Capítulo 4

Ivina

Mesmo hoje sendo minha festa e da Ariel, eu não consigo me alegrar, o pressentimento de que algo irá dar errado, não me deixa descansar nem um pouco e muito menos focar nos assuntos que Ariel está puxando comigo.

Ariel. Ei, Ivi, o que foi?

Ivina: Hum?

Finalmente pisco os olhos e olho para ela que pede para a moça da maquiagem parar.

Ariel: Você estava empolgada para a nossa festa e depois do jantar de ontem ficou estranha.

Ivina. Talvez a nossa convidada de ontem seja um pouco intrometida querendo algo que nunca vai acontecer, do tipo o filho dela treinar tiro comigo...

Ariel solta sua risada contagiante me dando um pouco de liberdade para expôr um pequeno sorriso.

Ariel: Eu sabia que isso iria te incomodar, mas com certeza não incomodou tanto igual o Oliver tecnicamente te ameaçando.

Eu a olho surpresa.

Ariel: Como você falou para ele, nossa casa tem escutas e câmeras, falei com  o Argus, ele disse que escutou tudo e mandou seus seguranças te ajudarem.

Argus era o nosso segurança chefe e isso me aliviou, ele sempre pode nos ajudar.

Ivina: Argus sempre nos salvando, desde quando éramos pequenas.

Ariel: Sempre, lembra quando colocamos fogo no escritório secundário do papai, por que ele deixou o charuto dele de bobeira junto com o isqueiro?

Dou risada lembrando de como aprontavamos.

Ivina: Papai só não nos mandou para o internato porque a mamãe não deixou...

Ariel: Pois é.

Helena: E até hoje eu brigaria por vocês se fosse necessário, vocês estão lindas.

Minha mãe vem até nós com os olhos cheios de lágrimas, eu me seguro para não chorar por causa da maquiagem e Ariel nem se importando começa a chorar.

Helena: Estão completando os seus 18 anos e sempre serão as minhas pestinhas como seu pai se referia a vocês, espero que essa noite seja repleta de muita alegria e mesmo bebendo, tenham juízo...

Ivina: Não sou tão adepta a bebida mãe... a senhora sabe.

Ariel: Eu não respondo por mim nessa situação.

Minha mãe sorri e balança a cabeça, ela deposita um beijo em cada uma de nós e se retira.

Ariel: Vamos?

Ivina: Vamos.

Saímos de casa e somos levadas para uma das boates do papai, ele fez questão de deixar ela completamente fechada para nós e alguns convidados, alguns conhecidos nossos e outros conhecidos de ambos, a música já tocava alto, eu coloquei minha máscara branca e Ariel colocou sua máscara de um lado só, estilo fantasma da ópera, mas vermelha.

Ivina: Gostei da sua máscara.

Ariel: Hells Angels, esqueceu?

Damos risada e entramos na boate, todos batem palmas por ser nosso aniversário e somos levadas até o camarote Vip, cumprimentamos alguns amigos e eu fico observando o pessoal dançando, parece que os anjos decidiram se juntar ao inferno essa noite, a música sensual mostra que casais provavelmente recém formados se esfreguem um ao outro.

Ivina: Uou.

Ariel: Vamos dançar, vou pedir para ele colocar nossa música.

Ivina: Oi?!

Ariel me puxa para a pista de dança e fala com o Dj, logo ele começa a tocar Break Free da Ariana Grande, parecendo um imã todos começam a dançar com a gente, Ariel descobriu essa música durante uma viagem para Nova York e insistiu que se tornaria nossa, afinal sempre fomos livres desde que nos libertamos do sentimento de enganação por causa de uma ex paixão, meu pai queria matar o cara, mas eu não permiti na época e se ele não tivesse sido patético, eu ainda seria a boba apaixonada. Quando a música termina começa a tocar Sweet But Psycho, o ritmo é contagiante, o garçom me entrega um copo com uísque, que afinal eu amo, logo sinto duas mãos segurando minha cintura, não sei se é por causa do uísque, mas o toque é bom, até que ele sussurra no meu ouvido.

