—Prometo a você que farei o impossível para que nossa família saia impune de tudo o que está acontecendo, mas se eu não conseguir, você deve estar preparada para o que der e vier—
Tomando o rosto de sua esposa em suas mãos, o general falou.
—Desde o dia em que aceitei ser sua esposa, imaginei que haveria riscos. Eu amo você e amo nossa família, como sempre, enfrentaremos o que vier, juntos—
Miran olhou nos olhos do general e o beijou, cheia de paixão, combinada com dor e preocupação. Apesar de não dizerem naquele momento, ambos temiam pelo que poderia acontecer.
Os dois esposos se retiraram para descansar depois de sua difícil conversa, apenas esperando o amanhecer para ver o que o destino lhes reservava.
—Johann, é hora, meu amor. Você precisa se levantar, seus homens estão esperando—
Miran tentava acordar o general, embora não quisesse, jamais ia contra as decisões de seu marido.
Pouco a pouco, o general foi despertando. Como já tinha tudo pronto, apenas tomou um café da manhã rápido e começou seu caminho em direção à capital, iria ao palácio ver o imperador.
Ele não se despediu de mais ninguém além de sua esposa, pois sabia que seus filhos ficariam tristes, especialmente Sasha, que não suportava ficar tanto tempo longe dele.
Durante o caminho, os soldados do general retornaram para as terras dos Brucks, que era a terra governada pelo general, foram ordens diretas de seu senhor.
—Soldados, aqui termina sua jornada comigo, vocês são os soldados em quem mais confio e também sei que os outros confiam muito em vocês. Não importa o que aconteça, quero que não se oponham às decisões que o império tomar em relação à minha pessoa, caso venham atrás da minha família, quero que protejam minha filha com suas vidas, se ela assim decidir, no entanto, se decidirem ir todos para a capital, quero que a deixem ir. Agradeço o serviço de vocês e peço que sobrevivam, aconteça o que acontecer—
Com uma saudação, essa foi a forma como o general se despediu de seus soldados e continuou seu caminho em direção à capital.
A viagem durava cerca de três dias a cavalo, quando finalmente chegou, foi recebido pelos guardas imperiais, que tinham ordens específicas para levá-lo a uma cela, até que o imperador pudesse atendê-lo.
—“Reconforta-me saber que pelo menos um membro da minha família poderá sobreviver a tudo isso”—
Pensava o general dentro de sua cela. Embora ninguém soubesse, Miran, a esposa do general, era descendente direta de um espírito ancestral, os seres a quem deviam a vida e prosperidade, os humanos de Blue, isso tornava possível que pelo menos um de seus filhos sobrevivesse ao que estava para acontecer.
—General Johann Brucks, o imperador está pronto para recebê-lo—
Um dos guardas chegou para informar o general. Já havia se passado um dia desde sua chegada e ele estava muito ansioso para saber o que aconteceria.
Aproximaram-se e abriram a cela, colocaram correntes em seus pés e mãos e, em seguida, o levaram a empurrões para onde encontraria o imperador.
Ao chegarem à sala, estavam presentes todos da corte imperial, os príncipes e até mesmo a imperatriz. Foi nesse momento que o general percebeu sua situação; o que estava prestes a testemunhar era seu próprio julgamento.
Sentaram o general em uma cadeira afastada dos presentes e então o secretário imperial falou.
—Estamos reunidos aqui para acusar oficialmente o ex-general Johann Brucks, que foi acusado de traição ao império, as provas foram entregues e revisadas por Sua Majestade, sendo-o considerado culpado de tudo o que lhe é acusado. Ele está aqui hoje para receber sua sentença, apenas para isso—
O secretário terminou de falar e na sala começaram a ser ouvidos murmúrios dos presentes. Alguns pareciam realmente surpresos, outros assumiam que suspeitavam do general e havia outros que não disseram palavra, pois demonstravam tristeza, eram aqueles que apoiavam e acreditavam no general, mas apenas um entre todos os presentes, exibiu um largo sorriso, por tudo que estava acontecendo.
—General, embora não devesse ser permitido, o próprio imperador pediu que dissesse algumas palavras se tivesse alguma objeção ao que foi dito—
O secretário imperial voltou a falar, desta vez aproximou-se um pouco mais do general e, praticamente sem que ninguém percebesse, sussurrou algo em seu ouvido.
—É apenas uma armadilha para aqueles que ainda o apoiam, o imperador o condenou desde o início, ajude a si mesmo e a sua descendência—
Em tom de ameaça, o secretário pediu ao general que praticamente confessasse uma culpa que não era sua.
—General, estamos esperando, ou acaso não tem nada a dizer?—
Perguntou ferozmente o secretário.
—Se as provas demonstram minha culpa, se Sua Majestade me considera culpado e se já tomaram uma decisão, não adianta tentar me defender. Aceitarei a punição que me for imposta, servi ao império até onde pude e estou pronto para prestar contas—
O general finalmente decidiu falar, mas em nenhum momento aceitou sua culpa por nada do que foi acusado, o que deixou perplexos os presentes e algo que irritou muito o imperador.
Foi aí que finalmente o imperador se levantou e decidiu falar.
—Por tudo o que fez e por sua conspiração contra o nosso império, eu o condeno à morte junto com toda a sua família. Neste império não restará vestígio de que a família Brucks um dia existiu—
Ao ouvir a sentença, o general sentiu seu coração se partir em pedaços, ele pressentia algo parecido, mas ainda não aceitava.
—Guardas! Quero que se dirijam às terras dos Brucks e tragam o resto da família, não quero que falte ninguém, entenderam?—
Foi a ordem que o imperador deu.
Obedecendo, os guardas fizeram uma reverência e se retiraram para cumprir a ordem.
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Atualizado até capítulo 60
Comments
Souza França
maldito imperador,deve ser deposto e escorraçado.... morte é pouco.
2025-04-06
0
Carmilurdes Gadelha
Valha ....
2025-02-18
0