A proposta - A Visão de Tomás

Aquele tinha sido um dia cheio, desde quando o meu pai adoeceu e se afastou da presidência da empresa, as responsabilidades sobre mim aumentaram muito. Ando cansado e mais estressado além do normal. Combinei um happy hour com meus amigos Inácio e Guilherme em um bar próximo ao prédio onde fica o escritório da empresa. Eles são engenheiro e arquiteto ,respectivamente , são sócios da mesma empresa que presta serviços para a elite regional. Nos conhecemos desde a adolescência e compartilhamos muitos momentos juntos,inclusive grandes merdas. Demos trabalho as nossas famílias, aliás acho que ainda damos.

Entre um drink e outro, 4 gatas se aproximam pedindo para pagar as bebidas delas, aceitamos por já conhecer bem esse tipo...a noite iria terminar quente!

Fomos para minha casa, lá a privacidade era maior, a essa hora estão todos recolhidos. Chego e dispenso Cora, ela só dorme depois que eu chego. Ficamos na sala,bebendo e fazendo uns joguinhos picantes. A coisa esquenta e estamos já quase sem roupas, prontos para a ação. Guilherme,Inácio e eu somos solteirões convictos,nosso lance é só curtir sem se apegar. Não seria esse nosso primeiro ménage.

Vou à cozinha buscar mais bebidas para o bar, quando me deparo com uma funcionária. Essa eu não conhecia,ela estava de costas e guardava louças na cristaleira. Mesmo através do uniforme dava pra perceber que tinha um corpo sarado,deveria ser rata de academia...meu tipo favorito!

— Ei! Você! Venha nos servir imediatamente!

Ela se vira assustada e pude ver seu rosto. Mulher mais madura, o tipo que me fascina e essa era bem bonita mesmo,não aparentava ser uma mulher simplória, tinha uma pele bem cuidada e uma postura altiva mesmo estando ali ,fazendo serviços domésticos.

— Ei! É surda? Preciso que sirva bebidas na sala. Agora!

—Desculpe Senhor, meu horário já acabou e estou me retirando.

Além de atraente era insolente,já acabou o meu encanto por aí.

Começo a ficar impaciente,pois ouço gemidos vindo da sala, estava perdendo toda a diversão por conta desse impasse. Eu poderia ter deixado ela ir embora e voltar para o que me interessava no momento, porém não admito que funcionários me enfrentem! Acabei perdendo a cabeça e a segurei pelo braço, por ter 1,95 de altura e ela ser muito baixa, a suspendi um pouco do chão.

 —Você sabe com quem está falando?

— Sei sim ! E também sei que o senhor está violando algumas leis trabalhistas,como por exemplo assédio moral. Estou indo,boa noite e até amanhã!

Ela se solta e caminha até em direção a porta, me viro e digo:

— Não precisa se dar ao trabalho de voltar amanhã, está demitida!

— Como queira!

Ainda não podia acreditar em como essa mulher era abusada. Com certeza daria um jeito de colocá-la para fora daqui.

Entro no quarto de Cora com muita raiva pois sei que a contratação dessa empregada passou por ela, desconto todo o meu ódio em cima da pobre coitada e peço a demissão da copeira. Saio e me arrependo de toda essa grosseria, ela é como se fosse a minha mãe. Amanhã eu peço desculpas, agora vou voltar para a sala e continuar de onde parei.

Acordo enjoado e com dor de cabeça, bebi demais. Tomo um antiácido e um comprimido para dor de cabeça,peço café puro e forte no escritório,vou trabalhar a parte da manhã em casa.

Cora aparece com o meu café. Conversa comigo sobre o ocorrido de ontem e me conta a história da copeira. Confesso que fiquei intrigado, eu havia percebido que ela não era uma simples mulher,além de ser gostosa. Foi uma baita sacanagem que o marido fez, e mesmo com raiva pela atitude altiva dela,resolvi relevar e desconsiderar a demissão por vários motivos. Como forma de me desculpar com Cora pela forma como entrei em seu quarto,pelo jeito exaltado como agi beirando a agressão física e pelo fato dela ter um filho pequeno. Não gosto da ideia de ver uma criança passando por instabilidades socioafetivas.