Homem: Um belo anjo dançando assim na minha frente, tenho certeza que irei queimar no inferno...

Sorrio e ele me vira, por estar de máscara, apenas um dos seus olhos está a mostra, mesmo sob a escuridão e jogo de luzes, noto que são azuis, ele me puxa para ele e com sua mão livre acaricia meu rosto, meu corpo se arrepia até que ele beija meus lábios, o ar mentolado dos seus lábios e o meu com o gosto do uísque tornam o beijo ainda mais instigante para mim, parece que o mundo para.

Ivina: Uou estranho... quem é você mascarado?

Homem: E isso importa? Aproveite sua noite pequeno anjo...

Sorrio tímida e termino meu uísque, ele se afasta indo até o bar e logo traz outro copo para mim, ele também pegou, dançamos juntos por um tempo, até eu sentir vontade de ir ao banheiro, estou no corredor do banheiro super feliz, isso talvez seja comum, como uma sombra ele aparece na minha frente e me beija novamente de forma possessiva, por ser algo novo eu gosto muito, ele me pega no colo e eu cruzo minhas pernas em sua cintura, só sei que ele está me carregando no colo para algum lugar, logo sou colocada em cima de algo confortável, parece ser uma cama.

Ivina: Hum, talvez seja melhor ir com calma..

Homem: Você é virgem?

Concordo e ele sorri dando um beijo carinhoso em mim.

Homem: Para sua surpresa, essa também será minha primeira vez....

Dito isso, ele vem por cima de mim, afastando minha calcinha para o lado e logo sinto ele me penetrar, sinto uma dor, mas respeitando o meu tempo ele fica ali parado e me beija, quando já me acostumo me mexo devagar e ele volta a se mover, a dor foi trocada pelo prazer e isso era bom demais. Nossos gemidos preenchem o quarto, enquanto a música Beautiful Angel toca para os casais apaixonados, eu e ele estamos em um dos quartos privados fazendo amor, sim amor. A todo momento ele foi carinhoso, suas mãos passeiam pelo meu corpo, mas em nenhum momento tiramos nossas máscaras, tornando o momento ainda mais instigante, perdi as contas de quantas vezes ele me fez explodir em um orgasmo incrível, quando finalmente ele chega ao seu ápice, ele desaba ao meu lado e me puxa para perto dele.

Homem: Você é incrivel mesmo Ivina...

Ivina: Obrigada, eu acho...

Pisco algumas vezes vendo que ele está retirando o preservativo sem me lembrar dele ter colocado, preenchida pelo cansaço adormeço em seus braços, sou acordada ao susto quando meus seguranças entram no quarto com minha mãe com cara de desesperada.

Ivina: Mãe??

Helena: Se levanta Ivina, não quero que se suje com o sangue desse bastardo?

Ivina: Como assim?

Olho para o lado e vejo que o homem com que eu perdi minha virgindade, não é ninguém menos que o Oliver, eu levanto correndo e minha mãe me entrega um roupão.

Helena: Levem ele para o subsolo... e me aguardem lá.

Minha mãe me arrasta para fora do quarto, mas antes de sair vejo que Oliver a todo instante me olha, não sei definir se seus olhos passam arrependimento ou medo, mas não consigo olhar mais para ele, que me ameaçou e na primeira oportunidade me levou pra cama.

Ivina: Como fui tão burra!!

Helena: Não é sua culpa filha, vou descobrir o que ele estava fazendo aqui.

Minha mãe me abraça e me leva para o carro, no caminho de volta pra casa só consigo chorar, chorar de raiva e mais raiva ainda por ter me entregado para ele, chegando em casa saio correndo do carro e subo para o meu quarto me trancando lá dentro.

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