| Serei o seu protetor

Emma: Tudo bem, mas não quero escolher o lugar. Não saberia aonde ir.

Valentina: Continuo conversando com a Emma conhecendo ela melhor e é impossível não gostar dela. Posso estar errada, mas acredito que o Gustavo só não entendeu ainda que está se apaixonando pela Emma. Não tem a ver com a história dela ou com a beleza, acredito que é a soma disso, com a personalidade forte dela. A expressão dele dizendo que ela é teimosa e fugiu foi incrível, ali penso que ela ganhou a atenção dele. Me viro e dou de cara com o Souza, paro a poucos centímetros do rosto dele e me afasto imediatamente.

Souza: Vim pegar um copo com água Senhorita Valentina.

Valentina: Souza por favor, já pedi. Só Valentina.

Emma pega água para o Souza e entrego para ele o copo.

Souza: Obrigado.

Valentina: Desvio o olhar do Souza e sento perto do Otto, ele é tão amoroso que não entendo como os amigos puderam abandonar ele no momento que ele mais precisava de apoio.

Ah seu Otto, foi um prazer conhecer o senhor.

Otto: Senhor tá no céu minha filha, chama só de Otto mesmo. Você vai voltar não vai?

Valentina: Mais é claro Otto.

Otto: Mas, volta mesmo minha filha?

Valentina: Otto parece ficar abatido. Me aproximo dele com um sorriso.

Claro que venho Otto, tem a minha palavra. Agora, eu posso te abraçar?

Otto: Ainda pergunta?

Valentina: O seu Otto me dá um abraço paternal e a Hortênsia chega.

Otto: Prefiro os meus novos amigos do que essa alcoviteira!

Hortênsia: Otto que feio.

Otto: Essa mulher é o terror, ela pensa que é a minha mãe. Vê se pode?

Gustavo: Impossível não rir do Otto, jurando que está cochichando.

Emma: Volto logo pai, te amo.

Otto: Corre minha filha, se não, dou uma vassoura para essa bruxa sair voando daqui.

Emma: Pai!

Hortênsia: Deixa Emm, quando ele vim me pedir para fazer um pudim, ele vai ver só!

Otto: To falando que ela é uma terrorista, é golpe baixo ameaçar com pudim.

Hortênsia: Vai com Deus Emm, se preocupa não, que com o Otto eu me viro.

Souzo: Otto foi um prazer te conhecer. Volto para gente jogar baralho.

Otto: Opa que beleza, então vou esperar a turma de novo.

Fica enciumado não Gustavo, você é o meu amigão.

Gustavo: Otto cochicha no meu ouvido, dando uns tapinhas nas minhas costas. Me despeço dele e pego uma carona com a Valentina até o hospital. Emma está supertímida.

Emma: Não olho na direção do Gustavo, ele me deixa muito desconfortável com a forma que me olha. Não tem pena ou malícia no olhar dele, tem algo que não entendo. Sempre fui péssima para ler pessoas e isso é assustador, porque normalmente elas me dececionam.

Gustavo: Emma esse cartão é seu. Está no nosso contrato que teria um, não nega, por favor. Te tirei de todos os seus empregos que eram a sua fonte de renda, não quero que falte nada a você e o Otto até estarmos casados.

Emma: Gustavo coloca o cartão na minha mão. Fico muito constrangida com o Souza e a Valentina no carro, no mínimo devem pensar que sou um golpista.

Gustavo: Emma parece ter ficado muito abatida, ela abre a boca para falar, mas não sai nada.

Emma vou ser mais que o seu marido, serei o seu protetor e de agora em diante farei tudo que puder para te ver bem.

Emma: Respiro fundo e encaro o Gustavo, ele é direto e não mede palavras. Cada frase, um golpe que tenho que processar e digerir rápido demais.

Obrigada Gustavo.

Valentina: Tento disfarçar um pequeno sorriso que surge nos meus lábios. As minhas suspeitas acabam de confirmar com "seu protetor" que sai da boca do Gustavo. Até acho que ele acredita que está tentando ajudar alguém, mas não é só isso.

Souza: Deixo o Gustavo no hospital e sigo com a Valentina até um shopping local. Acho o shopping muito exposto e com uma péssima segurança. Fico com a minha atenção redobrada. Ela parece não se importar com muitas coisas, é uma mulher simples e hoje pude ver um lado dela que não conhecia.

Emma: Valentina me leva ao shopping, fico a vontade com ela, escolhemos os nossos vestidos e ela me incentiva a usar o cartão que o Gustavo me deu, para me acostumar. Passamos no salão de beleza e ela me deixa em casa.

Nem sei como te agradecer.

Valentina: Não precisa, logo seremos família e sendo honesta foi ótimo passar esse tempo com você.

Emma: Para mim também foi maravilhoso Tina.

Valentina: Até mais tarde Emma e leva o seu Otto, os meus pais vão amar ele.

Emma: Ele ainda não sabe do noivado e não sei como seria ir a um local com muitas pessoas.

Valentina: A decisão é sua, eu sei que sabe o que é melhor para o seu Otto.

Emma: Vou conversar com ele sobre o noivado e ver como ele vai passar o dia. Se mais tarde ele estiver bem, ele me acompanha.

Valentina: Esse é meu número, pode me ligar a qualquer hora Emm.

Emma: Muito obrigada.

Valentina: Emma se despede e sai, sigo para empresa pensando na história dela.

Souza: Valentina fica encarando a paisagem em silêncio, observo os olhos dela marejados.

Está tudo bem?

Valentina: Está sim Souza.

Souza: Não parece.

Valentina: Não questiono Deus Souza, mas é doloroso algumas situações. Acredito que nem uma folha cai sem a permissão de Deus e apenas continuo pedindo que na sua infinita bondade, ele me torne forte. Ver o Otto me deixou com um nó na garganta, não é por pena, mas dá uma sensação de impotência. Ele é maravilhoso e é triste demais o diagnóstico dele.

Suspiro me segurando para não chorar, não espero nenhuma reposta do Souza, porque o seu silêncio se tornou confortável com o tempo. Volto a encarar a paissagem e tento me distrair.

Souza: Não é fácil Valentina, mas se colocar a sua aflição em oração, Deus te sustenta. Com muito amor e cuidado o seu Otto pode ter uma vida feliz, mesmo com o diagnóstico dele. Acredito que os dois nunca mais estarão sozinhos depois de hoje.

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