Capitulo 05

Adrian, escondido em um canto do quarto, observava a cena se desenrolar, mas a diversão que inicialmente parecia divertida rapidamente se desfez em preocupação quando viu Penélope com seu semblante apavorado revelar o seu estado de pânico. Ele sequer imaginou que ela teria fobia a baratas e não planejou assustá-la de forma tão intensa. Vendo o pavor em seu semblante, ele se apressou em intervir.

— Penélope, eu... eu não sabia que você tinha fobia. Foi só uma brincadeira estúpida. Me perdoa!

Adrian disse, emergindo no quarto, sentindo-se culpado.

Penélope tremia, tentando controlar a respiração acelerada. Ela olhou para ele com uma mistura de raiva e medo.

— Você acha isso engraçado, Adrian? Isso não é engraçado, é cruel!

Disse ela, começando a chorar.

Adrian se aproximou dela, tocando suavemente seu ombro.

— Eu sei, e eu sinto muito. Não era para ser assim.

Ele disse, com remorso e contraiu a face percebendo a gravidade de suas ações.

— Eu sinto muito. Eu só queria... queria te provocar de volta. Mas eu não sabia que ia te assustar tanto.

Os olhos de Penélope encontraram os de Adrian, e por um momento, toda a tensão entre eles pareceu desaparecer. Ela viu culpa, e algo a mais em seu olhar, percebeu que ele realmente não tinha a intenção de lhe fazer sofrer.

— Está tudo bem!

Ela murmurou, tentando se acalmar. "Eu só não esperava por isso. Eu realmente odeio baratas."

Adrian suspirou, notando a vulnerabilidade em seu olhar.

Penélope olhou em direção à porta do banheiro e ao notar um dos insetos saindo de lá de dentro, gritou o nome dele e o abraçou involuntariamente, apavorando-se outra vez.

Adrian respondeu o seu gesto a abraçando forte.

Adrian: Xiiii, eu vou te ajudar. Vamos limpar isso juntos, está bem?

Penélope hesitou por um momento, mas, diante da confiança que ele conseguiu lhe transmitir, ela concordou.

Juntos, eles começaram a eliminar as baratas do banheiro, rindo nervosamente da situação absurda.

— Você achou que fazendo isso iria me conquistar?

Ela perguntou sarcasticamente, tentando esconder o medo que ainda sentia.

— Você sujou minha roupa de café. Eu só queria uma revanche, mas, acabei agindo feito um idiota.

Uma conexão silenciosa se formou entre eles enquanto terminavam a limpeza. Os dois se desfizeram dos insetos e após lavarem e secarem as mãos, Adrian, surpreendido por este momento, se aproximou dela.

— Eu não queria te assustar tanto!

Adrian murmurou, tocando o rosto de Penélope suavemente.

— Entendo que o que fiz foi errado, eu realmente sinto muito.

Olhando no fundo dos seus olhos, Adrian percebeu algo além da sua prepotência e fobia. Havia nela, uma centelha de vulnerabilidade e desejo.

Penélope desviou o olhar, lutando contra a atração que crescia entre eles.

Adrian a respeitou e soltou o seu rosto, mas, ao se afastar para tentar sair do seu quarto...

— Sabe que isso não muda nada, não é? Eu não vou me render a seus joguinhos!

Ao ouvir a voz que soou atrás dele, Adrian deixou escapar um sorriso confiante. "Quem sabe. Penélope. Quem sabe." Ele saiu do quarto, deixando-a sozinha com seus pensamentos tumultuados.

Enquanto Penélope tentava ignorar a tensão no ar, uma pequena semente de algo mais havia sido plantada naquele momento. O jogo de gato e rato estava longe de terminar, mas ambos estavam prestes a descobrir que, às vezes, as melhores histórias começam com um pouco de caos e imprevisibilidade. Ao sair, Adrian encontrou-se com a Júlia no corredor do hotel, ao vê-lo sair do quarto que dividia com Penélope, ela o interrogou:

— Adrian! O que você está fazendo aqui? A Penélope está bem?

Adrian: (suspira) Ela está bem, mas eu preciso falar com você?

