Depois de um vôo de 12 horas, o avião tocou o solo brasileiro, e após o desembarque dos passageiros, a tripulação também deixava a aeronave. Os três já estavam na recepção do aeroporto quando Penélope disse para Júlia que iria passar na séde da companhia para resolver algumas questões burocráticas. Júlia se despediu da amiga. Adrian também se despediu da Penélope com um sorriso e ambos começam a caminhar rumo a saída do aeroporto, prontos para seguir seus caminhos até o próximo embarque que ocorreria em dois dias depois. Para Adrian, até lá Penélope poderia se sentir mais a vontade para conversar. E quem sabe na próxima viagem, ambos teriam uma chance para esclarecerem as coisas?
Penélope os observou enquanto se distanciavam. Após analisar a situação a qual se encontrava, ela sentiu uma angústia profunda. Temendo que a relação conturbada entre ela e Adrian pudesse levá-los a se envolver ainda mais emocionalmente, transformando-se em um campo minado prestes a explodir a qualquer momento sem que ambos pudessem controlar, tomou uma decisão difícil. Ela faria aquilo não porque acreditava que ele fosse um irresponsável, porque já estava mais que provado o quanto ele era um bom piloto mas, porque representava um perigo eminente. Adrian e Júlia, apesar do cansaço da viagem, caminhavam empolgados quando ela, antes que ele desaparecesse completamente, gritou:
Penélope: Tenente Adrian Stone!
Ao ouvir seu nome, Adrian sentiu uma pontada de entusiasmo, acreditando que Penélope o chamaria para conversar sobre o que aconteceu na pista de dança. No entanto, ao se aproximar dela com um sorriso cheio de expectativas, a realidade o atingiu em cheio.
_ Quando puder preciso que passe no RH da companhia, você está demitido!
Penélope falou de maneira direta e virou as costas, tentando ocultar a angústia que a decisão lhe causava por dentro. Adrian, perplexo, se aproximou dela e a confrontou.
_ Então é assim que vai agir agora, Penélope? Ok! Se quer me demitir por eu ter me atrasado no primeiro dia de trabalho, tudo bem. Mas não acha que merecemos conversar sobre o que aconteceu naquele bar em Cancún?
Penélope incorporou seu ar prepotente, tentando parecer forte.
_ O que aconteceu naquele bar? Nossa relação sempre se limitou ao trabalho. Eu sempre o mantive distante; foi você quem insistiu em se aproximar. Não acredito que acreditou que senti algo por você, porque eu não senti. Desde o início, eu sabia dos seus joguinhos, mas não pensei que se envolveria tanto com uma mulher que até então, não conseguiu levar para a cama. Por outro lado, me sinto satisfeita, sabendo que consegui me vingar por todas as mulheres que você, brincou, usou e jogou fora como se fosse um objeto descartável.
As palavras cortantes ecoaram no ar, criando um abismo entre eles. Adrian, atônito, observou Penélope se afastar, enfrentando a revelação dolorosa de que suas interpretações da relação entre eles eram profundamente diferentes.
Adrian, sentindo-se como um idiota, ficou estático tentando entender aquilo tudo gesticulando sua revolta e, murmurando palavras de recriminação para si mesmo. Uma mistura de sentimentos o invadia, uma frustração profunda, raiva de sua própria "ingenuidade" e decepção por ter se deixado levar. Júlia, que permanecia o esperando e o observava de longe, percebendo a aura sombria que o cercava, se aproximou com preocupação.
_ Adrian, o que aconteceu? O que a Penélope te disse?
Adrian, revoltado consigo mesmo, respondeu com amargura.
_ Eu sou um idiota, Júlia. Um completo idiota!
Júlia continuou a interrogar, tentando entender a situação, enquanto Adrian desabafava sua frustração.
_ Penélope me demitiu. Eu pensei que algo mais estivesse acontecendo entre a gente, mas nunca deixou de ser aquela porcaria de jogo para ela.
Júlia, surpresa, respondeu:
Júlia: Ela mencionou que o demitiria, mas depois do clima que passou a rolar entre vocês dois depois da competição, eu não achei que ela faria.
As palavras de Júlia aumentaram a raiva de Adrian consigo mesmo. Ele se afastou abruptamente, envolto por uma onda de revolta.
Adrian: Um jogo... nunca deixou de um jogo para ela. Eu não deveria ter me envolvido. Odeio ser tão estúpido!
Com passos pesados e decididos, Adrian deixou Júlia para trás, carregando consigo a amargura de ter se envolvido em algo que, para Penélope, continuava sendo "apenas uma brincadeira".
Ao sair do aeroporto, Adrian, não foi para casa mas, dirigiu-se diretamente à cobertura do seu melhor amigo, Ruan. Este, surpreso ao vê-lo entrar em seu apartamento como um furacão eufórico e raivoso, questionou a visita inesperada.
