Enquanto terminava de se arrumar, Adrian refletia sobre o comportamento desconcertante da Capitã. A confusão de sentimentos pairava sobre ele, mas uma determinação emergiu das incertezas.
Adrian, sorrindo consigo mesmo: Ah, Penélope, por que está tentando fugir? Você ainda vai ser minha.
Com esses pensamentos, Adrian se dirigiu para o encontro com a tripulação. Em poucos minutos, todos estavam prontos para se dirigirem ao aeroporto. Júlia, percebendo a tensão entre Penélope e Adrian, decidiu ocupar o lugar entre eles no banco traseiro do táxi que dividiram.
Júlia, tentando amenizar o clima: Aí, vamos manter o astral lá em cima! A vitória na competição foi incrível, não?
Penélope e Adrian concordaram, embora o clima tenso persistisse. Júlia, percebendo a necessidade de os distrair, começou a compartilhar histórias engraçadas e momentos divertidos em que já passou, ora ao lado de Adrian, ora ao lado de Penélope, e embora os dois estivessem em um momento estranho, às vezes conseguiam sorrir com a forma que a Júlia narrava as idiotices que já praticaram juntos.
Enquanto o carro avançava em direção ao aeroporto, Júlia fazia o possível para desviar a atenção do clima entre Penélope e Adrian. O caminho seria longo até o Brasil, e quem sabe seu gesto aliviaria a tensão. Certamente o que ambos mais precisavam nesse momento era de um bom diálogo, mas talvez nenhum dos dois estivessem prontos para conversar ainda.
Uma hora depois...
A atmosfera dentro da cabine do avião era tensa quando Adrian e Penélope se acomodaram em seus lugares, ainda alheios um ao outro. Ambos estavam imersos em seus próprios pensamentos, mantendo uma distância silenciosa.
Enquanto as aeromoças verificavam os procedimentos e comunicavam que tudo estava pronto para a decolagem, Adrian e Penélope ajustavam os cintos e se preparavam para o vôo de volta ao Brasil. O silêncio entre eles era evidente, e a distância emocional persistia.
Assim que as aeromoças finalizaram suas verificações e informaram que todos os passageiros estavam acomodados, Penélope tomou o microfone do sistema de comunicação interno. Sua voz, normalmente firme, soava um pouco mais fria naquele momento.
Penélope, pelo sistema de som: Boa tarde, estimados passageiros. Capitã Penélope Valência aqui, vos falando diretamente da cabine de comando. Em nome de toda a tripulação, quero agradecer a todos por escolherem voar conosco neste vôo com destino ao Brasil. A bordo, contamos com uma equipe dedicada para garantir sua segurança e bem-estar durante todo o trajeto. Se precisarem de qualquer assistência, estamos prontos para atendê-los a qualquer momento.
Ela fez uma breve pausa, ajustando-se à formalidade do anúncio, mas seu tom permanecia firme.
Penélope, concluindo: mais uma vez, agradeço pela preferência. Desejo a todos uma excelente viagem. A partir deste momento, estamos iniciando os procedimentos para decolagem. Peço que mantenha-se em seus lugares, guardem seus pertences de forma segura e ajustem seus cintos. Em breve estaremos aterrissando sob o solo brasileiro. Tenham uma excelente jornada a bordo conosco.
As palavras dela, apesar de protocolares, carregavam uma sobriedade que não passava despercebida. Após as formalidades, Penélope recolocou o microfone e dirigiu um olhar rápido para Adrian, que permanecia concentrado em seus próprios pensamentos.
A tensão no ar era palpável enquanto o avião começava a se mover para a pista de decolagem. Penélope permaneceu focada em suas responsabilidades como capitã, mas uma parte dela ainda era afetada pela complexidade dos acontecimentos recentes.
Adrian, por sua vez, observava pela janela, perdido em seus próprios pensamentos. O vôo de volta ao Brasil prometia ser longo, e ambos enfrentariam desafios não apenas no ar, mas também nas dinâmicas pessoais que se desenrolavam entre eles. O destino da jornada entre os dois permanecia incerto, mas o vôo prosseguia, levando consigo uma carga de emoções e expectativas.
O avião já cortava os céus em direção ao Brasil, e Adrian, sentindo o peso do silêncio entre ele e Penélope, decidiu que era hora de encontrar uma forma de quebrar o gelo. O clima pesado na cabine incomodava-o a cada segundo que passava, e a necessidade de resolução tornou-se inadiável.
Enquanto o zumbido do motor ecoava, Adrian começou a considerar diferentes abordagens para amenizar a tensão. Ele olhou discretamente para Penélope, que estava focada nas operações da cabine.
Adrian ponderou sobre como abordar o assunto delicado. Se ela não estivesse pronta para falar sobre o que aconteceu, ele respeitaria isso, mas continuar com aquele clima e silêncio perturbador não era uma opção.