— Claro. O que aconteceu?

Adrian a arrastou para um assento que havia no corredor e a encarou com uma expressão séria.

— Por que você não me disse que a Penélope tinha fobia de baratas?

Júlia arregalou os olhos, surpresa com a pergunta direta de Adrian.

— Fobia de baratas? Como você ficou sabendo?

Adrian: Eu tive uma ideia idiota para uma vingança, e as coisas saíram do controle. Ela entrou em pânico.

Júlia: (franzindo a testa) Vingança? O que aconteceu?

Adrian explicou rapidamente a brincadeira de mau gosto que tentou fazer para se vingar das provocações de Penélope.

Júlia: (balança a cabeça) Adrian, isso foi infantil.

Adrian: (frustrado) Eu sei, mas foi a primeira idiotice que me passou pela cabeça. Por que você não me contou sobre isso? Poderia ter evitado toda essa confusão.

— Você não me perguntou, e também como eu poderia imaginar que você faria algo assim? Vocês dois estão agindo feito crianças, implicando um com o outro. Mas, não achei que chegaria a tanto!

Adrian: (respira fundo) Eu só queria me aproximar dela de alguma forma. Eu não queria assustá-la.

Júlia: (coloca a mão no ombro de Adrian) Eu entendo, mas você precisa conhecer os limites. Se quer se aproximar dela, precisa ser honesto e maduro. Além disso, a Penélope não é como as outras mulheres que você costuma sair. Eu conheço você, sei o mulherengo que é, então, se não estiver interessado em um relacionamento sério com ela, não se aproxime. Se fizer minha amiga sofrer, eu juro que te arrebento!

Adrian assentiu, e agradeceu a Júlia pelo conselho, se levantou e saiu dali, enquanto a Júlia entrou no quarto já perguntando:

— O Adrian me contou o que aconteceu. Você está bem?

Ambas começaram a conversar.

O dia se passou e tornou-se em uma noite agradável.

A tripulação se reuniu no restaurante do hotel para jantar, assim como sempre faziam. Por estarem sempre longe de casa, eles sempre buscavam fazer às refeições juntos, pois era uma maneira de se sentirem mais acolhidos, como se estivessem em família. Estavam no jantar, as comissárias de bordo, a Penélope, o Adrian e e dois mecânicos de vôo.Todos junto à mesa pareciam se divertir, menos Penélope, que seguia séria e com seus pensamentos distantes. Adrian a observou por um tempo. Ele sentiu-se incomodado por vê-la naquele estado e desafiou a si mesmo a fazê-la sorrir.

— Capitã, você já ouviu sobre o homem que conseguia derreter gelo com um olhar?

Adrian perguntou, pegando um dos cubos de gelo que estavam em um pequeno recipiente sobre a mesa.

Penélope, sarcástica:

— Não, e duvido que isso funcione.

Adrian, então, começou a olhar fixamente para o cubo de gelo, fazendo uma expressão exageradamente intensa. Todos ao redor começaram a rir.

Adrian: Ops, acho que só funciona com olhos normais, não com superpoderes!

Penélope, tentando manter a pose:

— Parece que você precisa de aulas de derretimento, Tenente.

Adrian então pegou um uma flor do arranjo que estava sobre a mesa e lhe entregou.

Adrian: Flores são a kriptonita do gelo, certo?

Penélope: Você acha que flores podem derreter meu coração?

Adrian, com um sorriso travesso: Bem, é bem melhor do que tentar com um secador de cabelo!

Todos riram novamente, e Penélope, apesar de tentar se segurar, deixou escapar um sorriso.

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Comments

Anatalice Rodrigues

Anatalice Rodrigues

Vai começar um amorzinho bem gostoso /Facepalm//Facepalm//Facepalm//Facepalm//Facepalm/

2024-02-25

2

Luisa Nascimento

Luisa Nascimento

Tá começando a surgir o amor ❤️

2024-02-18

2

Juliana Vicentina Da Vo

Juliana Vicentina Da Vo

Ele vai ter que largar de ser mulherengo pra conseguir esse ❤️.

2024-02-07

1

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