Capitulo 09

Júlia, após presenciar a cena de longe, apressada, correu rompendo a multidão para alcançar os dois. Adrian ainda estava estático na rua, perdido em seus próprios pensamentos. Ao se aproximar, ela bateu de frente com ele, frustração estampada em seu rosto.

Júlia, exasperada: O que você fez?

Adrian, confuso: Eu... eu não fiz nada, Júlia. Ela simplesmente saiu correndo.

Júlia, elevando a voz: Você está mentindo! Eu vi vocês na pista de dança, e agora a Penélope está lá dentro de um táxi, completamente desfeita. O que aconteceu?

Adrian, tentando explicar: Nós estávamos dançando, e a coisa simplesmente ficou intensa demais. Eu não queria...

Júlia, furiosa: Você não queria? Você está se aproveitando da vulnerabilidade dela! Eu te disse para ficar longe dela, Adrian!

Adrian, defensivo: Eu não estava me aproveitando! Eu nunca faria isso com ela, Júlia. Eu só...

Antes que pudesse concluir a frase, Júlia, sem esperar mais explicações, virou-se bruscamente e chamou um táxi. Ela lançou um olhar furioso para Adrian.

Júlia, gritando para o táxi: Vamos, rápido!

Ela entrou no táxi e partiu, deixando Adrian para trás, ainda tentando entender a intensidade da situação. Enquanto o táxi se afastava, Júlia estava determinada a alcançar Penélope, proteger sua amiga e entender o que realmente aconteceu naquela noite tumultuada.

Júlia passou apressadamente o cartão chave na porta do quarto de hotel, preocupação estampada em seu rosto. A porta se abriu e ela entrou eufórica a procura da amiga. Ela avistou Penélope, que estava sentada na cama, lágrimas escorrendo por seu rosto.

Júlia, gentilmente: Pê, o que aconteceu? Eu vi você saindo correndo e...

Penélope, interrompendo com um suspiro pesado: Eu não sei, Júlia. Eu não sei o que deu em mim.

Júlia se aproximou e se sentou ao lado de Penélope, abraçando-a carinhosamente.

Júlia: Calma, amiga. Conte para mim o que aconteceu.

Penélope, entre soluços: Foi tudo culpa minha. Adrian não fez nada. Ele foi gentil, respeitoso, mas eu... eu simplesmente não consigo.

Júlia, tranquilizando-a: Não consigo o quê, Penélope? O que está te machucando tanto?

Penélope, enxugando as lágrimas: Eu sou o problema, Júlia. Não consigo deixar ninguém se aproximar. Estou presa no meu próprio passado.

Júlia, compreensiva: Seu passado? Do que está falando?

Penélope, com a voz embargada: Meu ex-marido, León. Você sabe ele... ele me machucou muito. Eu prometi para mim mesma que jamais cairia nessa armadilha de novo, por isso criei essa barreira de resistência e me isolei. Agora, sempre que alguém tenta se aproximar, eu sinto medo, sinto que vou me machucar novamente. Eu não consigo confiar em ninguém! Mas mesmo não confiando com o Adrian é diferente. Há uma força que me atrai para ele entende? Eu não consigo controlar, é mais forte que eu!

Júlia, apertando a mão de Penélope: Compreendo, Penélope. Mas, o Adrian não é o Leon, e você merece ser feliz. Apesar de que eu não tenho certeza de que o Adrian é a pessoa certa para te proporcionar isso.

Penélope, balançando a cabeça: Eu sei, eu sei. Mas é difícil. Por isso estou em conflito. Eu o vejo como alguém que desperta sentimentos que eu não posso controlar.

Júlia, solidária: Entendo. Mas você não está sozinha, Penélope. Estamos aqui para apoiá-la. E sobre o Adrian, talvez seja hora de conversar com ele sobre isso.

Penélope, suspirando: eu sei que preciso enfrentar meus próprios demônios. E em relação ao Adrian, compreendo que ele não é o tipo de homem para um relacionamento sério, e eu não quero que as coisas se compliquem mais.

Júlia, abraçando-a: Vamos dar um passo de cada vez. E não importa o que aconteça, você terá todo o meu apoio.

As duas amigas permaneceram abraçadas, compartilhando um momento de conforto e compreensão. Enquanto isso, Adrian, alheio aos conflitos internos de Penélope, enfrentava suas próprias dúvidas e frustrações na tentativa de entender o que havia acontecido naquela noite intensa.

Depois que o táxi da Júlia se afastou do bar, deixando Adrian para trás na calçada. Ele se sentia perdido e confuso, tentando entender o que aconteceu na pista de dança. Após um momento de hesitação, ele decidiu voltar para o hotel.

