O dia já estava indo ,com certeza Suzana já estaria em casa me esperando. Confesso que enrolei o quanto eu pude,mas não tenho mais como fugir .Chego em casa e vou direto para o meu quarto tomar um banho e trocar a roupa. Assim que desço as escadas Suzana chega com o Samuel e disse a frase que eu estava temendo o dia inteiro :
— Vamos ver o seu pai?
Ela me dá as mãos e segura firme. Subimos juntos, pedi para Cora não nos acompanhar e ficar com Samuel brincando na sala enquanto isso. Eu bato na porta e imediatamente um dos cuidadores vem abrir. Estou suando frio e Suzana percebe,ela acaricia as minhas mãos e me olha confiante nos olhos.
Quando eu entro no quarto do meu pai ouvi a sua voz na sala de TV parecia estar rindo em uma partida de xadrez ,o velho adora jogar xadrez !
Assim que entramos, Suzana pede para o cuidador anunciar a nossa chegada ,então as risadas e as vozes se calam.
— Vocês podem nos deixar a sós alguns minutos ? Se eu precisar peço para chamá-los.
Os cuidadores saem e fecham a porta,o silêncio que paira machuca os ouvidos. Nós andamos lentamente até aonde o meu pai está e pela primeira vez em quatro anos, ele me olha nos olhos.
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Tomás está muito nervoso,mãos suadas e frias tento passar confiança e calma para ele mas por dentro eu também estou muito tensa, não sei como se dará esse encontro.
Quando ficamos de frente para Salomão Lobato ele olha fixamente para Tomás ,como se estivesse reencontrando uma pessoa que não via há décadas.
Estou surpresa com o que vejo em minha frente ,Salomão é um homem moreno, alto e apesar da doença apresenta um pouco de virilidade, esperava encontrá-lo acamado. Deve ter sido um homem muito forte na juventude.
— Pai ...eu... queria lhe...apresentar a minha noiva,essa é a Suzana.
O velho Lobato continua a olhar para o filho e em seguida dirige o seu olhar a mim.
— Suzana,nome tão bonito quanto a moça que o carrega. Venha aqui minha querida,me dê um abraço!
Ele me abraça com bastante força, um abraço que parece expressar gratidão . Assim que terminamos sou convidada a sentar e ele começa a fazer uma enxurrada de perguntas ,quer saber de onde sou, quantos anos eu tenho, sobre a minha família, sobre o que eu faço na vida... e eu ali, respondendo a tudo como se estivesse sendo entrevistada.
Tomás permanece de pé imóvel enquanto conversamos ,de repente Salomão se dirige a ele .
— Sente-se Tomás ,você não vai crescer mais do que isso.
— Claro pai!
A impressão que eu tenho ,é que Tomás deve ter sido um filho muito obediente e bom, até essa demônia aparecer na família deles.
— Me diga Suzana,como você e o meu filho se conheceram?
Tomás eu nos entre olhamos, ainda não tínhamos pensado numa resposta para essa pergunta. Então prefiro contar a verdade ,omitindo é claro ,a questão do contrato digo que nos conhecemos enquanto eu trabalhava na casa como copeira, nos apaixonamos e resolvemos assumir o nosso amor depois de um tempo em sigilo. Era uma meia verdade, mas era melhor do que uma mentira total.
—Você tem um filho não é mesmo? Qual a idade dele? Traga-o aqui qualquer dia.
— Tenho sim,ele tem 5 anos e está lá embaixo brincando.
— Então traga-o aqui agora! Anda Tomás,vá buscar o meu neto!
Fomos surpreendidos com essa frase, Tomás prontamente se levanta desce para buscar Samuel.
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— E aí meu filho? Como foi? Cora diz tensa.
— Desci para buscar o Samuel ,o meu pai quer conhecê-lo . É tudo tão estranho Cora ,meu pai fala comigo como se nada tivesse acontecido.
— Isso é bom! Sinal que as coisas ainda tem jeito!
Levo o Samuel no quarto do meu pai ,os apresento e prontamente essa figurinha o abraça com toda vontade, como se o conhecesse a vida toda .
— Vou te dizer uma coisa jovenzinho, de hoje em diante Você pode me chamar de vovô Salomão, tudo bem?
— Tudo bem vovô Salomão.
Vi tanta alegria nos olhos do meu pai ao conversar com Samuel, que o desejo de ser pai surgiu em meu peito. Ainda falta conversar sobre isso com Suzana.
Depois de muitas histórias, resolvemos nos despedir ,já estava ficando tarde e era a hora dos medicamentos do meu velho.
— Venha sempre que quiser Samuel! Assim vou poder te ensinar a jogar xadrez.
Enquanto a você minha querida,foi um enorme prazer e quero lhe dizer o quanto estou contente com esse casamento. O meu filho precisava criar juízo.
Ele então se vira pra mim e me surpreende mais uma vez.
— Não vai pedir a benção Tomás.?
— A sua benção meu pai!
— Deus te abençoe!
Quando estávamos quase na porta ele me chama novamente:
— Tomás, não demore a aparecer, meu tempo é curto.
Tomei uma atitude intempestiva, corri para ele e o abracei chorando feito criança.
—Perdão meu pai! Perdão por todo o mal que eu te fiz!
— Tudo bem meu filho...acalme-se ,mas vamos deixar essa conversa pra outra hora,está bem? Agora, acompanhe sua noiva. Estou orgulhoso de você.
Sai secando as lágrimas, Suzana também estava emocionada. Descemos abraçados e com o coração leve.
Bendita hora que Cora ofereceu emprego de copeira para ela,essa mulher só me trouxe felicidade e eu me apaixono a cada dia mais.
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Salomão Lobato
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Atualizado até capítulo 71
Comments
Edila Almeida Santos
😭😭😭😭 que lindo, não consegui me controlar de tanto chorar 😭 linda demais esse encontro de pai e filho e a noiva com o filho dela, agora eu acredito que ele ama ela como ela ama muito ele, pois ele aceitou o Filho dela 😍❤️😍
2025-03-15
5
Anonyamor
A melhor reconciliação contada e senti emoção, fazer as pazes, pedir perdão de coração, o outro dente a sinceridade e ficam felizes
2025-02-20
13
Nailde Silva
Estou amando muito essa história, e esse capítulo foi incrível. Parabéns autora.
2025-03-28
0