Após alguns momentos de reflexão, Adrian decidiu que uma abordagem leve e descontraída seria mais adequada. Ele respirou fundo e, com um sorriso contido, virou-se para Penélope.
Adrian, casualmente: Capitã, você acredita em coincidências?
Penélope, surpreendida pela quebra do silêncio mas ainda indiferente, responde:
_ Talvez, depende da coincidência, Tenente.
Adrian, mantendo o tom leve: Bem, eu estava pensando... coincidentemente, temos passado mais tempo juntos do que o habitual. Primeiro voamos juntos para Cancún, estivemos unidos em uma guerra contra baratas, jantamos juntos, tomamos café juntos, ganhamos uma competição juntos e agora estamos nesse vôo de volta ao Brasil. Acho que o universo está tentando nos dizer algo.
Penélope, lhe direcionando um olhar incrédulo: Antes agente não se conhecia, viajamos juntos porque você foi contratado pela companhia, por indicação da Júlia.Você colocou aquelas baratas propositalmente em meu banheiro, os jantares e cafés que tomamos ocorreram ao lado dos demais membros da tripulação e sim, competimos juntos porque eu precisava de um copiloto na competição e você se ofereceu para isso. Quanto a este vôo? Ele já estava programado em nossa escala desde que saimos do Brasil. Então, o universo não está tentando nos dizer nada, você é quem está tentando me dizer, Tenente?
Adrian, incrédulo: Impressionante!
Penélope: Não enrola, o que está querendo dizer?
Adrian, com um sorriso leve: Que talvez seja hora de deixarmos para trás o café derramado em minha roupa, as ironias e tentarmos começar de novo? Uma espécie de trégua entre a Capitã e seu Tenente.
Penélope, ponderando por um momento, parece considerar a proposta: Não sei se as supostas "coincidências" abordadas por você foram boas o suficiente para me fazer mudar de idéia.
Adrian, sentindo um peso se levantar: Ok. Então, o que você acha de começarmos com um simples acordo de não agressão durante este vôo?
Penélope, concordando com um aceno de cabeça: Se isso te deixa feliz, acordo feito, Tenente. Sem agressões.
Adrian, aliviado, sorri: ótimo. Acho que o universo ficaria orgulhoso de nós.
Os dois compartilharam um sorriso leve, e, embora o silêncio não tivesse desaparecido completamente, a tensão entre eles pareceu diminuir. Adrian esperava que essa trégua fosse o primeiro passo para superar as barreiras que os envolviam e restabelecer uma dinâmica mais amigável entre ele e Penélope. Conforme as horas iam se passando dentro do avião, percebendo que Penélope limitava-se apenas a ouvi-lo e a responder apenas as perguntas que ele lhe fazia no decorrer da viagem, continuando presa em seu mundo distante e sério, numa tentativa de criar um clima mais descontraido entre eles, Adrian iniciou uma nova conversa.
Adrian: (com um sorriso) Sabe Capitã, dizem que rir é o melhor remédio. E eu sou um especialista em fazer as pessoas rirem.
Penélope: (indiferente) Estamos no comando de um avião Adrian, não em um clube de comédia.
Adrian:(persistente) Mas uma pitada de humor pode tornar as coisas mais leves. Vamos tentar, que tal?
Penélope deu de ombros, mas Adrian não desistiu. Ele pegou o microfone do sistema de comunicação interno.
Adrian: (pelo microfone) Senhoras e senhores, aqui é seu Tenente Adrian Stone copiloto nesta tripulação. Espero que estejam aproveitando o vôo até agora. Eu estive pensando em criar uma comunicação descontraída entre nós durante a viagem então, se alguém tiver uma piada para compartilhar, fique a vontade!
Os passageiros olharam uns para os outros, surpresos, mas um viajante corajoso decidiu participar.
Passageiro: (pelo microfone) Eu tenho uma piada! Por que o piloto de avião não conta piadas enquanto voa?
Adrian: (jogando a isca para Penélope) Não sei. Por quê?
Passageiro: (rindo) Porque ele não quer que ninguém "caia na risada"!
Alguns risos se espalharam pela cabine. Adrian olhou para Penélope com uma sobrancelha levantada, desafiando-a a não sorrir.
Penélope: (tentando parecer séria) Ridículo!
Adrian não desistiu e continuou a fazer pequenas tentativas ao longo do vôo, provocando reações engraçadas dos passageiros e, eventualmente, até mesmo arrancando um sorriso ou outro de Penélope. A tensão diminuiu, e a viagem tornou-se mais agradável para todos, provando que, às vezes, até os momentos mais incógnitos, podem se transformar com uma boa dose de humor.
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Atualizado até capítulo 65
Comments
Luisa Nascimento
Penélope tú não sabe o que tá perdendo, deixa de ser besta e vai ser feliz.💕💕
2024-02-18
3
Juliana Vicentina Da Vo
Penélope é durona demais, poderia facilitar a amizade.
2024-02-08
1