Capítulo 9

Como era de se esperar, as notícias do milagre chegaram à capital, as mulheres que haviam sido devolvidas às suas casas não paravam de contar sobre o que aconteceu quando foram resgatadas. Tinha se tornado praticamente um caos, onde todos, sem exceção, queriam se aparentar com o general Brucks. Assim, tendo-o ao seu lado, teriam um poder muito maior.

— Já viu o que você fez com o seu dom, minha menina? —

Derrotado, dizia o general. Diante dele havia uma pilha de cartas, todas eram propostas de casamento para a pequena Sasha. O fato de ainda não ser hora de se comprometer fazia com que não fossem obrigados a aceitar nenhuma das propostas. Isso dava tempo ao general para planejar algo.

Enquanto Sasha revisava as cartas, encontrou a que estava esperando.

— Aceite esta, pai — disse ela e entregou a carta ao general.

Aquela carta era do segundo príncipe, o segundo na linha de sucessão. A vida de Sasha mudou e seus planos também, por essa razão ela havia traçado uma linha em tudo o que faria desde que chegou.

A primeira coisa foi não aprender artes com o pai, a segunda era justamente essa, encontrar um noivo que ela escolhesse.

— Tem certeza, filha? — hesitante e com a esperança de que sua filhinha mudasse de ideia, o general perguntou.

— Pai, tenho certeza. Se eu devo me casar com alguém em algum momento, quero que seja da nobreza e, além disso, prefiro que seja com o segundo príncipe e não com nenhum de seus irmãos, ouvi dizer muitas coisas ruins sobre eles, acho que o único que se salva é ele —

Confiante em suas palavras, Sasha frisou.

O que ela pretendia era entrar de alguma forma na família real, para destruí-los por dentro.

— Está bem, enviarei uma carta a Sua Majestade, dizendo que aceitamos a sua proposta, o que significa que quando você completar doze anos, seu compromisso com o príncipe Archer será oficializado —

Resignado com a decisão da filha, o general não contestou novamente.

Dessa forma, enviaram a resposta à capital e não demorou muito para chegar. Por ordem do imperador, enviaram o segundo príncipe às terras do general. Sua chegada foi inesperada para todos, mas para Sasha foi uma grande oportunidade de saber como era o principezinho desde já.

— Sasha, avisaram-me que o segundo príncipe chegará amanhã. Não saia do seu quarto até que nós avisemos que pode sair para cumprimentá-lo —

Com a voz cheia de preocupação, sua mãe dizia à menina.

— Mamãe, amanhã ao amanhecer irei para a floresta para praticar meus ataques. Já conversamos e decidimos que eu faria bom uso deste dom, que melhor uso do que aprender como usá-lo para defender aqueles que amo —

Desafiadora, respondeu a menina, era óbvio que ela não precisava treinar com seu pai, caso contrário, eles perceberiam que, na realidade, ela sabia mais do que realmente demonstrava.

— Então você levará guardas, não quero que nada de ruim aconteça com você —

Como últimas palavras, Miran ordenou à filha, então a menina não teve escolha a não ser obedecer ao que sua mãe havia dito, pelo menos para que ela não indagasse mais e para que parasse de se preocupar.

O amanhecer chegou e, portanto, a chegada do príncipe foi preparada. Eles providenciaram tudo para que o príncipe se hospedasse na melhor cabana que havia nas terras do general Brucks. Miran, por nenhum motivo, permitiria que primeiro, sua filha compartilhasse o teto com aquele príncipe, o que foi ideia do general, e segundo, não deixaria ninguém entrar em sua cozinha.

O momento menos esperado chegou, anunciaram a chegada do príncipe. A família Brucks, com exceção de Sasha, saiu para recebê-lo.

— Seja bem-vindo, Alteza, à nossa humilde casa —

Miran o cumprimentou fazendo uma reverência, que embora dissesse humilde, sua casa não era nada pequena, mas muito menos ostentosa que o palácio.

— É certamente um prazer poder estar aqui, embora me surpreenda que Lady Sasha não esteja presente para me receber, já que ela será minha prometida em um futuro próximo —

Retribuindo a saudação, o príncipe aproveitou para reclamar.

— Infelizmente, Alteza, Sasha tem uma agenda apertada todos os dias, por essa razão ela não veio, além disso, lembro-lhe que você só estará aqui de visita, aceitamos a sua proposta, mas ainda nada foi formalizado —

De uma vez, o general fechou a boca do principezinho.

— Está certo. Bem, esperarei o jantar para finalmente poder conhecê-la —

Disse isso e o príncipe começou a caminhar em direção à entrada da casa principal, mas logo foi detido pelos guardas da entrada.

— O que significa isso?, vocês poderiam ser decapitados por essa falta de respeito! —

Ofendido e irritado, o príncipe reclamou.

— Minhas desculpas, Alteza, esqueci de informá-lo que você não ficará em nossa casa, preparamos a melhor cabana aqui em nossas terras —

Curvando ligeiramente a cabeça, Miran informou.

Esta informação irritou ainda mais o pequeno príncipe, pois ele tinha apenas doze anos. Ele havia ido apenas com sua guarda pessoal, sem nenhum outro tipo de servo.

— Entendo, vocês poderiam me mostrar o caminho para a cabana? — ele pediu entre dentes.

Eles também forneceram a ele algumas donzelas para ajudá-lo no que fosse necessário.

Ao cair da noite, todos se sentaram para jantar, até mesmo o príncipe foi até a casa principal, tudo para conhecer pessoalmente Sasha, mas qual foi a sua raiva quando lhe disseram que ela não desceria para jantar, pois estava muito cansada e só queria descansar.

— Sinto muito, Alteza — Miran se desculpou, que era quem mais falava com o príncipe, pois o general o evitava o máximo que podia e os filhos nem sequer olhavam para ele.

— Não há problema, em algum momento poderei vê-la. A propósito, aviso que prolonguei minha estadia neste lugar, ficarei aqui até o dia de anunciarmos nosso noivado —

Com um sorriso malicioso, o príncipe diz isso e se retira, sem sequer provar bocado.

Sasha ouviu toda a conversa de cima, quando o príncipe saiu da mansão, ela o seguiu.

— Por favor, hoje não —

Sasha ouviu, implorando ao príncipe. Ao olhar por uma fresta da cabana, ela ficou horrorizada ao ver a cena à sua frente. O príncipe estava sem camisa e tinha cicatrizes por todo o corpo e, naquele exato momento, um dos guardas que o acompanhava estava prestes a golpeá-lo novamente. Ele tinha na mão uma espécie de arame com pontas, que servia como chicote.

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Comments

Cyllene Silvacruz

Cyllene Silvacruz

aí dto pedidos nessa história,mais continua pra vê

2025-04-05

0

Elis Alves

Elis Alves

Chato, mimado e arrogante 🙄

2025-01-29

0

Carmilurdes Gadelha

Carmilurdes Gadelha

Valha...
O quê é isso?????

2025-02-19

0

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