Valentina: Fico rindo sozinha vendo uns vídeos no Instagram durante o caminho. O carro para, respiro fundo e desço sem esperar o Souza abrir a porta. Caminho até a primeira empresa que agendei uma visita para hoje, ela fica bem no centro de Seattle e tem uma fachada linda. O corretor é um cara muito evasivo e me incomoda a forma íntima que ele fala comigo.
Corretor: Meu bem, esse prédio é sem igual, perfeito para você começar a sua empresa.
Valentina: Ele toca o meu ombro e posso jurar que o Souza rosnou. Tiro a mão dele do meu ombro sem qualquer delicadeza e encaro ele bem séria.
Desde o momento que entrei por essas portas, você foi antiético e evasivo. Começa ou termina as suas frases com elogio, ou uma intimidade que não te dei. Se não puder agir como um profissional, essa visita acaba aqui!
Corretor: Sinto muito.
Valentina: Só vamos continuar a visita, por favor.
O corretor me leva até o escritório e o clima no elevador fica tenso. Souza encara ele com ódio e me coloco entre os dois. Fico fascinada com a vista, apaixonada pela arquitetura do escritório e consigo me imaginar trabalhado aqui.
Corretor: Gostou?
Valentina: É perfeito. Vou ficar com ele!
O corretor vai fazer algumas ligações para avisar que vou ficar com a empresa e aproveito para avisar os meus pais e desmarcar as outras vistas. Tenho certeza que terei muito trabalho aqui e acho ótimo, porque preciso ocupar a minha mente.
Souza: Valentina anda de um lado para o outro olhando tudo e o advogado da empresa chega.
(Lucca, 28 anos. Advogado da empresa da família)
Valentina: Lucca, obrigada por vim. Tudo bem?
Lucca: Tudo ótimo Valentina, como você está?
Valentina: Muito bem. Vai dar para comprar essa empresa?
Lucca: A documentação está toda certa. Vou finalizar os detalhes e a empresa será sua.
Valentina: Aí meu Deus, que notícia maravilhosa. Obrigada Lucca!
Lucca: Por nada.
Valentina: Se não for pedir demais, pode conseguir as plantas da empresa enquanto isso? Já quero definir o design para não demorar muito a colocá-la para funcionar.
Lucca: Vou verificar essa informação e se conseguir te envio por e-mail. Pode ser?
Valentina: Claro, perfeito Lucca. Muito obrigada.
Lucca se despede ele, sai e dou uma última olhada em tudo. Saio animada da empresa e vou direto para casa desenhar o design. Passo horas no chão do meu quarto planejando os mínimos detalhes.
Souza: Valentina me dispensa o resto do dia e vou para casa tentando entender o porquê está tão difícil acompanhar ela.
Gustavo: Valentina passa o dia no quarto e vou ver como ela está. Bato na porta e entro, encontro ela dormindo em cima de um monte de papel, a pego e deito ela na cama, ela acorda sonolenta e volta a dormir quando me vê. Banho, me visto e desço para sair.
Lorenzo: A Tina está bem filho?
Gustavo: Dormiu em cima de um monte de papéis, ela parece muito bem pai.
Lorenzo: Aonde vai?
Gustavo: Um barzinho, volto logo.
Alice: Juízo meu filho.
Gustavo: Pode deixar.
Saio de casa e vou até um bar local, para a minha surpresa a pequena desastrada está servindo as mesas. Observo ela a uma certa distância, é uma mulher muito bonita, mas o que chama atenção nela é a falta de qualquer expressão. Não tem alegria, ou brilho nos olhos dela. O seu sorriso é forçado e chega a me incomodar o quanto parece abatida. A garçonete que serve a minha mesa é educada e já vi ela algumas vezes por aqui. Dou uma bela gorjeta para ela em troca de uma informação e do seu silêncio.
Quem é a moça ruiva?
Garçonete: É a Emma.
Gustavo: Quem é Emma?
Garçonete: Ninguém sabe, ela não conversa com ninguém. Só vem trabalhar e vai embora. Até onde eu sei trabalha de dia num restaurante, de noite aqui no bar e nos finais de semana faz bicos de garçonete em festas.
Gustavo: Ela já ficou com algum cliente?
Garçonete: Nunca, e olha que já teve uns ricaços aqui babando por ela. É uma mulher estranha se quer saber.
Gustavo: Estranha?
Garçonete: Não sei explicar, mas ela me assusta.
Gustavo: Entendi, deixa entre a gente essa conversa.
Garçonete: Claro, obrigada pela gorjeta.
Gustavo: Fico um tempo no bar, a Emma realmente não dá abertura a nenhum cliente ou funcionário do bar. Fico no carro e vejo ela saindo na direção do ponto de ônibus tarde da noite. A sigo por curiosidade, ela pega dois ônibus e desce sozinha num bairro afastado. Observo ela caminhando rápido, agarrada a bolsa. Ela entra numa casa simples, uma mulher sai da casa e fico um tempo tentando entender o que estou fazendo aqui. Volto para casa e peço um dos nossos investigadores para conseguir um relatório completo da Emma. Sempre fui curioso, mas nunca a esse ponto. Emma me deixou com uma série de perguntas que preciso das repostas. Entro em casa tarde e me deito criando teorias sobre a ruiva. Acordo cedo e recebo a confirmação que vão investigar a Emma, vou aguardar ansioso esse relatório. Me troco e sigo para o hospital, resolvi fazer a residência no hospital do Dr. Maurício. Quero me tornar cirurgião geral e sei que tenho um logo e exaustivo caminho pela frente. O meu plantão começa e esqueço o mundo, passo dia na emergência, um dia bem movimentado com alguns traumas e pequenas suturas. Vou atender no boxe mais uma sutura e não poderia ficar mais surpreso.
Desastrada!
Emma: Seco algumas lágrimas que rolam pelo rosto, levanto o olhar e dou de cara com o cara grosso que esbarrei na festa de casamento que trabalhei como garçonete.
Gustavo: Emma estava chorando e me arrependo do "desastrada" que falei.
Emma: Grosseirão!
Gustavo: Fui mesmo muito grosso você, me desculpa Emma.
Emma: Como sabe o meu nome?
Gustavo: Está no seu prontuário.
Emma: Hum... Eu estou bem, posso ir?
Gustavo: Vou examinar esse corte primeiro.
Me aproximo da Emma e encaro o corte na cabeça dela.
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Atualizado até capítulo 62
Comments
Sandra Camilo
aposto que sofe abuso de alguém, tadinha
2025-03-22
0
Marcia Patette
Como será que esse corte aconteceu
2025-01-19
1
Marcia Patette
Uhuu Lucca lindoooo
2025-01-19
1