Ciclo Lunar

Quando a noite caiu, os jovens lobos estavam todos nos quartos de hóspedes, enquanto Zoe, voltou ao seu quarto, ela vestiu um pijama simples para o calor, se jogando na cama ela abraçou seu travesseiro, mas sua felicidade não durou muito, alguém estava batendo na porta, o que a forçou a se levantar da cama para atender a porta. Do outro lado estava Alaric com um pijama azul marinho, a parte de cima estava desabotoada definindo sua clavícula, ele deu um passo à frente o que fez Zoe recuar para trás, eles estavam bem próximos quando ele falou:

"Me conta... Quem te fez essa marca?", Ele perguntou com seu olhar preocupado, seu cabelo ainda estava bagunçado.

"Do que está falando, saia do meu quarto!", Zoe o empurrava para fora, mas não conseguia o tirar do lugar.

"Essa casa também é minha, e eu não vou mover um dedo até que você me conte", ele insistiu.

Mesmo relutante, Zoe sabia que se ela não contasse, ele não a deixaria em paz, ela acabou cedendo, e deixou que ele entrasse no quarto enquanto fechava a porta. Ela foi até sua cama, e se sentou. Alaric fez o mesmo, se sentando na ponta da cama.

"Isso aconteceu quando eu tinha acabado de fazer dois anos, eu não lembro mas minha tia me contou", Zoe começou a falar com um tom triste. "Papai estava furioso com a suposta traição da minha mãe, ele achava que ela tinha se envolvido com outro lobo. Ela me tinha nos seus braços quando meu pai levantou a mão para esbofetea-la. Mamãe me apertou contra o peito, tentando me proteger, quando papai louco pela raiva, acabou arranhando o rosto de mamãe. Mas ela não tinha sido a única a ser atingida. Quando papai notou, ele tinha acertado minhas costas. Ele ficou horrorizado com o que tinha feito e saiu correndo do quarto. Um ano depois que mamãe foi embora, ele nunca mais olhou em meu rosto", Zoe terminou de falar segurando às lágrimas nos olhos.

"Para onde sua mãe foi?", Perguntou Alaric.

"Eu não sei", explicou Zoe. "Titia disse que ela morreu um ano depois de uma doença. Mas eu nunca acreditei nisso. Eu sempre tive a esperança de descobrir a verdade".

Alaric sabia que a mãe de Zoe não havia sido morta por uma doença, mas ele também percebeu que havia coisas que não batiam com as informações que Zoe deu. Ele se perguntava se deveria contar a verdade para ela, mesmo sabendo que aquele não era o momento.

Ao invés de se afastar, Alaric se aproximou de Zoe e colou seu rosto no dela.

"Escuta...", ele sussurrou em seu ouvido, fazendo-a arrepiar. Ele estava tão próximo que podia sentir sua respiração ofegante.

"O que pensa que está fazendo?", Zoe reagiu instintivamente e deu um tapa no rosto dele, deixando uma marca vermelha.

Alaric não se intimidou. Ele a empurrou sobre a cama e ficou por cima dela, segurando seus pulsos com força. Seu rosto estava a centímetros do dela, e ele podia ver o medo e a curiosidade em seus olhos.

"Não tenho a intenção de ter nada com você, só me deixe falar", ele insistiu, olhando-a fixamente.

Zoe notou que ele não estava mais usando suas lentes azuis, que escondiam sua verdadeira natureza. Ela gostava daquele tom natural de vermelho alaranjado que seus olhos tinham, que contrastavam com sua pele bronzeada e seus cabelos loiros. Ela apenas o encarava em silêncio, hipnotizada.

"Vou te proteger, e vou te ajudar a descobrir a verdade sobre sua mãe. Em troca, só peço que coopere comigo. Agora você é parte da minha matilha, então não torne as coisas mais difíceis", ele propôs, soltando um dos braços dela e acariciando seu rosto.

