Capítulo 7

—Perfeito, funcionou!— Com um salto vitorioso, Sasha celebrou seu feito. Sem perder tempo, desceu correndo as escadas e, perdendo todo tipo de modos de qualquer dama da alta sociedade, chegou ao seu pai que já estava pronto para sair.

—Pai— agitada, faz uma reverência, pois estavam em frente a muitos soldados, — por favor, leve isto com você, é um pequeno amuleto, não quero pensar que algo possa acontecer com você, mesmo que seja para me agradar, leve isto com você.—

Diz isto e lhe entrega o colar que tinha para o general.

Este, ao ver o maravilhoso presente que sua filhinha estava lhe dando, agradeceu e o colocou imediatamente. Era um pingente com seu nome gravado e, dentro dele, havia uma frase que dizia: "sou a luz dos seus olhos e você a luz dos meus, volte que estarei esperando". Te ama, sua filhinha.

Claro que o colar já existia muito antes de Sasha retornar, ela apenas o utilizou como objeto para enfeitiçar e assim proteger seu pai.

Desse modo, partiram os soldados e o general rumo ao norte, onde os esperava um destino incerto. Sua viagem durou cinco dias aproximadamente e, quando chegaram, perceberam que tudo havia sido uma armadilha, por parte de alguns soldados que haviam sido comprados pelo inimigo.

—General, sinto muito. Fomos traídos, por favor, fujam agora que podem, eles são muitos e não creio que possam enfrentá-los.—

Com apenas algumas forças, um soldado caído dizia isto ao general. O lugar parecia ter sido o epicentro de um grande massacre, pois todos os soldados caídos faziam parte da casa Brucks.

—Não posso permitir que isto fique assim, pagarão pelo que fizeram.—

Furioso e sacando sua espada, o general deu início a uma batalha. Dirigiu seus cem soldados para a frente, mas logo se deteve, já que à sua frente havia cerca de mil soldados inimigos. Percebeu que, se seus homens tivessem lutado, desde que enviaram a mensagem até sua chegada ao local, dez dias se passaram, o que fez com que suas fileiras se reduzissem a zero, considerando o número de inimigos.

—Sou o Marquês Johann Brucks, senhor destas terras, defensor do império Blue, general da frente norte. Ousaram invadir território estrangeiro e pagarão as consequências. —

Firme e determinado, falou o general. Imponente, montado em seu cavalo e com sua espada na mão direita.

Quando começaram a avançar, perceberam que flechas caíam do céu. Os soldados se assustaram um pouco, ergueram seus escudos em posição de defesa, mas ficaram surpresos com o que aconteceu a seguir.

Uma barreira invisível os cobria totalmente, impedindo que qualquer flecha inimiga atravessasse suas defensas. Exato, o feitiço de Sasha estava fazendo efeito.

—Vamos em frente, hoje temos a bênção dos espíritos!— diziam os soldados, felizes, aquela barreira havia levantado seus ânimos.

Motivo pelo qual os inimigos se sentiram intimidados. Foi assim que a batalha que era de dez para um teve início.

Embora atacassem com espadas, o general e seus homens não sofriam nenhum dano, o que os deixava chocados, mas os impulsionava a continuar lutando sem parar.

Felizmente para a tranquilidade de Sasha, o general foi o vencedor da batalha. Conseguiram acabar com seus inimigos, mas algo deixava o general confuso, era o fato de ver um leve brilho saindo de seu colar, cada vez que seus soldados repeliam um ataque inimigo.

—«Quando voltar para casa, teremos uma longa conversa, minha pequena»—

Pensou o general. Tinha certeza de que Sasha tinha algo a ver com o que havia acontecido.

—Reúnam todos os feridos e vamos levá-los para casa. Também daremos uma despedida honrosa aos que tombaram. —

Dando essa ordem, o general pôs seus soldados para trabalhar. —«Se ao menos pudéssemos salvar a todos»— pensou, segurando firme seu colar.

Sua ação deu um novo propósito ao amuleto. Dele saiu um raio de luz resplandecente e, em questão de segundos, os soldados que estavam feridos e ainda vivos foram completamente curados.

Sasha não calculou o poder de seus feitiços, o simples fato de fazer com que o colar mantivesse seu portador são e salvo fazia com que qualquer aliado ao seu redor fosse curado do que quer que o estivesse afligindo.

Os soldados, ao verem isso, ficaram maravilhados, mas o general estava furioso. Não conseguia acreditar que aquele amuleto que sua filhinha lhe dera fosse tão poderoso.

—General! Encontramos várias carroças com mulheres dentro, parece que as sequestraram e as levariam como escravas.— Um dos soldados havia chegado para informar.

—Vamos levá-las conosco, mais tarde veremos o que fazer a respeito, se terminaram de pegar tudo, vamos embora daqui.— ordenou o general.

Na verdade, ele não conseguia pensar com clareza até esclarecer o que estava acontecendo, para isso precisava chegar em casa e conversar com sua filha.

Assim, retornaram à mansão dos Brucks. Levando novamente cinco dias. Os soldados descansaram e fizeram com que os anteriormente feridos fossem examinados por um médico para descartar qualquer problema. Por outro lado, as mulheres foram deixadas aos cuidados de algumas empregadas, para que as alimentassem e as mantivessem seguras.

Enquanto tudo isso acontecia, o general chegou em casa. Foi recebido por Miran com um beijo carinhoso e Sasha correu em sua direção para abraçá-lo, mas foi parada por seu pai.

—Pequena valentona, você e eu precisamos ter uma conversa séria.—

O rosto do general havia mudado completamente, em seu olhar transparecia decepção e dor. Isso fez com que o coração de Sasha se encolhesse ainda mais. Algo que a deixou completamente triste.

—Sinto muito, pai, se fiz algo que o chateou. Por favor, me perdoe.—

Com lágrimas nos olhos e ajoelhando-se diante de seu pai, Sasha não parava de chorar.

—O que está acontecendo, Johann? Por que está agindo tão friamente com nossa filha?—

Furiosa, Miran repreendeu seu marido. Ver sua pequena chorar com tanto sentimento partiu seu coração.

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