Ao Seu Lado

Ao Seu Lado

Capítulo 1

Apresentação dos personagens:

Bonnie Wilson:

Bonnie tem 26 anos, é formada em literatura, acabou de se mudar para Nova York, após um término difícil, em busca de novas oportunidades profissionais. Tentando lançar a sua carreira como escritora de romances, ela quer distância de novos amores.

Bradley Stevens

Bradley é um cirurgião pediátrico em ascensão, no auge de seus 33 anos, ele está 100% focado em sua carreira e sem tempo para assuntos do coração.

...****************...

Bonnie

Jogo-me no sofá deixando o meu corpo relaxar pela primeira vez durante toda essa semana. Um suspiro de alívio escapa por entre os meus lábios enquanto olho em volta. Finalmente, a minha vida parece estar indo para o lugar.

— Acho que é isso, acabamos. — Falo enquanto observo o nosso trabalho finalizado.

— Que bom! Acredito que agora tudo está no seu devido lugar. — Emma, minha irmã mais velha, toma as minhas mãos entre as suas e me olha profundamente com seus olhos cor de mel. — Como se sente tendo o seu próprio apartamento após tanto tempo? — Minha irmã me pergunta aquilo com um sorriso triste em seus lábios, só ela sabe tudo que passei para chegar até aqui.

Emma Wilson:

— É estranho saber que vou ficar aqui sozinha, é a primeira vez na vida que isso acontece, mas penso que será bom, tenho que aprender a conviver com essa minha nova versão. — Sorrio de volta escondendo as palavras não ditas. Emma me lança um olhar, e ambas sabemos que não será tão fácil recomeçar, recolocar as minhas emoções no lugar não era como empurrar um sofá ou varrer o chão, ia requerer tempo.

— Com certeza vai ser bom e depois que você se acostumar a ficar sozinha nunca mais vai se desacostumar. — Ela sorri gentilmente para mim.

— Vou tentar não levar isso para o lado pessoal, considerando o fato que morei com você nos últimos cinco meses. — Digo, estreitando os olhos para ela, na tentativa de deixar o clima mais leve e Emma gargalha, me puxando para que eu recoste a cabeça no seu ombro.

— Ah! Que é isso irmãzinha? Amo ter você de volta na minha vida e você sempre será bem-vinda na minha casa... — Ela faz uma breve pausa. — Mas, não me leve a mal, nada como a nossa liberdade. — Sorrimos e eu fico reflexiva. Eu nunca tive a experiência de ter o meu lugar, só meu. Eu era a filha da Alba, e logo depois, a esposa do Jack, nunca fui só a Bonnie.

— Você tem razão. Sei disso, eu me lembro bem como era morar com a mamãe e também sei como é estar casada. — Faço uma pausa logo depois da menção ao meu antigo relacionamento, já fazia algum tempo que não tocávamos no assunto, eu estava realmente disposta a deixar o meu passado para trás.

— Você tá bem? — Emma me olha preocupada, após ter me buscado no aeroporto aos prantos há alguns meses, ela me tratava como se eu fosse um vaso de cristal, prestes a se partir em um milhão de pedacinhos, mas não era isso que eu queria, então por mais que eu não me sentisse bem naquele momento, resolvi mentir.

— Acredito que pela primeira vez em anos, nunca estive tão bem. — Forço um sorriso, aquilo não era completamente uma mentira, só em estar fora do pesadelo que vivi nos últimos anos, já parecia o paraíso.

— Eu te amo, você é a minha irmãzinha, nunca vou deixar que nada de mau te aconteça. — Emma me lança um olhar de ternura, e deposita um beijo no topo da minha cabeça. — E então, o que você acha de uma noite quente na cidade de Nova York?

— Emma... — Suspiro deixando meus ombros caírem, minha irmã era a pessoa mais animada que eu conhecia, eu nunca tive uma experiência com a vida de baladas e festas.

— Ah, vai! Qual é? Você é mais nova do que eu, deveria ter mais energia, sair, conhecer novas pessoas, será legal.

— Irmã, vai ficar para uma próxima, estou exausta, e, além disso, amanhã, eu trabalho.

— Você parece uma idosa de 70 anos, Bonnie! Qual é? Precisamos comemorar, o novo apartamento, a vida nova! — Ela me lança um olhar de cachorrinho que caiu do carro da mudança, balançando o meu coração, mas não poderia ceder, já foi um milagre conseguir o emprego na editora sem nenhuma experiência depois de tantos anos de formada, eu não podia arriscar perder essa oportunidade por uma noitada.

— Não posso ir virada para o meu primeiro dia de trabalho, mas prometo que muito em breve, comemoramos.

— Você sabe que eu não esqueço promessas, não sabe?

— Eu bem sei disso, mas estou falando sério, prometo. — Eu não gostava da ideia de estar em um ambiente fechado, cercada de pessoas bêbadas, mas, estava disposta a fazer esse sacrifício por ela.

— Ótimo, eu vou cobrar hein? — Ela diz enquanto se levanta e se espreguiça, não sei como ela poderia ter energia para sair depois de toda essa mudança, mas essa era a Emma, não perdia uma boa festa.