Depois de resolvido esse problema, me surge outro,muito pior. Silvério, um dos advogados da empresa me jogou no colo um abacaxi que não sei como descascar. Meu pai só pode estar fazendo isso como vingança, com certeza! Ele nunca me perdoou pelo o quê aconteceu,na verdade acho que nem eu me perdoei.

Meu pai e eu mal nos falamos depois do ocorrido de 4 anos atrás,raramente vou visitá- lo em seu quarto,quando chego sempre fala somente o essencial e me pergunta como andam as coisas na indústria sem me olhar no rosto,sei mais dele através de Cora. Mas essa vingança é cruel! Ele sabe que nunca quis me casar,não depois do que passei.

— E a Eduarda? Tomás ela é tão apaixonada por você, está sempre por aqui, case-se com ela. disse Silvério.

Eduarda Moraes foi minha namorada de adolescência, filha de grandes empresários da indústria naval. Quando ela se tornou uma modelo internacional nos separamos. Depois de anos na ponte aérea entre Nova York e Milão,ela retorna e voltamos a nos ver. Mas nada sério, não por querer dela,que tentou de todas as formas me amarrar. A minha paixão foi de adolescente, e já passou há muito tempo.

— E qual é o prazo que eu tenho para cumprir essa cláusula?

— Como eu disse anteriormente até a morte do seu pai, mas sabemos que isso é impossível de se calcular ainda mais nas condições de saúde que ele se encontra. Sugiro que você haja o mais rápido possível se não quiser ficar na total miséria.

Não posso acreditar nisso! Bato na mesa com violência.

— Saiam por favor! Preciso pensar um pouco.

Pensei de forma exaustiva numa solução, até que me vem a ideia de um casamento por contrato, apenas para garantir minha herança. Mas quem poderia entrar comigo nessa? Teria que ser bem convincente para não deixar dúvidas em meu pai. Não poderia ser uma dessas garotas que pego no bar, além de me depenar, uma hora iriam usar de chantagem para arrancar de mim mais e mais dinheiro. A Eduarda seria uma ótima opção, mas ela me ama de verdade e não quero machucá-la . Uma atriz talvez? Minha cabeça está fervendo,quando me deparo com a papelada de admissão da copeira em cima da minha mesa.

Suzana Terra ...é ela!

Juntaria o útil ao necessário, ela está numa situação difícil, não pode pagar bons advogados para processar o ex marido e lutar para reaver seus bens além do filho pequeno pra criar. Ela vai topar qualquer coisa para conseguir atingir seus objetivos. Além de ser uma mulher interessante,bonita e culta,não vai levantar suspeitas sobre o meu interesse nela. E ainda vem com o pacote família completo,o garoto !

Peço para Cora a mandar subir imediatamente. Enquanto aguardo, olho o mar pela janela do escritório. Tanto tempo não dou um mergulho, caminho na areia e sinto a brisa... ultimamente só tenho vivido no meio da selva de pedra. Ouço batidas na porta,é Suzana. Ela está sem o uniforme, vestindo uma calça jeans e blusa de alças finas deixando mais evidente o corpo escultural dela,hoje os cabelos castanho escuros estão soltos,são ondulados e brilhantes e se tornam uma verdadeira moldura naquele rosto de mulher decidida e orgulhosa.

— Sente-se. Suzana não é?

Ela apenas acena com a cabeça.

— Cora conversou comigo sobre o ocorrido de ontem e explicou a sua situação e está tudo bem. Vou relevar tudo o que aconteceu e aproveito para me desculpar pela forma como falei e toquei em você.

— Tudo bem senhor. Vamos esquecer esse episódio infeliz. Posso retornar ao meu trabalho?

— Ainda não. Tenho uma proposta para lhe fazer.

Ela me olha desconfiada.

— Qual proposta senhor?

— Case- se comigo!

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...Nota da autora...

Para as pessoas que reclamam e só sabem comentar para reclamar e nunca apoiar, eu não sou doida não! O capítulo é diferente, só é a visão dele da mesma situação, então não é repetição. Podem tem algumas frases iguais sim, mas não é um copia e cola. Vamos ler com mais cuidado e principalmente, comentar com gentileza? Nós autoras agradecemos quem sabe ter educação até para fazer uma crítica, mas se você não souber fazer isso sem ofender é melhor não comentar nada!

Peço desculpas as leitoras queridas, essa nota não é para todas, mas sim para aquelas pessoas que se enquadram na descrição acima!

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