"Tudo bem, mas me prometa que é só isso que você quer de mim", ela murmurou, sentindo o toque dele em sua pele. Ela encarou os lábios de Alaric, que estavam entreabertos e úmidos. Ele sorriu de forma maliciosa com sua resposta.

"Eu nunca faria nada que você não quisesse", ele disse, aproximando-se mais dela. Ele estava prestes a beijá-la, quando mudou de ideia e se afastou. Ele soltou o outro braço dela e se levantou da cama. "Temos um acordo então", ele disse, caminhando até a porta do quarto.

Zoe concordou com a cabeça, ainda atordoada com o que acabara de acontecer. Ela viu Alaric sair de seu quarto e fechar a porta atrás de si. Ela jogou sua cabeça nos travesseiros e pensou a respeito da proposta de Alaric. Será que ela deveria confiar nele?

Na manhã seguinte, Zoe acordou se sentindo estranha, o corpo dela parecia diferente, dolorido, seus seios estavam inchados. Zoe se levantou e foi direto ao banheiro, seu quarto também era uma suíte tão linda como a de Alaric. Ela se olhou no espelho notando as mudanças e finalmente entendeu o que estava acontecendo, ela estava no cio, o momento onde a loba pode de tornar carinhosa e apegada ao seu dono, ou agressiva. Para as mulheres normalmente esse é um período que pode variar, elas podem ficar uma semana ou menos dia, para lobos, podem durar de dez a quatorze dias. Zoe sentiu uma onda de calor percorrer seu corpo, uma necessidade de estar perto de um companheiro, de sentir seu toque, seu cheiro, seu gosto. Ela sabia que ele seria o único capaz de aliviar sua tensão, de satisfazer seus desejos. Ela estava nervosa em estar assim na mansão dos Blackwood, cheia de convidados e lobos desconhecidos para ela.

No andar inferior, Zoe notou que todos na sala de jantar a encaravam com curiosidade e surpresa. Ela sabia que eles podiam sentir o cheiro que emanava dela, o cheiro de uma loba no cio. Ela se sentiu envergonhada e desejou poder se esconder em seu quarto.

"Que cheiro estranho", disse Kath franzindo o nariz.

"Deve ser coisa da sua cabeça", Delta falou rapidamente, entendendo a situação. Ele sabia como era difícil para uma loba passar pelo seu primeiro cio longe da família. "Zoe, senta ao meu lado, eu tenho aquelas ervas de lobo que você adora. Elas são ótimas para relaxar e aliviar as dores".

Ervas de lobo eram uma planta medicinal que afetava a saúde dos lobos, especialmente durante o cio. Elas podiam ser usadas como um aroma para disfarçar o cheiro de uma loba no cio, algo que não era completamente eficaz para o olfato de um lobo alfa forte, mas que ajudava a evitar a atenção indesejada dos outros lobos. Quando Zoe sentou ao lado de Delta, ele a entregou um saquinho com as ervas para que ela pudesse inalar o cheiro para que a erva percorresse em seu corpo, a deixaria mais fraca, mas evitaria o cheiro.

"Meu herói", Zoe sussurrou se encostando no ombro de seu irmão, agradecida por ele lembrar dela.

Aquele foi o último café da manhã com os Alfas e seus filhos, Zoe se despediu de seus irmãos, apenas incomodada com o fato de que seu pai havia ido embora sem dizer nada. Ela sentia um vazio no peito, como se algo estivesse errado.

Com um rabo de cavalo feito, Zoe caminhou para fora da mansão mordendo uma bela maçã vermelha, ela notou que o céu estava limpo e azul, suas roupas eram agradáveis para o clima quente. Ela vestia uma blusa branca e uma saia jeans, com um par de tênis confortáveis. Exceto pelo susto que levou em seguida por uma voz masculina grave e fria.

"Estou saindo, preciso ver uma pessoa. Se precisar de algo, peça para Hunter me ligar", disse Alaric surgindo atrás de Zoe, fazendo-a engasgar com a maçã.