Ao entrar no veículo, Adrian sentiu o silêncio pesado ao seu redor, acompanhando a turbulência emocional que o consumia. No caminho de volta, ele enviou uma mensagem rápida para a equipe que ficou no bar, avisando sobre o retorno das meninas e o seu próprio retorno ao hotel. Carlos, o mecânico, curioso, perguntou o que havia acontecido, mas Adrian não respondeu.

Chegando ao hotel, Adrian se viu em seu quarto, enfrentando uma guerra interna de pensamentos e emoções. Sentou-se na cama, enquanto a dúvida e a confusão o assombravam. Ele se recordava dos momentos intensos vivenciados ao lado de Penélope em tão pouco tempo.

As perguntas ecoavam em sua mente: Por que Penélope reagiu daquele jeito? O que aconteceu para ela fugir daquela forma? Uma multidão de pensamentos não permitia que ele encontrasse paz.

Adrian, atormentado, se perguntava por que estava tão preocupado com ela. Nunca havia se importado dessa forma com uma mulher antes. Recordava-se de todos os gestos feitos para agradá-la, de sua necessidade extrema de tê-la por perto, de vê-la sorrir, mesmo que fosse por ironia no meio de seu ar prepotente.

Ao sentar-se na cama, a confusão de sentimentos o dominava. A ideia de ir atrás dela cruzou sua mente, mas ele se questionava sobre o que diria ou perguntaria. Ele estava perdido em um mar de emoções contraditórias.

Enquanto isso, Penélope, após chorar horrores nos braços acolhedores de Júlia, finalmente encontrou algum consolo no sono. A amizade verdadeira proporcionava um refúgio para suas emoções tumultuadas. Enquanto a noite avançava, Adrian, incapaz de encontrar paz, passou horas inquieto, questionando-se sobre o que realmente estava acontecendo entre ele e Penélope. O que começou como um desafio idiota agora se transformava em algo que nenhum dos dois podia ignorar.

A manhã seguinte trouxe consigo uma tensão palpável entre Adrian e Penélope. Ao se encontrarem no café da manhã do hotel, ambos estavam imersos em um clima estranho. Os olhares cruzavam a mesa de vez em quando, mas qualquer tentativa de comunicação era frustrada pela atmosfera pesada.

Adrian sentiu-se desconfortável com a situação, incapaz de decifrar o que se passava na mente de Penélope. A comunicação entre eles havia se deteriorado, deixando um vazio de entendimento mútuo. A hesitação pairava sobre a mesa, e mesmo que seus olhares se encontrassem, nenhum dos dois tinha coragem de iniciar uma conversa.

Diante desse impasse, Adrian decidiu não confrontá-la. Optou por permanecer em silêncio, respeitando o espaço que ela aparentemente precisava. Penélope, por sua vez, tomou seu café rapidamente, mal trocando palavras com a tripulação.

Após terminar a refeição, Penélope se levantou e, sem dizer uma palavra, deixou o café da manhã. Adrian observou-a afastar-se, sentindo-se desconcertado pela falta de clareza sobre o que estava acontecendo.

Enquanto Penélope retornava ao quarto do hotel para organizar suas coisas, Adrian permaneceu na mesa, perdido em seus próprios pensamentos. A escala de vôo de retorno para o Brasil estava marcada para daqui a duas horas, e o clima de incerteza pairava no ar.

Adrian ponderou sobre o que aconteceu na noite anterior e como isso impactaria a dinâmica da tripulação. A tensão entre ele e Penélope se refletia, em um ambiente antes descontraído e amigável.

O tempo passou lentamente, e logo chegou a hora de se prepararem para o voo de retorno. Adrian, mesmo desejando esclarecimentos, optou por não pressionar Penélope naquele momento.

Ao vestir seu uniforme de tenente ainda no quarto do hotel, Adrian não pôde evitar recordar o episódio em que Penélope, de forma proposital, derramou café em sua camisa social branca. Naquele dia, a irritação dominou seus sentimentos, mas agora, em meio ao mar de confusões emocionais, um sorriso involuntário desenhou-se em seu rosto.

Adrian, olhando-se no espelho: Ah, Penélope, você realmente sabe como tornar as coisas interessantes.

Mais populares

Comments

Luisa Nascimento

Luisa Nascimento

coitado 😔

2024-02-18

2

Juliana Vicentina Da Vo

Juliana Vicentina Da Vo

Agora fiquei com dó do Adrian.

2024-02-08

1

Ver todos

Baixar agora

Gostou dessa história? Baixe o APP para manter seu histórico de leitura
Baixar agora

Benefícios

Novos usuários que baixam o APP podem ler 10 capítulos gratuitamente

Receber
NovelToon
Um passo para um novo mundo!
Para mais, baixe o APP de MangaToon!