— Pode cobrar, Em. — Caminhamos para fora do apartamento, me encosto na porta e Emma se vira para me olhar.

— Tem certeza de que vai ficar bem? Se precisar, eu cancelo tudo e fico aqui com você. — Ela parece realmente preocupada e completamente disposta a cancelar qualquer programa, se for para eu me sentir melhor, mas eu sabia que precisava daquele tempo sozinha, então recusei.

— Divirta-se por nós duas, Em, eu vou ficar bem, prometo. — Ela me abraça apertado e me dá um beijo no topo da cabeça.

— Eu te amo.

— Eu também te amo.

— Se precisar de mim, é só me ligar.

— Tá bom, Em. Agora vai.

...****************...

Entro na banheira repleta de água quente e deixo os meus músculos relaxarem por completo, fecho os meus olhos, tentando deixar o cansaço evaporar do meu corpo. As minhas mãos abraçam o meu corpo dentro do meu relaxamento, os meus dedos tocam a tatuagem de borboleta na minha costela.

Flashback on

Era o aniversário da cidade de Grenville, a minha charmosa, querida e minúscula cidade natal. Viver no interior, possuía os seus prós e contras. As festividades recheadas de aperitivos deliciosos e minhas amigas, eram os prós, definitivamente. Entre os contras, o fato de morar em uma cidade com menos de 11 mil habitantes, e qualquer coisa virar fofoca para a cidade inteira em questão de segundos.

Então é claro, que quando o prefeito decide fazer uma festividade, todos na cidade, estarão presentes. Nesse ano, a minha mãe e minha irmã, finalmente me convenceram a me candidatar a miss Grenville, o fato de pensar em subir em um palco, onde todos os fofoqueiros de plantão vão estar me olhando, embrulha o meu estômago, basta qualquer deslize e eu serei assunto na cidade por anos a fio.

Ouço a voz do locutor de rádio da nossa cidade, Fred, soar pelo microfone, ele quem iria nos chamar para o desfile, a minha frente, Ayla e Anya, as gêmeas Jhonson, aguardavam ansiosamente por seus nomes serem chamados. Quando finalmente, Fred o faz, meu estômago dá voltas e eu sinto que vou vomitar, preciso sair daqui quanto antes. Me viro para sair quando sinto o meu corpo se chocar contra alguém, levando consigo todo o meu equilíbrio. Sinto o cheiro masculino, forte e amadeirado invadir as minhas narinas, as mãos, grandes e firmes, seguram em minha cintura, me mantendo de pé. Meus olhos caminham por seus fortes braços, envoltos em blazer preto que tinha o caimento perfeito em seu corpo, ombros tão largos, que pareciam de um deus grego. No seu rosto, olhos negros como a noite, profundos com um ar de mistério. Ele não era dessa cidade, não tinha como ser, eu conhecia todas as pessoas aqui, ele não era um deles.

Jackson Philips:

Me puxando de volta para o meu corpo, meu nome ressoa nas caixas de som.

— Bonnie Wilson!

— Acho que é a sua vez. — Sua voz soa em um tom leve e controlado, mas grave e intenso, ele me deixa firme no chão e me dá um leve tapinha nas costas me conduzindo para dentro do palco. Eu estava tão abobalhada com a sensação de formigamento em minha pele em cada local em que fui tocada por ele, que nem me dei conta, quando entrei no palco e desfilei tranquilamente para todas aquelas pessoas.

Ao final do concurso, a faixa e a coroa eram minhas, eu caminhei para fora do palco, querendo encontrar minha mãe e irmã, mas me deparei com ele novamente, o homem dos olhos escuros profundos.

— Parabéns, foi muito merecido, Bonnie.

— Obrigada... — Respondi sentindo minhas bochechas corarem. — Como sabia o meu nome, antes?

— Você era a próxima na fila para entrar, quando ele chamou, presumi que era você.

— Ah, claro. Você não é daqui...

— Sou de uma das cidades das redondezas, Rosetown. Meu pai é prefeito lá, e conhece o prefeito Karl, ele nos convidou. Jackson Philips, mas pode me chamar de Jack. — Ele aperta suavemente a minha mão, enviando um arrepio pelo meu corpo.

Flashback off

A imagem do rosto de Jack vem a minha mente, um rosto bonito, um homem íntegro e correto, delegado de polícia respeitado na cidade, como eu poderia saber que no fim, isso tudo era uma mentira. Abro meus olhos tentando espantar o pensamento dele da minha cabeça, mas já era tarde, as lágrimas já estavam rolando pelo meu rosto. Me levanto e enxugo meu rosto e corpo rapidamente, não vou mais me permitir sofrer por nada disso, essa história finalmente ficou para trás, agora, é uma nova vida. Volto para o meu quarto visto um pijama leve e me deito, pegando no sono graças a exaustão.

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Comments

Sandra Camilo

Sandra Camilo

parabéns autora estou adorando os capítulos!!

2024-02-09

3

Ana Maria Rodrigues

Ana Maria Rodrigues

já tô amando esse capítulo

2024-02-08

0

Grazi Nascimento

Grazi Nascimento

Amei esse primeiro capitulo !!!!

2023-11-22

1

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