_ Adrian, o que está fazendo aqui? Quando chegou de viagem?
Adrian: Agora a pouco, vim diretamente do aeroporto para cá!
Ruan, percebendo a expressão furiosa de Adrian, indagou sobre o motivo da revolta.
_ O que aconteceu, cara? Por que está com essa revolta toda?
Adrian: Aquela... Aquela... a Penélope. Acredita que ela teve a ousadia de brincar comigo?
Ruan, zombando, questionou:
_ Brincar com você? Quando nos falamos por telefone, você disse que ela tentou tornar sua vida impossível. E aquela história de que iria domá-la? Não me diga que está desse jeito porque perdeu a guerra?
Adrian, frustrado, sentou-se no sofá e desabafou:
_ Era apenas um jogo idiota no início, mas depois eu acho que... Eu não sei o que aconteceu comigo, perdi o controle da situação, sei lá! Mas estou puto comigo mesmo por permitir que isso acontecesse. Aquela infeliz me demitiu e ainda por cima me descartou feito lixo!
Ruan, curioso, perguntou:
_ Adrian, não? Espera, se apaixonou por ela?
Adrian: Que pergunta idiota, é óbvio que não!
_ Dormiu com ela, queria mais e ela te descartou? Foi isso?
Adrian, balançando a cabeça negativamente, respondeu:
_ Pior que não. Aquela mulher é mais difícil que pé de cobra!
Ruan (gargalha debochado): Não conseguiu dormir com ela? Cara eu disse que não iria conseguir! Huhuuu ganhei uma aposta, o que eu vou querer de você? Hummm tenho que pensar!
_ Não seja idiota, Ruan. Essa guerra ainda não acabou, não vou facilitar as coisas, nem pra você nem para ela. Se Penélope acha que pode brincar comigo e sair ilesa, está muito enganada. Eu vou atrás dela nem que seja nos confins da terra, e transformarei sua vida num inferno. Vai por mim, você ainda vai pagar a p*rr* do jantar que prometeu para agente!
Adrian expressou com determinação em suas palavras, deixando claro que a guerra entre ele e Penélope estava longe do fim.
Ruan avança sobre o amigo, e brincalhão começa a bagunçar o cabelo dele.
_ Quer dizer que o Tenente Adrian Stone foi passado para trás e está com o orgulho ferido?
Adrian: Pára, seu idiota!
Ruan: Quer um lencinho para chorar bebê? Uma chupetinha pra consolar essa frustração? Talvez?
_ Eu não sei porque ainda venho desabafar com você? É um tremendo imbecil!
Enquanto isso...
Penélope havia acabado de entrar em seu apartamento quando em uma ligação foi confrontada por seu pai, o Sr. Eduardo Valência, homem de postura firme e autoritária.
Sr. Eduardo: Penélope, a Laura gerente de recursos humanos me ligou, disse que precisamos contratar outro copiloto com urgência porque você descartou o tenente Adrian Stone. Preciso entender as razões pelas quais você me pediu para contratar aquele rapaz e agora está tão determinada a mandá-lo embora. Ele acabou de ser contratado para uma vaga que não pode ser preenchida por qualquer um, isso está criando um rebuliço desnecessário na companhia.
Penélope: Pai, ele não se encaixa na equipe. Ele é um problema.
Sr. Eduardo: Problema? Preciso de razões mais claras, Penélope. Se vamos tomar decisões que afetam a empresa, precisamos de justificativas sólidas.
Penélope: Ele não é confiável. Não quero alguém como ele trabalhando ao meu lado.
Sr. Eduardo: (cético) Penélope, "não é confiável" não é uma razão suficiente para demitir alguém, especialmente alguém com as habilidades que o Sr. Stone possui.
Penélope tenta justificar sua decisão de outra maneira.
_ Não quero ficar esbarrando com ele por aí. É incômodo.
Sr. Eduardo: (firme) Penélope, a empresa não pode ser gerida com base em desconfortos pessoais. Ele é um profissional qualificado e pode trabalhar ao lado de outros pilotos sem problemas.
Penélope: (insistente) Pai, eu não quero isso. Ele precisa sair.
Sr. Eduardo: (frustrado) Tudo bem Penélope, não vou mais bater de frente com você, mas como seu superior e também como seu pai, espero que você tome decisões mais racionais para o bem da empresa daqui para a frente. Não podemos nos dar ao luxo de perder talentos valiosos devido a desavenças pessoais.
Penélope, apesar da repreensão de seu pai, mantém sua postura, revelando a profundidade de sua "aversão" ao copiloto Adrian Stone. O conflito entre eles parece longe de ser resolvido.
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Atualizado até capítulo 65
Comments
Luisa Nascimento
Adrian, deixa esse museu pra lá e parte pra outra.
2024-02-18
2
Juliana Vicentina Da Vo
Como será que o Adrian pretende conquistar a Penélope.
2024-02-08
1