Capítulo 06

Após o jantar, a tripulação decidiu se reunir no lounge do hotel para continuar a noite. O ambiente estava descontraído, com música suave ao fundo e risadas ecoando pelo espaço. Adrian, determinado a quebrar a barreira que parecia ainda envolver Penélope, aproximou-se dela enquanto ela estava perto do bar.

Adrian: Á noite está linda e brilhante hoje, não acha?

Penélope, olhando para ele com desdém: Ah, claro. Sim. Fascinante.

Adrian, sem se deixar abalar, tentou novamente:

_ sabe, as estrelas também parecem mais brilhantes quando estamos longe de casa.

Penélope, revirando os olhos: não me diga? Você deveria ser um poeta. Estou maravilhada.

Adrian, mantendo o bom humor: às vezes, é bom apreciar a beleza ao nosso redor, mesmo quando estamos focados no trabalho.

Penélope, com sarcasmo: Beleza ao redor? Desculpe, eu não sabia que estávamos em um conto de fadas.

Nesse momento, a Júlia se aproximara, percebendo a interação entre os dois.

Júlia: Está tudo bem por aqui?

Penélope: Tudo bem!

Júlia: O que está bebendo?

Adrian, com um sorriso descontraído, olhou para o copo de Penélope e antes que ela respondesse, ele soltou como se fosse um especialista:

_ Martini de Maçã, uma escolha sofisticada. Composta por vodca premium, licor de maçã verde, e uma pitada sutil de xarope de açúcar para equilibrar os sabores. Decorado com uma fatia fina de maçã verde no topo, para dar aquele toque final elegante. Uma verdadeira obra-prima líquida.

Penélope, erguendo uma sobrancelha:

_ Surpreendente! (pensou).

Ela o encarou como se perguntasse:

_ Como sabe disso?

Adrian, piscando:

Apenas um palpite educado. Às vezes é bom conhecer um pouco mais do que apenas as estrelas ao nosso redor!

Penélope, mantendo a compostura, tentando desviar o foco, pergunta para a Júlia:

_ Você quer um?

Júlia:(empolgada) Depois de toda explicação do Adrian, mas é claro que vou querer!

Ela chama o bar tender a fim de fazer o pedido, enquanto isso Penélope direciona outro olhar curioso para o Adrian, que responde:

Adrian (brincando): A vida é cheia de surpresas. Quem sabe do que mais sou capaz?

O bar tender traz o pedido da Júlia.

Adrian (pede ao bartender): Um Old Fashioned para mim, please!

Enquanto degustam seus drinks, ele observa a Penélope com seu semblante sério novamente e diz, indiretamente:

_ Sabe, acho que poderíamos nos beneficiar de um pouco mais de leveza, o que acha de sairmos para dançar?

Enquanto Júlia manifesta sua empolgação, a Penélope responde sarcástica:

_ Leveza? Eu tenho responsabilidades reais, não posso ficar por aí flutuando como uma borboleta.

Júlia rir, um pouco constrangida da resposta da Penélope. Adrian, porém, mantém sua compostura.

_ Eu entendo, Capitã. Mas um pouco de diversão não faz mal a ninguém.

Penélope larga a taça em cima do balcão, ficando de pé e olhando-o de cima a baixo, responde:

_ Talvez para alguns. Mas para outros, é melhor focar no que realmente importa.

Adrian, com um sorriso forçado, responde:

_ Bem, se precisar de mim, estarei flutuando por aí, aproveitando a beleza da vida.

Penélope ignora a provocação e afasta-se, Júlia segue atrás dela deixando Adrian sozinho por um momento. Ele suspira, decidindo não levar as palavras de Penélope para o lado pessoal.

_ Que mulher difícil!

Júlia, alcançando Penélope enquanto se dirigem ao quarto:

_ Amiga, posso te fazer uma pergunta?

Penélope, com um olhar inquisitivo:

_ Claro, o que quer saber?

Júlia, hesitante:

É sobre o Adrian. Por que você o trata tão mal?

Penélope, dando de ombros:

_ Tratar mal é uma forma de colocar as coisas. Eu só não tenho tempo para joguinhos e conversa fiada.

