Capítulo 18

(1 ano depois)

Já passou muito tempo desde a vez que visitei a vidente e desde então não contei a ninguém sobre os sonhos... Mantenho-me atenta aos sonhos a cada noite que os tenho, escrevo-os para poder saber se algo muda e, em relação à profecia, ainda não sei tudo, descobri grande parte, mas sei que há mais... Mais na história que não está nos livros, mas...

Neste momento estou a fazer as malas, volto para o império onde toda a história acontece e não é porque quero, supunha-se que o meu regresso seria dentro de 6 anos, 1 ano após o desenvolvimento da história, mas agora já não será assim, terei que voltar nestes 5 anos...

O meu pai escreveu-me há pouco tempo que o príncipe continuou a insistir no compromisso dos dois... Assim, o próprio imperador enviou-me uma carta a pedir-me que voltasse e que falasse com ele pessoalmente.

Por isso, aqui estou eu com a companhia da Sara e da Margot a ajudar-me a fazer as malas... Parto esta tarde, chegarei ao reino à tarde, dormiremos uma noite inteira na floresta...

Espero que esta viagem não afete em nada o decurso da história e da minha vida, é mais do que claro que a história já se está a desenvolver ou falta pouco para se desenvolver, por isso, quanto mais rápido resolver este problema, melhor.

Só direi ao imperador que estou feliz como estou e que não quero nenhum compromisso, nem com o príncipe nem com ninguém, e que, por favor, pare de insistir...

Já pedi permissão na academia, por ser uma das melhores não foi um impedimento... Mas teria gostado que fosse.

- Menina, já está tudo pronto, só falta pedir que levem as malas para a carruagem e já podemos ir - diz a Sara.

- Está bem, vai dizer-lhes agora - disse eu, dando um pequeno sorriso.

- Sim, menina - diz a Sara que sai pela porta para poder dirigir-se aos cavaleiros.

- A sério que não queres que te acompanhe? - diz a Margot que já está à minha frente.

- Não podes, precisas de ficar aqui para terminar as provas - disse eu, e era verdade, para poder ir-me sem nenhuma restrição fiz as provas da academia.

- Está beeeem!!! Mas se algo te acontecer, não hesites em mandar-me chamar, sabes que estarei lá quando precisares de mim - diz ela, agarrando-me no braço.

- Fá-lo-ei, talvez em algum momento precise da tua ajuda - disse eu, olhando-a seriamente, é claro que não penso ficar muito tempo lá, mas quem sabe o que pode acontecer.

- Bem combinado - diz ela, largando-me com um sorriso no rosto.

- Agora vou despedir-me de alguns professores, vemos-nos lá, Margot - disse eu.

- Vemo-nos em breve, Dennis, toma conta de ti, embora queira estar contigo, não quero que te aconteça nada de mal - diz ela, abraçando-me e largando-me.

- Vemo-nos - disse eu e retirei-me do quarto que era meu.

Caminhei por alguns corredores que eram demasiado grandes, mas pronto, já me habituei e conheço bem todos os caminhos.

- Dennis, já é hora de ires? - pergunta uma mulher de 56 anos que não é nada mais, nada menos do que a minha professora de magia.

- Sim, menina Liara, já é hora de ir, mas assim que resolver os meus problemas, volto - disse eu com um sorriso.

- Bem, se é assim, então espero por ti... Sabes que és a melhor da minha turma e que gosto muito de ti e quero que tomes conta de ti, nunca se sabe o que pode correr mal, por isso mantém-te alerta acima de tudo - diz ela com um sorriso, todo este tempo ela tem-me ajudado com algumas coisas e tem-me ensinado muitas coisas e eu respeito-a muito.

- Claro, menina Liara - disse eu.

- Vai, o professor de esgrima está à tua espera, ainda não assimilou que te vais embora - diz ela.

- Vou falar com ele agora, obrigada menina, espero que também tome conta de si - disse eu e virei-me, dirigindo-me para uma sala específica.

- Professor, tem um minuto? - disse eu, batendo à porta.

- Entra, Dennis - diz um homem de não mais de 50 anos.

- É bom vê-lo melhor, professor, porque quando lhe dei a notícia não pareceu nada bem - disse eu, e é verdade, nesse dia contei-lhes e o professor reagiu de uma forma um tanto infantil... Nestes anos, afeiçoou-se a mim como a uma filha, por isso não queria que eu fosse embora.

- Já estou melhor, mas ainda não percebo porque te vais embora - diz ele, aproximando-se de mim.

- Já lhe expliquei sobre o compromisso, no qual não estou minimamente interessada, por isso vou recusar a proposta - disse eu, olhando-o nos olhos.

- Tens a certeza de que não queres um lugar de imperatriz? Lembra-te que já te podes casar e não só isso, também és boa no que fazes, por isso um cargo importante não te ficaria mal - diz ele.

- Não estou minimamente interessada e você sabe disso, por isso não penso em aceitar - disse eu sem hesitar.

- Está bem, está bem, Dennis, quero que saibas que és a minha melhor aluna e espero que não aceites esse compromisso de forma alguma - diz ele. - Quando chegaste aqui, soube que serias muito importante, embora não como imperatriz, mas tenho a certeza que como maga serás.

- Obrigada, professor... Devem estar à minha espera, por isso já vou, vemos-nos em breve, professor.

- Vemo-nos em breve e espero que não deixes de praticar com a espada, para quando nos virmos de novo, quero um combate só tu e eu - diz ele.

- Claro que sim, e verá que a aluna irá superar o mestre - disse eu sorrindo e virando-me e saindo pela mesma porta por onde entrei.

Assim, encontrei-me com outros professores não muito importantes, mas sim boas pessoas, outras nem tanto, mas também me despedi deles... E já é hora de partir.

Saí para o exterior da academia e lá estava a carruagem que vinha do ducado do meu pai e ao lado estavam escoltas para o caso de, nunca se sabe, sermos atacados pelos bandidos que andam por aí, claro que é cortesia do meu pai.

Entrei na carruagem e, antes de estar completamente dentro, olho para a porta da academia e lá estavam alguns professores e colegas que me vinham despedir.

Levantei a mão, movi-a um pouco e pronto, entrei na carruagem e ao meu lado estava a Sara que já estava a dormir.

E assim começa a viagem de regresso à história...

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