| Não tem necessidade

Valentina: Acordo um pouco mais tarde e faço a minha rotina de sono lentamente. Saio do meu quarto desanimanda, sem saber o que esperar do meu pai.

Gustavo: Animo, preciso de ajuda!

Valentina: Pode falar.

Gustavo: Ajuda a Emma a escolher algo para o jantar.

Valentina: Claro que sim. E quem vai ficar com o pai dela?

Gustavo: Já falei com Hortênsia.

Valentina: Quem é o Hortênsia?

Gustavo: A amiga da Emma que cuida do Otto.

Valentina: Vou reservar um horário pela manhã, a tarde tenho um encontro e a noite tem o jantar. Vai ser corrido, mas vai dar tudo certo.

Gustavo: Vou te levar para conhecer ela, depois do café da manhã.

Lorenzo: Gustavo e Valentina descem as escadas e dou bom dia aos dois.

Filha, trás o Tyler para o jantar, quero conhecer ele.

Valentina: Encaro o meu pai com sérias dúvidas.

Lorenzo: Não vou ameaçar ninguém.

Valentina: Pai obrigada. Vou convidá-lo, mas talvez ele não venha, ainda não temos nada sério.

Lorenzo: Alice sorri e a Valentina fica mais leve. Vou receber esse tal Tyler na força do ódio. A única certeza que eu tenho é que já odeio ele!

Valentina: Me despeço dos meus pais e saio com o Gustavo.

Bom dia Souza.

Souza: Bom dia senhorita Valentina.

Bom dia senhor Gustavo.

Gustavo: Bom dia Souza.

Entro com a Valentina no carro e conto sobre como foi o meu primeiro encontro com o pai da Emma.

Valentina: Nossa Gu que atitude linda. Com amor tudo fica mais fácil e foi maravilhoso o que fez pelo seu Otto. Já estou ansiosa para conhecer os dois.

Gustavo me fala tudo sobre a Emma e fico muito animada.

Souza: Escuto toda conversa da Valentina e do Gustavo em silêncio.

Na casa da Emma...

Emma: Acordo cedo assustada, encaro o meu celular sem acreditar que ainda estou com a chama vídeo ativa. Encaro o Gustavo dormindo e encerro a ligação. Faço um nó no cabelo coloco uma música baixinha que sei que o meu pai gosta e vou preparar o café da manhã. Deixo tudo pronto e vou acordar ele. Hoje ele está animado e nem percebeu que fez xixi na cama. Ajudo ele com o banho, ele se veste todo arrumado, segundo ele para caso a minha mãe volte do trabalho mais cedo. Engulo o choro e levo ele até a cozinha para comer. Ele me puxa para dançar e dá as gargalhadas mais lindas do mundo contando como aprendeu a dançar. Deixo ele comendo e vou trocar a roupa de cama. Limpo o colchão, passo álcool e coloco no sol. A campanhia toca e vou até à porta suada, levo um susto com o Gustavo parado na minha frente. Seco o suor da minha testa, estendo a mão e recolho de volta, lembrando que está suja. Uma loira, alta, linda, sai de trás dele com um sorriso gentil na minha direção.

Oi...

Gustavo: Desculpa não ter te aviso que viria.

Otto: Oh meu filho, entra e vem comer comigo.

Gustavo: Bom dia Otto. Essa é a minha irmã gêmea Valentina.

Otto: Se parecem mesmo. E o de preto?

Valentina: Esse é o Souza seu Otto, um amigo da família.

Falo amigo para o Otto não ficar desconfiado do Souza.

Emma: Meu pai não gosta de estranhos e já fico apreensiva com receio que ele fique agitado.

Otto: Mais uma mão para jogar dominó. Sabe jogar meu filho?

Souza: Sei sim, seu Otto e gosto muito de dominó.

Otto: Eita coisa boa, gostei. Entra, vamos tomar um café antes.

Emma: Respiro fundo vendo a alegria do meu pai com as pessoas dando atenção a ele.

Gustavo: Desculpa, deveria ter avisado.

Emma: Eu vou tomar um banho e volto logo. Não esquenta com isso não, deu certo.

Pai, preciso de um banho, tudo bem?

Otto: Estou entre amigos filha, vai tranquila, tenha pressa não.

Souza: Valentina senta do lado o Otto, ela serve o café para todos e conversa com ele, dando total atenção a ele. A risada dos dois ecoam pela casa. Começamos uma partida de dominó e a Valentina se entrega durante as partidas, é fácil ler o jogo dela.

Valentina: Que injusto! Vocês contam o jogo!

Otto: Oh minha filha fica assim não, o importante é jogar, mesmo que não ganhe uma!

Valentina: Ah seu Otto, isso era para me consolar?

Otto joga com o Gustavo e vou a cozinha ajudar Emma a tirar a mesa.

Emma: Aceita uma água Valentina?

Valentina: Só Tina, Emma. Vim te ajudar.

Emma: Pode me chamar de Emm e não precisa. Obrigada.

Valentina: Me deixe te ajudar, assim podemos nos conhecer melhor.

Emma: Tudo bem.

Vou lavando a louça e a Valentina vai enxanguando. Ela é muito gentil e se parece o irmão.

Valentina: Não tenho segredos com Gu, então sei do contrato. Eu entendo que deve ser assustador, mas garanto que é genuíno e vindo de alguém o coração mais bonito que conheço.

Emma: Assustador não define, é surreal.

Valentina: Quando conhecer a história dos meus pais vai entender muita coisa. Essa família é a tradução de amor e acolhimento, e será muito bem recebida.

Emma: Estou com medo de conhecer os seus pais.

Valentina: Pode parecer estranho, mas eles já gostaram de você. Ontem no jantar, o Guatavo falou sobre o noivado e a minha mãe ficou muito animada.

Emma: Disse medo, mas é pânico. E se não conseguir?

Valentina: Vou estar ao seu lado e tenho certeza que a minha mãe vai te deixar a vontade. Eu vim te convidar para ir às compras, comprar algo especial para o jantar de noivado.

Emma: Eu tenho vestidos.

Valentina: Não tem a ver com marca, podemos ir aonde quiser. Tem mais a ver com o momento, o Gustavo está tentando deixar tudo especial para você.

Emma: Não tem necessidade.

Valentina: Necessidade não tem, mas, porque não? Vamos passear, nos arrumar, comprar uma roupa e a noite jantaremos em família.

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