| Podemos almoçar juntos

Souza: O bacaca do Tyler fica babando a Valentina, ela sai um pouco do salão com as primas e ficam tirando fotos juntas.

(Ana, 29 anos. Prima da Valentina)

Ana: Que cara é essa Souza?

Souza: Não sei do que está falando Aninha. Como anda a vida em New York?

Ana: Muito boa, só sinto falta de tudo aqui, mas estou cada dia mais acostumada. Como está a Mirna?

Souza: Ela está bem.

Ana: Ama ela?

Souza: Nos damos bem, ela é muito boa e sabe que entrou na minha vida em uma fase complicada.

Ana: Pensando sobre isso, vou te fazer uma pergunta que não quero a resposta. Está com ela porque precisa ou porque a ama?

Souza: Não entendi, porque não quer a resposta.

Ana: Precisa pensar sobre isso, porque se a resposta não for a segunda opção, não está sendo justo com ela. Sabe que a Mirna te ama, mais do isso, ela respeita o seu espaço e o limite que impôs. A Mirna é uma mulher incrível que está cem por cento nessa relação e ela merece que você esteja cem por cento também.

Souza: Ana!

Ana: Valentina senta para tirar uma foto e tenho vontade bater no Souza babando ela. Não é justo com ele, com a Mirna e nem com a Valentina isso.

Só reflita Souza. Nunca te vi olhar para ela como está olhando nesse momento para Tina. Eu amo você, é um grande amigo, que tenho como um irmão. Não quero que sofra, porque não quis enxergar o que está diante dos seus olhos. Sei por tudo que passou e como isso te mudou. Era um homem alegre brincalhão e se fechou, deixou tudo que aconteceu te moldar e ficou frio. Com tudo, acho que só encontrou a pessoa que vai derrubar essas barreiras que ergueu em volta do seu coração.

Souza: Senti sua falta mais do que imagina. Principalmente, do jeito terrivelmente irritante que tem de me fazer enxergar a verdade.

Ana: Sou demais!

Souza: E se acha!

Ana: Tenho que ir, o Ethan se morde de ciúmes de você até hoje.

Souza: Dou uma leve gargalhada da Ana.

Ana: Valentina observa o Souza sorrindo.

Tem um sorriso lindo Souza e deveria sorrir mais. Está ficando com uma ruga bem no meio da testa com essa carranca que anda por aí!

Souza: Ana sai rindo e fico esperando a Valentina pensando nas palavras dela.

Valentina: Meg e Melinda voltam ao salão e caminho em passos lentos de volta com o Souza atrás de mim.

Souza: Valentina...

Valentina: Me viro na direção do Souza e o Tyler aparece.

Tyler: Vim me despedir.

Valentina: Souza faz um sinal de tudo bem e se afasta.

Obrigada por ter vindo Tyler.

Tyler: Foi um prazer. Amanhã podemos ir a mansão mal assombrada que comprei?

Valentina: Dou um sorriso bobo ao Tyler.

Podemos sim, estou curiosa para ver essa decoração do dracula.

Tyler: Depois de ver a sua empresa, acredito que precioso de ajuda com a minha também. Ficou perfeita!

Valentina: Aqui é diferente, é o meu espaço e deixei a minha cara.

Tyler: Por isso ficou perfeita Valentina.

Valentina: Sinto a minha face queimar com a intensidade do olhar de Tyler.

Obrigada.

Tyler: Por nada. Pode me passar seu número de telefone para te passar o endereço?

Valentina: Claro.

Tayler me dá o celular dele e anoto o meu número.

Tyler: Pode ser na hora do almoço?

Valentina: Pode sim, almoço mais cedo. Não tem problema.

Tyler: Podemos almoçar juntos.

Valentina: Encaro o Tyler, fico na dúvida e por um instante não sei o que responder.

Tyler: Faz assim, vai sem almoçar e se decidir comer comigo, almoçamos juntos, se não quiser, nos despedimos ao final da visita e está tudo bem.

Valentina: Combinado.

Gustavo: Está tudo bem Tina?

Valentina: Tudo ótimo, até amanhã Tyler.

Me despeço do Tyler e sigo o Gustavo.

Gustavo: O que tem amanhã?

Valentina: Não começa Gu.

Gustavo: Fiquei curioso.

Valentina: Da última vez que ficou curioso, apareceu no meu encontro, se convidou para jantar e esmagou a mão do Dominique. Ele nunca mais quis sair comigo.

Gustavo: Foi tudo uma grande coincidência e quanto a mão, ele é que era fraco demais.

Valentina: O Rafa foi um guerreiro por aguentar você.

Gustavo: Ele era gente boa.

Valentina: Você bateu nele Guatavo!

Gustavo: Não tinha certeza que era gente boa quando estavam se conhecendo.

Valentina: Me perguntou porque quando retornamos a faculdade estava tão abatida e não te falei, mas estava apaixonada e sofri muito por isso. Agora, talvez tenha conhecido um cara legal. Não estraga isso, ou vai ver infeliz de novo e culpa será sua.

Gustavo: Porque não me falou nada?

Valentina: Porque você bate e depois pergunta. Só me deixa ser feliz, por favor. Não sou mais criança e quero seguir em frente, preciso descobrir o que é amar e ser amada.

Gustavo: Tudo bem. Só me conta quem te magou para eu matar o infeliz.

Valentina: Amor não correspondido não é magoar alguém Gu, ninguém tem culpa de não corresponder ao sentimento e a expectativa de outra pessoa.

Gustavo: Não me olha assim Tina, acaba comigo te ver triste. Tem a minha palavra que não vou me meter na sua vida amorosa, se estiver feliz.

Valentina: Pode me ajudar com o papai e o Theo?

Gustavo: O Theo é mais sensato, o papai vai ter que se virar.

Valentina: Peço a ajuda da mamãe.

Gustavo: Nesse caso, vale mais do que um exército.

Valentina: Sigo com o Gustavo até o salão me acabando de rir, a minha mãe tem o meu pai nas mãos e ele jura que manda em tudo. É impossível rir dele. Queria parar tudo para ouvir o Souza, mas não faço. Sinto que estou no caminho certo para esquecê-lo de vez e vou continuar em frente.

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