Capítulo 14

Abro a porta do estabelecimento da Clary e ouço o som de um sino.

- Senhorita Dennis, o que a traz por aqui? Acaso quer encomendar mais vestidos? *diz Clary saindo de trás do balcão*

- Não... não é isso, Clary. Vim ver você. *digo com um pequeno sorriso*

- Aconteceu alguma coisa, senhorita? Houve algum problema com a sua última entrega? *diz ela preocupada*

- Não, tranquila... Sente-se. *digo indicando um lugar na sala de espera da loja*

- O que foi, senhorita? Não me assuste. *diz ela*

- Clary, quero dizer que... amanhã à tarde irei para o império vizinho. *digo e vejo a sua expressão mudar*

- Mas... por quê, senhorita? *diz ela surpresa*

- Bem, irei frequentar uma academia de magos. Não sei quando voltarei... mas quero fazer algo de bom por alguém aqui. *digo tirando um frasco da minha bolsa*

- O... o que quer fazer? *diz confusa*

- Clary, pode tirar o lenço? *digo sem hesitar*

- Mas eu...

- Não a julgarei. Só quero ajudar. *digo dando um pequeno sorriso*

- Está bem. *diz ela enquanto tira o lenço do rosto, deixando à vista uma cicatriz que ia da bochecha direita, cruzando os lábios até chegar ao maxilar*

- Qual é a sua história? *digo*

- Bem... aconteceu há bastante tempo... Venho de uma família de um Barão. Era considerada bastante bonita por muitos... então isso causou ciúmes entre as minhas irmãs e, numa noite, trancaram-me num quarto. Eram duas contra uma. Seguraram-me as mãos, imobilizando-me... Só pude ver uma tesoura a passar pelo meu rosto, causando isto... Quando o meu pai soube, apenas as castigou e a mim, repudiou-me simplesmente. Disse que eu seria o divertimento dos nobres e que não podia ter uma filha assim, então ele mandou-me embora... Com o tempo, fui ganhando algum dinheiro em trabalhos e, depois de muito tempo, consegui abrir esta pequena loja. *diz ela levantando o olhar*

- Bem... mas e se eu te disser que tenho a cura para a tua cicatriz? *digo*

- A sério, senhorita?!

- Sim, essa é a razão pela qual vim aqui hoje. A primeira vez que nos conhecemos, pude ver a cicatriz, então, como vou partir em breve, queria fazer isto por você. *digo abrindo o frasco*

- A sério que faria isso por mim, senhorita? *diz ela contendo as lágrimas*

- Claro, aproxime-se um pouco. *digo*

Vejo-a aproximar-se de mim e começo a borrifar o líquido no rosto dela com cuidado.

- Tome, olhe-se. *digo entregando-lhe um espelho de mão*

- Uau!... Senhorita, isto é... é... Muito obrigada! Como lhe posso pagar? *diz ela emocionada*

- Não precisa de me dar nada. Apenas seja leal a mim, aconteça o que acontecer. *digo com seriedade*

- Assim o farei, senhorita, até ao fim da minha vida. *diz ela colocando a mão no peito*

.....

Depois de uma conversa com a Clary, vi que já estava a anoitecer, então disse-lhe que já ia indo... Entrei na carruagem em direção à mansão Farent.

Depois de chegar, dirigi-me à estufa, tirei uma planta do seu vaso e passei-a para outro. Só vou levar uma... Não sei se conseguirei continuar a viver quando estiver longe, mas não as posso levar comigo.

- Sinto muito, minhas lindas flores... mas não as posso levar comigo. Vou deixá-las com muita magia para que se possam alimentar bem. *comecei a falar com as flores*

- Vejo que se afeiçoou muito a elas, senhorita. *diz Sara, que acabou de entrar*

- Claro que sim. *digo* Já preparaste tudo?

- Sim, minha senhorita, já está tudo pronto. Só falta a outra pessoa.