Júlia: Mas por que você age assim com ele especificamente? Não vai me dizer que essa barreira toda é apenas porquê ele se atrasou ao primeiro de trabalho? Porque eu conheço você e sei que não é isso!

Penélope, revirando os olhos:

_ Ele é apenas um idiota tentando ser mais simpático do que o necessário. Não vejo razão para me envolver em suas tentativas.

Júlia, percebendo algo mais:

_ Há algo mais por trás disso, Pê?

Penélope, mantendo-se firme:

_ Não, Júlia, não há nada. Ele é só é um membro da tripulação. Não estou aqui para fazer amigos e sim meu trabalho.

Júlia, persistente:

_ Eu entendo, mas será que não vale a pena tentar dar uma chance a ele? Ele é meu amigo desde muito tempo e sei que é um cara legal, vocês poderiam se tornar bons amigos também. Não entendo o porquê formou essa barreira entre vocês dois!

Penélope, suspirando:

_ Júlia não posso me dar ao luxo de me distrair, tentando me envolver em relacionamentos passageiros, ele não ficará na posição em que está por muito tempo.

Júlia: Você vai demiti-lo?

Penélope: Talvez!

Júlia, sorrindo:

_ Entendo que queira fazer isso, Pê, ele errou ao se atrasar. Mas será que ele não merece uma segunda chance? Se me permite uma opinião, acho que ele pode ser uma adição positiva à equipe. E talvez, quem sabe, até trazer um pouco de leveza para a vida que você diz ser tão séria.

Penélope, balançando a cabeça:

_ Não vou mudar minha abordagem só porque ele é seu amigo. Eu sei o que estou fazendo.

Júlia, aceitando:

_ Tudo bem, Pê. Não vou continuar insistindo sobre o que tem que fazer, afinal. Você também é minha chefe. Mas, vou continuar lembrando que a vida não é apenas trabalho. Às vezes, um pouco de leveza pode fazer bem.

Penélope, voltando a andar:

_ Leveza não conquista espaço, Júlia. Mantenha isso em mente.

Júlia observa Penélope se afastar, ponderando sobre a relação tensa entre ela e Adrian, mas sem desistir da ideia de que há mais do que aparenta.

Penelope: Você não vem?

Júlia: Se não se importar, vou ficar um pouco mais com a equipe!

_ Ok, divirtam-se!

Penélope, exausta, entra em seu quarto no hotel. Ela fecha a porta e deixa escapar um suspiro cansado. Sua mente está turbulenta.

_ Viver a vida com leveza? Já vivi essa experiencia uma vez!

Ela pensa sobre o quanto viveu momentos eletrizantes ao lado do León anos atrás, quando acreditava que os sentimentos que nutria por ele, eram recíprocos.

_ Mas a Penélope de antes não existe mais. Ah, garota ingenua! A vida abriu seus olhos das piores formas!

Ela pensa e segue seus passos. Ao passar pela mesa, nota um folheto colorido com destaque para um evento local: "Competição Aérea de Velocidade em Cancún - Inscrições Abertas!"

Curiosa, Penélope pega o folheto e começa a ler as informações. A competição envolve desafios de pilotagem e velocidade em uma aérea específica em torno da cidade. Os participantes terão a chance de mostrar suas habilidades de pilotagem em aeronaves locais disponíveis para a competição.

Penélope, olhando para o folheto, parece refletir por um momento. Uma faísca de entusiasmo brilha em seus olhos. Ela imagina a emoção de voar pelos céus de Cancún e, por um momento, se permite sonhar com algo além das responsabilidades dentro da Bluesky, sua companhia.

Decidida, Penélope pega seu comunicador e liga para a recepção do hotel para obter mais informações sobre a competição. Ela descobre que as inscrições continuam abertas até à meia-noite daquele dia e que o evento acontecerá no fim da tarde do dia seguinte, dando aos participantes tempo suficiente para se prepararem.

Penélope, após analisar o tempo que teria antes de retornar ao Brasil, sorrindo para si mesma, toma uma decisão impulsiva. Ela decide se inscrever na competição aérea. Talvez essa seja uma oportunidade de escapar das pressões por um momento e experimentar a adrenalina de uma atividade diferente.

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