat.

"Eu disse para você sair daqui, não preciso de trabalhadores como você." O capataz demitiu Rahmat.

Rahmat ficou pasmo por ter perdido o emprego, pois agora era muito difícil encontrar um novo.

"Por favor, senhor, me perdoe apenas desta vez, eu preciso deste emprego", Rahmat implorou.

"Se você precisa de um emprego, deveria ser diligente, garoto, não apenas pensar em se satisfazer", disse o capataz sarcasticamente.

"Por favor, senhor, eu prometo que não vou repetir isso", Rahmat implorou.

"Ah, eu não acredito em você! Saia daqui!" O capataz o dispensou e saiu apressadamente.

Rahmat estava arrasado e triste por ter perdido o emprego. Para onde ele iria procurar trabalho agora? Sem perceber, lágrimas rolaram pelo seu rosto. Seu corpo e coração estavam exaustos.

"Por que você está me dando uma provação tão difícil, ó Deus?" Rahmat lamentou em desespero.

Ele imaginou como Laras reagiria ao saber que ele havia sido demitido. Talvez sua esposa ficasse com raiva ou chorasse.

Rahmat subiu na ponte para derramar sua tristeza. A ideia de que seus sogros viriam e o repreenderiam novamente passou por sua cabeça. Pensamentos ruins surgiram em sua mente.

"Eu sou um fracasso como marido e como filho, não consigo dar dinheiro a eles! É melhor eu morrer." Rahmat ficou à beira da ponte.

"É só por causa de dinheiro que você está desistindo?! Existem muitas maneiras de consegui-lo", disse uma voz.

Ao ouvir a voz, Rahmat se assustou e se virou. Era sua vizinha do final da rua, uma mulher chamada Rukayah, ou Kayah, como era mais conhecida.

"O que a senhora Kayah está fazendo aqui?" Rahmat perguntou surpreso.

"Você realmente quer dinheiro?" Kayah desviou da pergunta de Rahmat.

"Quem não quer dinheiro? Só com dinheiro podemos viver confortavelmente", respondeu Rahmat amargamente.

"Eu posso te mostrar o caminho para conseguir dinheiro, mas você arca com os riscos", disse Rukayah misteriosamente.

Ouvindo as palavras de Rukayah, Rahmat não sabia o que dizer. Ele também estava com medo de que ela estivesse pedindo para ele roubar, já que Rukayah era conhecida por ser misteriosa.

Kayah apenas vendia seus poucos produtos agrícolas, mas sua casa e veículos eram todos luxuosos. Ela até usava ouro em seu corpo. Diziam que ela era uma xamã.

"Como?" Rahmat perguntou curioso.

"Adoração!"

"Hã? Isso realmente existe?" Rahmat não acreditou nas palavras de Kayah.

"Depende se você quer ou não! Se quiser, venha à minha casa depois do enterro." Rukayah saiu apressadamente.

O coração de Rahmat estava dividido entre acreditar ou não. Ele também estava com medo se realmente existisse. Ele ainda tinha medo de seu Deus, mas seu lado ruim sussurrava que seu Deus não era justo com ele.

Por volta das três da tarde, Rahmat voltou para casa cabisbaixo, com medo da reação de Laras ao saber que ele não tinha mais emprego.

"Ué, por que você chegou tão cedo?" Laras perguntou surpresa enquanto pegava as roupas que havia colocado para secar.

"Sim, querida." Rahmat tentou sorrir.

Dentro de casa, ele ficou pensativo, procurando uma maneira de contar à esposa. Seu coração estava acelerado.

"Você está doente, por que chegou cedo?" Laras perguntou novamente.

"Fui demitido, querida", disse Rahmat baixinho, sem coragem de olhar para a esposa.

As roupas que Laras segurava caíram no chão. Seu mundo piorou depois que os problemas financeiros começaram. Agora que Rahmat havia sido demitido, ela se sentia ainda mais miserável.

"Não se preocupe, ok? Vou procurar outro emprego", Rahmat a consolou.

"Enquanto você procura emprego, o que vamos comer? Mesmo com você trabalhando, nossa vida tem sido difícil", Laras começou a chorar.

"Seja paciente, querida. Eu também não quero viver assim", disse Rahmat, passando a mão pelos cabelos.

"Quanta paciência você quer que eu tenha?! Enquanto os outros compram isso e aquilo, fico quieta, reprimindo meus desejos. Eu nunca te pedi para me comprar nada!" Laras gritou.

"Se eu tivesse dinheiro, com certeza te compraria tudo, querida. Mas nossa situação financeira está difícil", disse Rahmat suavemente.

"Eu me arrependo de ter me casado com você! Era melhor eu ter ficado solteirona do que viver nessa miséria!" Laras retrucou, batendo a porta do quarto.

O coração de Rahmat se partiu ao ouvir Laras dizer que se arrependia de ter se casado com ele. Será que sua esposa não era feliz com ele?

Além disso, era óbvio que Laras não era feliz. Se ele fosse rico, sua esposa seria feliz.

"Então o que você quer fazer agora?!" Rahmat seguiu sua esposa até o quarto.

"Eu quero muito dinheiro! Quero poder comprar o que precisamos sem me preocupar se o dinheiro vai acabar", Laras disse furiosa.

"Eu sou o único provedor, Laras! Você não sabe como é cansativo trabalhar? Não me importo de ser xingado, só quero ter muito dinheiro", Rahmat explodiu.

"Você acha que eu não tento ganhar dinheiro?! Eu lavo roupa para os outros por alguns trocados, e mesmo assim estamos nessa miséria. Meus pais nunca me fizeram trabalhar antes", Laras gritou com lágrimas escorrendo pelo rosto.

Rahmat socou a parede, liberando sua frustração, e saiu, deixando Laras chorando. Seu objetivo era ir direto para a casa de Kayah. Ele estava cego agora.

Para Rahmat, tratava-se de conseguir muito dinheiro rapidamente. Parecia que sua cabeça estava tomada pela escuridão.

"Para onde esse pobre coitado está indo?" A Sra. Mira sussurrou maldosamente.

"Ouvi dizer que meu marido o demitiu porque ele sempre chegava atrasado", respondeu a Sra. Lula, esposa do capataz.

"Uau, agora ele está ainda mais pobre", zombou Dina alto.

Rahmat conteve sua raiva para não explodir. Ele ignorou todas as fofocas e se concentrou em chegar à casa de Rukayah, no final da rua.

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