- Bem, dela eu encarrego-me. *digo sorrindo*

Depois de jantar, fui procurar a Rebeca, mas o estranho é que ela não estava no seu quarto...

(Com a Rebeca)

- Não... não... Eu não estou louca!... Eu... eu... não estou louca.... não.. não.. *diz Rebeca enquanto se dirige para a floresta*

- O que... o que estou a fazer?... Eu não estou... louca... não... não... não estou louca!!!

- Rebeca... Acaso queres brincar às escondidas?... Se é isso, já perdeste. *diz Dennis aparecendo do nada em frente à Rebeca*

- Aahhh!!!

- Sabes, Rebeca, não devias ter vindo aqui... Facilitaste-me o trabalho. *diz Dennis, deixando Rebeca inconsciente*

(Dennis)

Em pouco tempo, encontrei a Rebeca a dirigir-se para a floresta... Ao fazer isso, tornou a minha tarefa mais fácil.

Depois de um tempo, levei a Rebeca para uma pequena cabana que não ficava muito longe da mansão. Seria fácil encontrá-la... e é isso que eu quero.

- Senhorita, já voltei... está tudo pronto. *diz Sara*

- Obrigada, Sara. Vai para o teu quarto. Daqui, eu encarrego-me. *digo enquanto amarro a Rebeca a uma mesa pelas mãos e pelos pés*

- Tem a certeza, senhorita? *diz ela*

- Sim... vai e prepara as poções. *digo*

- Claro. *diz ela*

Vejo-a sair da cabana, deixando-me sozinha com a Rebeca e... a Lúcia... A Sara encarregou-se de a trazer aqui... Atirei água às duas para que acordassem e vejo os seus rostos surpresos.

- Por que estamos aqui? *diz Rebeca assustada*

- Senhorita, estou com medo. *diz Lúcia*

- Rebeca, não devias ter vindo para a floresta... Não te lembras que antes nos contavam que, quando alguém ia para a floresta, no dia seguinte aparecia morto?... Há todo o tipo de psicopatas. *digo enquanto me aproximo delas*

- O que... o que é que queres?... Não vais conseguir fazer nada. Se eu não aparecer dentro de algumas horas, virão procurar-me. *diz ela tentando soltar-se*

- E é isso que eu quero... mas matá-las a ambas não demoraria muito. Mesmo assim, vão demorar a encontrar-te. *digo passando uma tesoura pelo rosto dela*

- Deixa-a! Faz isso comigo, mas não com ela! *diz Lúcia*

- A minha vida vale mais do que a dela! Mata-a a ela! *diz Rebeca*

- Tranquilas, que para as duas tenho algo pensado. *digo com um sorriso* Mas vamos começar por ti, Lúcia.

- Não… não...

- Tu serás o público, Rebeca. Diz-me se fiz bem ou não. *sorri e caminhei até à Lúcia, que estava ao lado da Rebeca*

Assim, comecei a fazer vários cortes no rosto dela com a tesoura, enquanto ela gritava e suplicava... Depois, peguei numa tesoura mais forte e afiada e comecei a cortar-lhe o dedo. Ela estava prestes a desmaiar, mas usando o meu poder, fiz com que continuasse consciente... Enquanto tudo isso acontecia, Rebeca só conseguia ver e gritar pelo que estava a acontecer. A Lúcia estava desfigurada, o seu rosto estava irreconhecível.

- Lúcia... tens os teus próprios pecados para pagar... *rio* Soube que fazes negócios com grandes nobres... e com crianças... O que lhes fazias? Conta-me, vendias ou maltratavas?

- Não... não sei do... que estás a falar... *diz ela com dificuldade*

- A sério que não sabes?... Então vou fazer-te lembrar. *pego numa espécie de alicate e começo a introduzi-lo no olho dela* Diz-me ou não?

- Aahhh!!!!.... Che... chega.... eu só... eu... *diz ela enquanto ouço a Rebeca começar a vomitar por ter visto como lhe arranquei o olho à Lúcia*

- E então, o que esperas?...

 ......

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