"Por que eu te ligaria?", Ela arqueou uma sobrancelha, tentando disfarçar o nervosismo.

"Enfim, estou de saída", Alaric falou entrando no seu carro luxuoso, um Porsche preto brilhante. Ele nem sequer olhou para Zoe, como se ela fosse invisível.

Zoe pensou para onde ele iria com tanta pressa, afinal ele não tinha nada marcado para hoje, já que tudo que ele fazia, Zoe era forçada a estar junta. Ela odiava essa situação, mas não podia fazer nada contra a vontade dele.

Uma ideia maluca surgiu na cabeça de Zoe, ela correu para dentro da mansão atrás de Hunter, que estava na cozinha conversando com as cozinheiras. Ele era o motorista e braço direito de Alaric, sempre fiel e discreto. Talvez ele soubesse algo.

"Hunter pode me fazer um favor? É mais um pedido na verdade?". Zoe fez uma expressão de cachorro pidão, sabendo que Hunter tinha um carinho por ela.

"Claro senhorita Zoe, como posso ajudá-la?", Ele perguntou gentilmente, sorrindo para ela.

Zoe fez um sinal com a mão para que ele a seguisse, para conversarem em segredo. Ela o levou até a sala de estar, onde ninguém podia ouvi-los.

"Você é o mais próximo de Alaric, você sabe onde ele foi?", Ela perguntou sussurrando, olhando para os lados.

"Senhorita, creio que não possa informá-la sobre isso", Hunter se manteve calado, cruzando os braços.

"Por favor, você é a única pessoa a quem eu possa me retratar, me ajuda vai?", Ela implorava, fazendo bico.

"Não poderei trair a confiança do jovem mestre, mas posso dizer os lugares que ele costuma ir", ele sugeriu, baixando a voz.

"Para mim está ótimo!", Zoe se empolgou com a ideia. Ela pegou um bloco de notas e uma caneta da mesa de centro e se preparou para anotar.

Depois que Hunter disse a Zoe todos os lugares que Alaric costumava ir, ela agradeceu e saiu correndo da mansão. Ela foi em cada lugar onde Hunter mencionou o procurando. O último lugar ao qual ela foi era um hotel pequeno e discreto no centro da cidade. Ela se dirigiu à recepção com uma expressão séria.

"Boa Noite, podem me ajudar?", Zoe cumprimentou o recepcionista com falsa educação.

"Boa noite senhorita, como posso ajudá-la?". O recepcionista a cumprimentou com um sorriso profissional.

"Estou à procura de Alaric Blackwood, em qual quarto ele está hospedado?", Ela perguntou ao recepcionista com firmeza.

"Qual o seu nome?", Ele pediu sua identificação.

"Hum... Zoe Blackwood, meu irmão está lá dentro. Preciso informar ele de algo urgente sobre nosso pai, ele foi enviado ao hospital, poderia me ajudar?", Ela entrou no papel como uma filha triste e preocupada.

O recepcionista caiu fácil na lábia de Zoe, e deu a ela a informação que ela procurava. Ele deu principalmente a ela uma chave do quarto onde ele estava, dizendo que era o 305. Zoe agradeceu e subiu as escadas rapidamente. Ela chegou ao terceiro andar e procurou pelo quarto 305. Ela encontrou a porta e colocou a chave na fechadura. Antes de abrir, ela ouviu um barulho vindo do quarto onde Alaric estava. Era uma voz feminina falando alto. Zoe então se atreveu a ouvir atrás da porta, sentindo seu coração acelerar.

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Comments

Letícia Santos

Letícia Santos

Amo esses irmãos da Zoe

2025-03-25

0

Lourdes Antonelli

Lourdes Antonelli

autor desenrola essa história , não sai disso

2025-01-21

1

BI-SEXY-UAU

BI-SEXY-UAU

mulheres no cio são um perigo kskakakakakkaakskkaa

2024-12-10

1

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